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Política de Formação das Engenharias no Brasil


Professora da Ufrgs Eng. Eletricista Liane Ludwig Loder e Eng. Agr. Bernardo de Palma, que coordenou a mesa . Créditos: Daltro Mattos

A professora da Ufrgs Eng. Eletricista Liane Ludwig Loder contrapondo em parte as declarações dos demais palestrantes do XIV EESEC sobre a questão dos inúmeros títulos das Engenharias, acredita que ela não possa ser resolvida com a criação de um bacharelado único, apesar de acreditar que a formação – com 250 modalidades de cursos registradas no MEC e 95 atribuições registradas pelo Confea – está pulverizada. “Apesar disso, a profissão não é uma só”, citando a Medicina, como exemplo, que se divide após a graduação em diversas especializações, mas lida com apenas um objeto: o corpo humano. 

Para ela, uma dificuldade atual dos formandos das engenharias não é o de “apenas resolver problemas”, é preciso prever o impacto ambiental das invenções. “Uma tarefa árdua”. Trazendo diversos dados sobre a realidade das faculdades e universidades do País, destacou que a engenharia ainda não é uma prioridade nas opções dos estudantes. “Ainda temos poucos engenheiros se formando, só metade dos que ingressam concluem o curso. Nos preocupamos, porque a engenharia é muito ligada a inovação, menos engenheiros, menos inovação e isso é uma consequência que preocupa”, afirmou. 

Voltando à formação, falou dos cursos transversais ou bacharelados interdisciplinares, como o que está sendo colocado em prática pela Ufrgs em seu campus litoral. De acordo com a professora, a formação se dá por meio de dois módulos, um básico e outro estrito, formando “engenheiros transversais”. “Isso auxiliaria no trânsito dos profissionais no mercado, que hoje é muito limitado”, explica. Também coloca como um desafio, além de formar mais, formar melhor. Citando os programas de intercâmbio e o Reuni, como exemplos de avanços na melhoria da formação universitária no Brasil. Lembrando cursos recentemente ofertados, como o de engenharia de inovação, dizendo que “o mercado reconhece essas transversatilidades”.   

Acredita que modelo adotado no Brasil, de diversos cursos, não é equivocado, pois tem gerado uma engenharia de qualidade. “A Engenharia brasileira está no mercado mundial”, justificou, enumerando áreas como a de automação bancária, siderúrgica, construção civil, e empresas como a Embraer e Petrobrás. Outro desafio para Liane está na incapacidade da Academia mesclar os docentes entre os pesquisadores e os engenheiros ainda atuantes no mercado de trabalho, num “ponto de equilíbrio”. Encerrou questionando a plateia e respondendo. “Se acho que tanta diversidade é ruim? Considero que só não é uma boa, quando é de má qualidade”.    

 

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