Retrospectiva dos cursos de Agronomia e conflitos de atribuição em debate
Eng. Agrônomo Mauro Cirne, conselheiro do CREA-RS . Créditos: Arquivo CREA-RS
Eng. Mauro Cirne, conselheiro do CREA-RS, fez um panorama do crescimento dos cursos de Agronomia no Brasil. Ao total são 293 cursos no país, destes 29 são oferecidos no Rio Grande do Sul. O número de profissionais formados está em 97.509, com 9.138 no estado. De acordo com ele, no RS o crescimento foi vertiginoso, pois no início da década de 1990 eram apenas sete as universidades com cursos de agronomia no RS, em 2012 já eram 20 cursos, chegando a 2016 com os 29 cursos, com cargas horárias que variam entre 3.740h e 5.600h/aula. “Essa é a realidade que está formando profissionais que eram atuar no Estado. Temos que pensar que engenheiro agrônomo queremos para o Rio Grande do Sul e o que temos que ensinar aos nossos alunos?”
O Eng. Agr. José Reis, da CCEAGRO/Confea, apresentou os principais conflitos de sombreamento entre os agrônomos e outros profissionais, como biólogos, veterinários, zootecnistas, arquitetos e químicos. Também defendeu uma formação eclética e ampla aos engenheiros agrônomos. “Quanto mais específica a formação, maior a dificuldade de colocação no mercado de trabalho”, argumentou. Sobre os conflitos defendeu que sem uma boa formação e um bom conhecimento “ficamos aleijados por outras profissões”.
De acordo com ele, nenhuma resolução de conselhos profissionais pode se sobrepor às atribuições dos Engenheiros Agrônomos concedidas pelo “decretão”, como é chamado o Decreto 23.196, de 1933, que regula o exercício da profissão agronômica. “Existem sombreamentos, e muitas vezes outras profissões querem exclusividade por meio de resoluções em habilitações que nos foram dadas pelo Decreto.” De acordo com ele, para a defesa da profissão agronômica é preciso que o curso continue com sua amplitude e, quando há o sombreamento, considera duas saídas: formar parcerias ou ir ao enfrentamento judicial. Defendeu, ainda, a parceria entre as instituições de ensino e os Creas. “Nosso objetivo é o mesmo: um profissional bem formado e que a sociedade precisa.”