Eng. Agric. Dra. Carla Cepik, palestrante do evento . Créditos: Arquivo CREA-RS

quarta, 26 de outubro de 2016

O primeiro painel da tarde do Encontro dos Gestores de Cursos da Agronomia do RS foi realizado pela conselheira da Câmara de Agronomia Eng. Agric. Dra. Carla Cepik, que é coordenadora dos cursos de agronomia da Ulbra – campus Canoas-, com a temática “Conteúdos básicos e áreas para reforçar a formação do Engenheiro Agrônomo”. A Engenheira explicou quais as atribuições da Câmara de Agronomia e também abordou questões das avaliações dos cursos de agronomia que são realizadas pelo Ministério da Educação, como o Enade e o Sinaes, as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) e das DCN da Agronomia. “A interpretação das diretrizes curriculares nacionais gera variação por falta de parâmetros mais específicos”, expressou Carla Cepik.

O professor da UFRGS, Eng. Agr. Dr. José Fernandes Barbosa foi convidado para falar sobre a experiência da implantação do novo currículo do curso de agronomia na universidade, que está em vigor desde o ano de 2010. José Barbosa explicou que a meta a ser atingida com este currículo era deixar ele mais generalista para que com isso fosse possível abranger o maior número de assuntos possíveis, e apresentou quais as principais trocas realizadas no currículo de agronomia. “Esta troca de currículo foi um trabalho de cerca de um ano, conversamos com todos os professores para saber o que eles achavam que podia melhorar, e acreditamos que o resultado contemplou tanto professores quanto os alunos, e também buscou atender novas exigências do mercado de trabalho. Este novo currículo apresenta dinamicidade, com maior participação dos alunos nas nossas discussões, e é inovador. Vários cursos da UFRGS estão mudando os seus currículos inspirados na nossa experiência”, explica o Eng. Agr. Dr. José Fernandes Barbosa.

O Eng. Agr. Dr. Flávio Camargo, foi o palestrante do segundo painel, que teve como temática “A atual avaliação do MEC garante a qualidade necessária aos Cursos de Agronomia”. Flávio, que fez parte do Departamento de Avaliação e Estatística do Ensino Superior do Inep, fez uma apresentação dos critérios de análise destes indicadores realizados para medição da qualidade dos cursos de agronomia no país. “São analisadas questões didático-pedagógica, do corpo docente e também de estrutura física da instituição de ensino”, explicou Camargo. Apresentou também as notas avaliativas de todos os cursos gaúchos, dados que estão disponíveis publicamente no site do MEC. “Aqui no Rio Grande do Sul nós temos uma média que pode ser considerada boa. No índice geral dos cursos a nota gaúcha é 3,66, índice que avalia todos os 27 cursos existentes. Há outros conceitos avaliativos, como o Enade, e o conceito preliminar de curso, mas estas avaliações não foram aplicadas em todos os cursos existentes”, explicitou o Eng. Agr. Dr. Flávio Camargo.

O último painel do encontro teve como “Importância da abordagem da ética profissional” e foi realizado pelo conselheiro da Ceagro, Eng. Agr. Luiz Pedro Trevisan, que também é membro da Comissão de Ética do CREA-RS. Trevisan iniciou sua fala ressaltando quais os artigos do Código de Ética Profissional do Sistema Confea/Crea que são mais latentes ao Engenheiro Agrônomo. “Nós temos que preparar os nossos alunos não somente na parte técnica, mas também temos que orientar sobre quais os deveres e direitos que a nossa profissão nos exige”, salientou Trevisan. Apresentou o papel da comissão e os passos realizados durante o processo de ética no Conselho. E salientou que a comissão não julga o processo, é responsável apenas pela análise dos documentos, escuta das partes envolvidas no processo e depois realização de um relatório que é encaminhado à Câmara da modalidade correspondente aos profissional. Explicou como pode ser feita a denúncia para o CREA-RS, e os direitos do denunciante e do denunciado.

“A cadeira de ética e legislação se mostra cada vez mais importante nos currículos dos cursos porque a imensa maioria dos processos de ética que estão sendo analisados na Comissão de Ética do CREA-RS são da área de agronomia. Dos 46 processos analisados este ano pela comissão, 24 processos são da agronomia. Os cursos de agronomia terão que investir na ética profissional, e também é necessário rever a emenda das disciplinas que já existem para garantir a demanda da defesa das atribuições e a valorização da profissão”, finalizou o Eng. Trevisan.

Ao final do evento, os participantes do curso agradeceram o convite e ressaltaram a importância de um evento destes para debater assuntos que são essenciais tanto para o conselho quanto para as instituições de ensino. Além disso, solicitaram um novo encontro para continuar debatendo estas questões, e votaram o novo local do encontro, que será realizado em Santa Maria, em 2017, ainda em data a definir.