“A ciência e a tecnologia não podem ser tratadas com burocracia ou mesmice”, observou Florindo Dalberto. Créditos: Arquivo Confea

quinta, 10 de agosto de 2017

A necessidade de fortalecimento do sistema público de pesquisa agropecuária e a importância de investimentos em pesquisa para manter o protagonismo do Brasil na área foram destacados pelo presidente do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) e do Conselho Nacional dos Sistemas Estaduais de Pesquisa (Consepa), Eng. Agr. Florindo Dalberto, na palestra “Desafios da Pesquisa Agropecuária Pública nos Estados”, realizada na tarde de ontem (9).

Na oportunidade, o Engenheiro chamou a atenção para a preocupação com o uso racional, econômico e inteligente dos recursos naturais e fez um resumo da revolução da agricultura nos últimos 40 anos. “O Brasil hoje alimenta dois ‘brasis’ e meio. Passamos do cabo da enxada para liderança mundial em produção de alimentos”, afirma, acrescentando que são produzidos em território nacional mais de 300 espécies de cultivo, 350 tipos de produtos que abastecem 180 mercados do planeta.

Colocou que por meio da ciência e tecnologia é possível produzir sem desmatar ou poluir rios e ainda mostrou como funcionam os mercados mais competitivos do mundo, como o da China e da Alemanha. “Precisamos inovar institucionalmente, não dá para apenas uma instituição fazer isso nacionalmente. É preciso ter mais capilaridade e recomposição institucional. Para isso é necessário criarmos uma rede nacional de pesquisa envolvendo os estados”.

O especialista chamou a atenção para a falta de investimentos nos institutos públicos de pesquisa agropecuária brasileiros, que vêm perdendo entidades estaduais importantes. Destacou ainda a complexidade do país, que é composto por seis biomas com ecossistemas diferentes, e a necessidade de rever as estratégias. “É necessário modernizar os órgãos públicos. A ciência e a tecnologia não podem ser tratadas com burocracia ou mesmice”, observou.

Fonte: Nadja Pacheco
Equipe de Comunicação do Confea/Crea e Mútua