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CREA-RS no Congresso Brasileiro de Agronomia


Créditos: Arquivo Divulgação

A partir desta terça (20), cerca de mil engenheiros agrônomos de todo o Brasil, no pleno exercício das suas atividades, debaterão no Rio de Janeiro, até 23 de agosto, as principais questões de uma das maiores atividades econômicas do país, que emprega 8 milhões de profissionais envolvidos nas cadeias produtivas do agronegócio brasileiro.

O Brasil tem 500 mil propriedades médias e grandes e 4,5 milhões de pequenas propriedades. Cerca de 800 profissionais já confirmaram presença no maior encontro da categoria, promovido pela Confederação dos Engenheiros Agrônomos do Brasil (Confaeab), neste ano organizada pela Associação dos Engenheiros Agrônomos do Rio de Janeiro (AEARJ), cujo presidente, Leonel Rocha Lima, aponta como foco os desafios dos próximos 30 anos, 2020 a 2050.

“Os últimos 30 anos no Brasil foram excelentes para a Agronomia brasileira, quando a agricultura bateu recordes sobre recordes na produção de alimentos, gerando tal riqueza no campo, que propiciou o surgimento de novas regiões produtoras”, diz Leonel Rocha Lima.

Ainda segundo Leonel Rocha, “os próximos 30 anos (2020-2050) serão um desafio para o Brasil não perder a oportunidade de aumentar esta marca, se soubermos aproveitar as chances que virão com os novos acordos comerciais internacionais, entre os blocos econômicos, como o Mercosul, a União Europeia e a Ásia”.

Ele declarou que “o agronegócio enfrenta dificuldades porque o Brasil tem alta carga tributária e uma carência muito grande, tanto de estradas e portos para o escoamento das safras, quanto de financiamento da produção e de seguro das safras.”

Local do Congresso

São convidados especiais dois ex-ministros de Estado da Agricultura, o mineiro Alyson Paulinelli que, na década de 70, criou a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecurária (Embrapa), reconhecida internacionalmente pela sua excelência e credibilidade. O outro ex-ministro é o paulista Roberto Rodrigues, que apresentará o programa “Agro É Paz” porque, segundo ele, “onde há fome a paz não pode existir”.

O evento será hoje, às 18h, no Theatro Municipal, pelo governador do Estado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, que já declarou ser “um entusiasta da agricultura”, e colaborou com o congresso oferecendo as instalações do Theatro para a sua abertura solene.

O Congresso, que contará com discussões científicas e painéis, será realizado no Centro de Convenções do Hotel Produgy Santos Dumont, anexo ao aeroporto carioca.

Conforme Kleber Santos, presidente da Confaeab e também presidente do XXXI CBA, “o Congresso Brasileiro de Agronomia ocorre desde 1935 e é o principal evento da categoria agronômica. A programação desta 31ª edição foi aprovada na Assembleia das Associações filiadas à Confaeab, realizada dia 3 de abril de 2019”.

Delagação gaúcha

A Agronomia do Estado do RS estará presente no XXXI CBA, no qual vários conselheiros da Câmara Especializada de Agronomia e também membros do Colégio de Entidades Regionais (CDER-RS) estão participando do evento.

Alguns dos representantes do CREA-RS

A engenheira agrônoma Andréa Brondani da Rocha, coordenadora Estadual do CDER-RS, entende que este é um momento de extrema importância para a discussão profissional. “O RS é um estado com forte produção agropecuária. É a base de nossa economia. E o profissional engenheiro agrônomo precisa estar alinhado com a tecnologia e os desafios que a produção demanda, sem deixar de levar em consideração os aspectos sociais, culturais e ambientais. Por isso, estaremos no Rio de Janeiro para ajudarmos a discutir os rumos da nossa profissão”, ressalta, afirmando ainda que o CREA-RS estará presente, contribuindo nesta discussão.

Fatos e números sobre a Agronomia e o Agronegócio

O Brasil fecha a safra 2018/2019 com a produção de 240,7 milhões de toneladas com um valor bruto de R$ 600 bilhões. Em 10 anos, projeções do Mapa nos dizem que, em apenas 1/3 desse tempo (ou 10 anos), chegaremos às 350 milhões de toneladas.

Na visão do jornalista especializado no setor, José Luiz Tejon, um dos palestrantes no CBA 2019, esta produção pode chegar a 400 milhões de toneladas nesse mesmo período de 10 anos (2029), com o detalhe de não ultrapassar 100 milhões de hectares, com culturas anuais e perenes (mantendo as produtividades atuais) ou, 12% da superfície do país. Com certeza, a ação da Agronomia promoverá um significativo aumento da produtividade das principais culturas e a exigência de terra será inferior a 80 milhões de hectares, ou 10% da área total do país, de 850 milhões de ha.

Os engenheiros agrônomos lembram que toda essa área já está disponível para reinserção ao processo produtivo, pela recuperação de pastagens degradadas com baixa capacidade de suporte (baixa população de animais por ha). O aumento dessa capacidade colocará à disposição mais de 10 milhões de ha para a produção de grãos, fibras, biocombustíveis e outras matérias-primas.

Para o ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, responsável pela palestra magna do CBA 2019; Marcello Brito, presidente da Associação Brasileira do Agronegócio; e por José Luiz Tejon, o propósito de busca do PIB do agronegócio chegará a US$ 1 trilhão do PIB do agronegócio brasileiro, em cinco anos.

Agronegócio que envolve toda a agroindústria, os supermercados, o comércio internacional do Brasil. Na base desse grande negócio está a Agronomia e, em sua base, o engenheiro agrônomo. Esta é a Agronomia do Presente, tema do XXXI Congresso Brasileiro de Agronomia.

O Acordo de Paris e a disputa EUA-China pela hegemonia do planeta

No mundo, o agronegócio está voltado para os compromissos do Acordo de Paris, os recentes acordos comerciais, dentro de um cenário em que existe uma disputa pela hegemonia do planeta entre EUA e China.

A Agronomia brasileira permite que o Brasil cumpra esses compromissos. Somente pela adoção de sistemas conservacionistas, como o Sistema Plantio Direto e a Integração Lavoura/Pecuária/Floresta em 44,5 milhões de ha (dados do ano agrícola 2016/2017), constituiu um impacto econômico de US$ 1,84 bilhão, pelo controle da erosão e da degradação do solo (dados da Embrapa apresentados no Simpósio Global sobre Erosão do Solo, FAO sede, Roma, Itália, 15-17 maio 2019).

Este é o novo cenário, que poderá abrir mais oportunidades para o produtor brasileiro. A mudança do modelo sócio-econômico e ambiental, baseado na pesquisa, na agregação de valor e na bioeconomia, irá gerar novos empregos e aumento da renda, principalmente para aqueles que estiverem cooperativados e organizados empresarialmente, usando as biotecnologias e os avanços tecnológicos.

Esses avanços tecnológicos, graças à agronomia brasileira, não estão restritos a empresários rurais ou produtores em grandes áreas, mas também aos importantes agricultores familiares ou produtores em pequenas áreas, agregando valor ao produto e atendendo a mercados bastante exigentes.

É neste contexto que, em agosto de 2019, após 34 anos do último encontro no Rio de Janeiro, engenheiros agrônomos de todo o Brasil retornarão ao Rio, para realizar agora o 31° Congresso Brasileiro de Agronomia, de 20 a 23 de agosto, com abertura no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, às 18 horas.

Mais  informações
cba-agronomia.com.br /  www.confaeab.org.br

Fonte: Engenheira Agrônoma Andréa Brondani da Rocha, coordenadora do CDERS
 

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