Por cerca de duas horas, Gontijo – que reconhece a “importância de ouvir os profissionais” – respondeu questões formuladas pelos coordenadores e apresentadas pelo Eng. Químico e Seg. do Trabalho Marino Greco, coordenador nacional da CNCEEQ e coordenador da Especializada do CREA-RS.
Mestre em Engenharia: Energia, Ambiente e Materiais e especializado em Gestão Pública, Gontijo defendeu “a soberania da produção da engenharia do país” e “uma engenharia capacitada e de prontidão para enfrentar situações como a da pandemia”. Reconheceu “que é preciso qualificar e requalificar a nossa mão de obra, a evasão de profissionais para o exterior” e que é “fundamental fortalecimento da indústria nacional em geral”.
Gontijo acredita que é necessária a definição de uma política pública nesse sentido. Solução que enxerga também para resolver a falta de recursos das universidades federais. Para ele, é importante a participação de profissionais da área e acenou com a possibilidade da criação de uma comissão para debater os temas do setor.
Situação desafiadora
Indagado sobre insumos ao setor químico, Gontijo, especializado em Gestão Pública, defendeu que “é preciso escolher os segmentos estratégicos para investir”. Para ele, “é desafiadora a situação atual”.
Sobre quais ações da Secretaria de Inovação e Empreendimentos com relação aos princípios químicos ativos, Gontijo afirmou que “com a pandemia, o Ministério criou o GT Farma, reunindo indústria, academia e instituições acadêmicas para criar proposta de trabalho visando fomentar insumos fundamentais para a indústria farmacêutica”.
Entre as questões colocadas pelo grupo está a viabilidade econômica e compensatória de produzir IFAs – princípios ativos. “Não temos condição de fazer todos os fármacos, mas precisamos decidir quais os estratégicos.”
Gontijo informou que para reduzir dependência de insumos vindos de outros países foi criada a rede Vírus, congregando as principais pesquisas sendo desenvolvidas no país a começar por Bio Manguinhos e Butantan, que manufaturam as vacinas para adquirir transferência de tecnologia.
“O ministério tem olhado esse desafio. Temos que ver onde é fundamental aplicar incentivo fiscal, por exemplo, mas “é preciso priorizar os insumos farmacêuticos, a pandemia mostrou isso”, afirmou.
Avaliação de projetos: o conceito é fundamental
Sobre a divulgação da atuação do MCTI e ações voltadas para incentivar empreendimentos, Gontijo – à frente de uma equipe formada por 53 pessoas, 20 delas engenheiros – citou o Finep e o CNPq, onde projetos podem ser apresentados para avaliação e afirmou que “o conceito é o ponto inicial de avaliação para obter recursos financeiros”.
“Façam um projeto e apresentem ao ministro, que fará uma proposta para atrair interessados”.
Cooperação Técnica
Presente na reunião da CNCEEQ, Andrea Brondani, engenheira agrônoma e conselheira federal, informou a Gontijo que “com 1 milhão e 200 mil profissionais registrados, o Sistema Confea/Crea tem o maior banco de dados do país e pode ajudar a dar mais visibilidade ao que o ministério está fazendo, por meio de um termo de cooperação técnica”.
Convite para a Soea Conect
Jorge Bitencourt, engenheiro eletricista e conselheiro federal, em nome do presidente do Confea, eng. civ. Joel Krüger, entregou a Gontijo um convite para participar da Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia, a Soea Connect, em setembro, “que em versão totalmente virtual poderá atrair mais 300 mil participantes”, afirmou Bitencourt que anunciou também que o Congresso Técnico Científico (Contecc) já tem 464 trabalhos inscritos.
Pauta e propostas
A 3ª reunião nacional das Coordenadorias de Câmaras Especializadas de Engenharia Química (CNCEEQ), iniciada na quarta-feira (4/8), teve os trabalhos comandados pelo coordenador nacional, Marino José Greco (Crea-RS), e seu adjunto, Ricardo de Gouveia (Crea-SP).
Os conselheiros federais, engenheiros agrônomos Annibal Margon e Andrea Brondani, o engenheiro eletricista Jorge Bitencourt e o engenheiro civil Osmar Barros Jr., Superintendente de Integração do Sistema (SIS), acompanharam o desenrolar dos trabalhos.
Entre os temas mais debatidos, a Educação a Distância (EAD), o levantamento do funcionamento das câmaras especializadas regionais no decorrer da pandemia de Covid-19, parcerias e representações com órgãos do poder executivo, a exemplo dos Ministérios.
Ao fazer um balanço da reunião, que considerou “extremamente positiva”, Greco disse que “os coordenadores estão empenhados e esperançosos” e que “a participação de conselheiros, de setores como a Assessoria Parlamentar e de Osmar Barros valorizam o trabalho que a CNCEEQ vem realizando”.
Os coordenadores de Química já tem marcadas duas reuniões virtuais – em setembro e outubro – visando dinamizar os trabalhos das reuniões presenciais.
Depois de três dias de trabalho e vencida a pauta com 11 itens, as propostas elaboradas seguem para a Comissão de Ética e Exercício Profissional (Ceep) do Confea.
Maria Helena de Carvalho / Equipe de Comunicação do Confea
