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Câmara de Civil discute Desafios para a Formação e Exercício Profissional
Créditos: Arquivo CREA-RS
A reunião da Câmara Especializada de Engenharia Civil do CREA-BA realizada nesta segunda-feira (20) foi marcada pela palestra “Engenharia Civil: DCNs – Desafios para a Formação e Exercício Profissional”.
O encontro contou com a participação do Coordenador da Câmara Nacional de Civil, Eng. Civl João Luis Collares Machado e pelo Coordenador da CEEC do CREA-PR, Dante Alves Medeiros Filho.
Na ocasião, os conselheiros puderam conhecer um pouco mais sobre as diretrizes curriculares aprovadas em 2019 e que serão implementadas até 2023, mas que trazem alguns conflitos com o Sistema Confea/Crea. De acordo com Dante Alves, é importante fazer com que o sistema acadêmico e profissional conversem. “Em 2027 que serão formadas as primeiras turmas veremos alguns conflitos, por isso a hora de intervir é agora”.
Entre os conflitos apresentados pelo coordenador da CEEC do PR, destaca-se: os fundamentos cognitivos e interacionistas adotados pela educação brasileira. Ele falou sobre a diversificação dos novos cursos (Engenheiro Hídrico e Acústico, da Inovação, da Matemática ) e novos perfis de egressos. “Com a Lei de 96, houve a extinção do currículo mínimo, e agora é baseado em competências, habilidades e atitudes. Hoje existe flexibilidade, pode exigir uma diversidade de cursos”, acrescenta o professor, destacando que o sistema acadêmico e profissional se complementam e que ambos possuem normas e legislações.
Dante fez ainda uma retrospectiva do sistema nacional, desde o nascimento da LDB, em 1961, até as diretrizes curriculares para engenharia, surgidas em 1996. “O que muda são os fundamentos da educação brasileira, que eram baseados o currículo mínimo behaviorista (baseados nos comportamentos observáveis, não levava em conta dos processos mentais assimilados pelo Estudante). A partir de 96, os processos são cognitivos, que são levados em consideração”, complementa.
De acordo com o palestrante a relação entre o sistema profissional e o currículo era muito próxima. Os sistemas eram bem relacionados. Ele explica que a prática da profissão em 1933 influenciou a primeira LDB com currículos mínimos. Segundo ele, as novas diretrizes trazem um novo desenho do currículo, baseados em competências, habilidades e atitudes com foco no perfil do egresso.
“A Nova LDB tem grande flexibilidade. Os currículos com mesmo título acadêmico, mas com engenharias diferentes, atendendo às demandas regionais pregam pelo pragmatismo unindo a teoria e prática. O Processo de ensino e aprendizagem é contemporâneo. A escola e a profissão não podem ficar para traz. Deve haver integração com a vida, tem que fazer sentido o que ele aprende na escola para fora dela”, ressalta. Sobre os perigos das novas diretrizes, ele cita a possibilidade de eliminação de disciplinas importantes como cálculo, as novas denominações da engenharia e a descontextualização da engenharia com a má interpretação das DCNs.
Ele finalizou falando sobre a importância das DCNs específicas para engenharia civil, que devem ser trabalhadas até 2023, como forma de estar em consonância com o Sistema Profissional.
A coordenadora da Câmara de Engenharia Civil do CREA-BA, Rute Carvalhal, agradeceu a participação dos convidados, explicando que o assunto vai ajudar muito os trabalhos do colegiado.
João Collares finalizou o evento falando sobre a proposta da Câmara Nacional em divulgar essas informações como forma de conscientizar os coordenadores e conselheiros à respeito do assunto . Destacou a observância à lei, e que já tem um modelo de Diretrizes Curriculares específicas para a Engenharia Civil. “Estamos executando a segunda etapa deste projeto, que é a disseminação em todas as câmaras de civil dos Creas. Precisamos chegar a terceira etapa, com a ajuda de todos os conselheiros, que é reunir os coordenadores de cursos para que junto a eles fazermos a mesma apresentação e discussão do tema”, finaliza.
Comunicação CREA-BA
Nadja Pacheco
