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O mundo hoje e pós-pandemia: momento estratégico para promover mudanças


Créditos: Arquivo CREA-RS

Para falar sobre “O Mundo Pós-Pandemia – As Relações Pessoais e o Comportamento da Humanidade”, tema da palestra realizada na manhã da sexta-feira (17/9), último dia da Soea Connect, Leandro Karnal, doutor em História Social, professor, escritor e apresentador, começou contextualizando o momento em que vivemos e projetando a sociedade pós-pandemia.

Como cenário, Karnal recorreu ao Mundo BANI (Brittle, Anxious, Nonlinear, Incomprehensible) que considera incerto o amanhã, o que gera fragilidade, incerteza, ansiedade e que tem como característica a não linearidade e se torna incompreensível – realidade do planeta pós-pandemia – para o Mundo VUCA (acrônimo das palavras inglesas Volatility, Uncertainty, Complexity e Ambiguity) criado nos anos 80, para explicar a complexidade e as incertezas da situação geopolítica mundial.

Aos 58 anos, o gaúcho formado pela USP, com alma mater – expressão usada para designar universidade ou instituição que formou intelectualmente alguém, desenvolvida na Universidade do Vale dos Sinos, campus que fica na cidade onde nasceu, São Leopoldo, Karnal em entrevista recente para a CNN prevê “um período de grande alegria e felicidade” para a humanidade logo após a pandemia do novo coronavírus, como aconteceu após a 2ª Guerra Mundial, por exemplo.

Para ele, é necessário “planejar e melhorar a vida, envelhecer com conhecimento e este é momento estratégico para promover mudanças”, afirmou.   

Durante a palestra na Soea Connect – evento de maior projeção do Sistema Confea/Crea e que este ano alcançou mais de 12 mil participantes inscritos – Karnal disse que entre as mudanças de paradigma está o Ensino a Distância “que veio para ficar” e que “esta crise é uma chance de oportunidades”, mas que para isso as pessoas têm que ser "protagonistas, olhando o problema, criticando em busca de soluções e não ficar apenas reclamando”. 

“Conhecimento é poder”
Para falar sobre novos conceitos e desenvolvimento tecnológico mundial, ele historiou a escrita em pena de ganso, depois pontas de metal, seguidas pela caneta tinteiro e pelo caneta esferográfica e afirmou que “tudo depende do conhecimento, que é poder”.  

Falou ainda que no mundo de hoje a construção das casas também se transformou: “agora elas têm que estar preparadas para a automação", destacando que “tudo deve ser sustentável. O desenvolvimento sustentável é elemento muito importante. Por mais desafios, a tecnologia responde com inovações e novos conceitos. Tudo está como desafio para o desenvolvimento humano integral, holístico”, afirmou.

Karnal descreveu que hoje, as pessoas perfeitamente funcionais reagem de maneiras diferentes e têm características mentais específicas e que precisam de atenção. Defendeu que mesmo “as mais inteligentes precisam aprender a conviver com as diferenças, já que não somos robôs”. 

“Sobrecarregar o sistema, qualquer que seja ele, é trabalhar com possíveis falhas. Se antes equilíbrio mental parecia ser dom da natureza, hoje é uma conquista e para isso atividades físicas e meditação são essenciais”. Para ele, “isso caracteriza longevidade e vida mais feliz afetivamente”. 

O doutor em História defendeu mais momentos em família, “com o celular desligado”.  “Se temos pouco tempo, vamos fazê-lo produtivo afetivamente. Vamos aproveitar melhor o tempo, já que muitos trabalham e estudam em home office”. 

Karnal vê o mundo atual mais competitivo e, para o equilíbrio mental e emocional, disse que “é importante saber responder: o que estou fazendo aqui? O que posso ler hoje?”

Otimismo é estratégia
Num mundo pós-pandemia, o professor disse que podemos saber que a velocidade vai continuar e que não há tempo para amadores. "As coisas podem mudar e se planejando posso ter problemas,  imagina sem planejamento, sem controle?”. Dando exemplos pessoais, disse que já tem listado o que vai escrever até 2031.

Para Karnal, “é preciso pensar no que fazer neste momento. Será que as coisas vão voltar rápido aos poucos?" Nesse ponto, ele defendeu que “o otimismo é estratégico e que pessimismo é coisa de quem não tem capacidade para perceber a oportunidade de ser protagonista”.

Virtudes do momento: coragem e esperança
“Coragem e esperança são as melhores virtudes do momento. A esperança faz parte desse otimismo estratégico. Não somos onipresentes, mas não somos impotentes. Temos que pensar em ser pessoas melhores. Enquanto pensarmos estrategicamente, continuaremos andando e desenvolvendo capacidades de saúde e econômicas para não ser uma pessoa da terceira idade dependendo de terceiros e culpando o mundo por seu destino”.  Lembrando Gandhi, repetiu que “nós devemos ser a transformação que queremos no mundo. Um mundo mais ético, menos racista, menos machista”. 

“Vivemos uma crise prolongada. Não tenho condição de dizer a cada engenheiro, agrônomo e geocientista como estaremos em cinco ou 10 anos, espero que bem, mas temos que ter a capacidade de continuar aprendendo. Estará melhor quem tiver sanidade mental, boa condição física, saber o objetivo de seu dia."

"Felicidade, alegria, tristeza, medos, ansiedades são momentos que passam", disse o historiador alertando que “tudo chega ao fim, mas enquanto o fim não chega, temos muita coisa a fazer. Este é um momento de escolha”, disse encerrando sua palestra.

Maria Helena de Carvalho
Equipe de Comunicação do Confea

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