23º ESSEC: Ensino e inovação, transição energética e empreendedorismo em pauta
A vice-reitora do Campus Santa Rosa da Unijuí, Bruna Comparsi, abriu as palestras do segundo dia do EESEC. Créditos: Arquivo CREA-RS
A programação da primeira tarde do 23º Encontro de Entidades de Classe, em Santa Rosa, nesta quinta-feira (28), contou com palestras técnicas que falaram de ensino nas engenharias, transição energética no RS e um case de empreendedorismo na região do Alto Uruguai.
Ensino e inovação
A vice-reitora do Campus Santa Rosa da Unijuí, Bruna Comparsi, falou um pouco sobre o processo de mudança nos cursos da universidade, a partir de 2021, com a inserção das novas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN).
“Há 39 anos fomos a primeira universidade comunitária e regional do país e temos um desafio compartilhado com o CREA-RS, como a presidente, Eng. Nanci Walter, citou na abertura deste evento, trazer e manter os jovens nas áreas da engenharias”, afirmou no começo de sua apresentação.
Ressaltou sobre o funcionamento administrativo e institucional da universidade, mantida pela Fundação de Integração, Desenvolvimento e Educação do Noroeste do Estado do RS, com seus quatros campus (Ijuí, Santa Rosa, Panambi e Três Passos), a Rádio Unijuí FM, o Museu Antropológico do Centro de Educação Básica Francisco de Assis. “Fizemos este ano nosso recadastramento no MEC com conceito máximo, o que nos dá imenso orgulho de termos aqui no interior do estado a possibilidade de oferecer uma formação de excelência que conecta esses profissionais ao mundo com uma aprendizagem ativa”, destacou.
Conforme explicou Bruna, por meio das reformulações trazidas pelas DCNs, os currículos estão montados por módulos temáticos que reúnem um conjunto de competências e metodologias ativas. “Assim, desenvolvemos habilidades dos nossos estudantes para a resolução de problemas reais, rompendo as barreiras do que nos distanciava, como academia, do mercado de trabalho e da sociedade como um todo. Isto tem uma potência muito grande, pois a formação do engenheiro vai além do conhecimento técnico, inclui a formação pessoal, profissional e para a cidadania.”
Transição energética
O Arquiteto e urbanista Gustavo Batista Machado, da diretoria técnica da secretaria estadual de Meio Ambiente e Infraestrutura, representando o diretor de Energia, Eng. Mec. Rodrigo Huguenin, trouxe a atuação do departamento de Energia ante a projetos de transição energética no Rio Grande do Sull.
Segundo ele, o departamento foi criado em 2019. Desde então tem acompanhado as questões de alterações climáticas e suas consequências, tendo em vista para além da resiliência para enfretamento destes eventos, como os ocorridos em maio deste ano, a busca para alternativas energéticas de menor potencial poluente. “Traçamos, com este objetivo, diálogos em diferentes frentes que permitiram uma sinergia e maior facilidade nos processos de discussões em prol da transição energética”, detalhou.
Apresentou a atual matriz energética do Rio Grande do Sul, que é bastante diversificada e destaca-se pelo crescente uso de fontes renováveis, como a energia eólica (16%), solar (26%) e hidráulica (40%). “Somos um dos estados líderes na geração de energia eólica no Brasil, aproveitando os ventos fortes das regiões costeiras e do interior, especialmente no litoral sul e na Campanha. Além disso, a energia solar tem ganhado espaço devido à abundância de radiação solar em várias áreas do estado onde temos ainda grande potencial de crescimento.”
Destacou, no entanto, o uso ainda intenso dos combustíveis fósseis comparado ao restante do país. “A matriz também conta com participação de termelétricas a carvão, um recurso abundante na região, onde ainda enfrentamos desafios, principalmente quanto a descarbonização no nosso setor de transporte e combustíveis.”
Por fim, falou um pouco sobre os “produtos da transição energética, como o hidrogênio verde, o carvão mineral, as biomassas e o biogás, apresentando os estudos que estão sendo realizados pelo Governo Estadual com a produção dos Atlas das Energias Renováveis.
“O objetivo é ter a transição energética como chave para reconversão econômica do estado, com a prospecção de grandes oportunidades a curto, médio e longo prazo”, finalizou.
Empreendedorismo na Região do Alto Uruguai
Encerrando o dia, o Eng. Civ. Mogar Sincak, diretor da Tecnika Engenharia Especializada e idealizador do Costana Frontier Resort, primeiro empreendimento do ramo na região noroeste do Rio Grande do Sul, trouxe um case de empreendedorismo para potencializar o turismo no noroeste gaúcho. O projeto, que iniciou sua fase de lançamento, movimentará em torno de R$ 600 milhões em valor geral de venda (VGV) e prevê a criação de mais de 250 empregos diretos na sua implantação.
O empreendimento, que já possui licenciamento ambiental e registro de incorporação imobiliário, deve iniciar as obras no segundo semestre de 2025, com a conclusão e início das operações com previsão para 2029. A realização é da MSK Incorp, empresa do grupo Tecnika Engenharia Especializada, com mais de 20 anos de atuação no segmento de engenharia civil e industrial, e mais de 3 mil projetos entregues.
Ao todo, o resort terá capacidade para mais de mil hóspedes. Serão 275 unidades, em uma área superior a 66 mil metros quadrados, inserida em um entorno de aproximadamente 200 mil metros quadrados. O local também está sendo pensado com viés ambiental. “Temos um concepção voltada à sustentabilidade com conceitos de eficiência na ETE, sem cabeamento aéreo, piso permeável (conceito que colete água da chuva), lajes verdes, sistema construtivo estrutural, irrigação e compostagem.
"O Costana Frontier Resort não é apenas um empreendimento, é o início de um novo futuro para a região noroeste", ressalta Mogar Sincak. "Ele será um marco para a região – não apenas por trazer o modelo de propriedade compartilhada, mas também pelo impacto positivo que gerará na economia local, inclusive oferecendo a todos a oportunidade de fazer parte do início de uma nova era no setor turístico na região."