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CREA-RS Entrevista: Daiane Fátima Kercher, bolsista em Engenharia Ambiental na Hungria
Créditos: Arquivo CREA-RS
Você pensou em estudar fora do Brasil, mudar de curso ou até mesmo de carreira? Pois a gaúcha Daiane Fátima Kercher, formada em Marketing pelo Centro Universitário Internacional Uninter, tomou uma decisão e foi atrás de seu sonho. Batalhou por uma bolsa de estudos e se prepara para cursar Engenharia Ambiental na Hungria, na Hungarian University of Agriculture and Life Sciences, para o programa Stipendium Hungaricum. No CREA Entrevista, Daiane conta como foi o processo de mudança de carreira e dá dicas de como buscar bolsas de estudos. Fique por dentro na entrevista a seguir!
CREA-RS – Como surgiu o desejo por estudar Engenharia Ambiental?
Daiane Fátima Kercher – O desejo de ter uma segunda graduação surgiu antes da escolha do curso, e a partir desse momento comecei a pensar e me questionar sobre minha carreira profissional, qual caminho gostaria de seguir, que título gostaria de carregar. E a pergunta que não sai da minha cabeça é qual o tipo de problema que eu quero resolver? Por que o nosso mercado do trabalho, a nossa sociedade, nada mais são de que um emaranhado de problemas dos quais buscamos soluções. Tendo isso em mente a escolha do curso se tornou mais fácil, eu sempre tive um amor, cuidado uma preocupação com os animais, a natureza as plantas, e vendo todos problemas que o nosso planeta vem enfrentando nas áreas do meio ambiente encontrei a resposta da minha pergunta. Quero desenvolver soluções para problemas ambientais de forma sustentável. Eu acredito que existem maneiras onde a tecnologia e a vida moderna possam existir sem interferir ou agredir o meio ambiente. Eu não posso deixar de dizer que meu irmão também me influenciou na escolha do curso de Engenharia ambiental. Foi acompanhando a carreira dele de Engenheiro Mecânico que eu entrei em contato com o universo das Engenharias.
CREA-RS – Em qual bolsa você foi selecionada?
Daiane – Eu apliquei e fui selecionada para uma bolsa de estudos na Hungria na Hungarian University of Agriculture and Life Sciences. O programa Stipendium Hungaricum ainda é pouco conhecido, mas já vem chamando a atenção entre os brasileiros que buscam estudar fora. Eu fiquei sabendo sobre a bolsa por vídeos na internet enquanto pesquisava sobre oportunidades de estudo fora do Brasil. Você pode aplicar para cursos de nível Bacharelado, Mestrado e até mesmo PHD. O programa é financiando pelo governo húngaro, que tem o objetivo de internacionalizar as universidades e promover a sua cultura e idioma com os alunos de outros países. No site você pode encontrar as universidades e cursos que participam do programa.
Mais informações sobre bolsas: https://stipendiumhungaricum.hu/
CREA-RS – Como foi a seleção?
Daiane – A seleção eu achei relativamente simples, mas burocrática. É um processo um pouco longo, existem as datas a serem cumpridas e uma documentação a ser entregue. No meu caso eu soube da Bolsa em novembro de 2020 e comecei a organizar a documentação para aplicar. Eu tinha até o dia 16 de janeiro de 2021 para se inscrever e mandar a documentação exigida na plataforma, como: histórico escolar, certificado de conclusão do ensino médio ou graduação, que devem ser traduzidos. Além disso, é preciso apresentar atestado médico que certifique que você tem uma boa saúde e as vacinas em dias, além de um raio-x do pulmão. Ainda foram exigidos cópia do passaporte e um certificado de proficiência em inglês. Atividades extracurriculares, como serviços voluntários, projetos que desenvolveu, intercâmbio, valorizam a sua aplicação. Ainda é necessário escrever uma carta de motivação sobre a escolha de determinado curso e as razões por optar pela Hungria. Após preenchimento do formulário e anexado os documentos, você tem que esperar a nomeação do MEC que acontece em fevereiro. Algumas universidades podem exigir um teste de matemática e física, mas isso vai depender muito da escolha do seu curso. Vale a pena checar as datas e os prazos no site do programa, porque eles podem sofrer alterações.
CREA-RS – De que forma esse intercâmbio entre países pode acrescentar na Engenharia Ambiental como campo do conhecimento?
Daiane – A área de Engenharia Ambiental vem se destacando no Brasil pela necessidade de melhorias na forma de como o mercado trata as relações entre indústria e produção com o meio ambiente. O aumento da preocupação com relação à degradação do meio ambiente também é um fator de destaque à área. O Brasil é considerado um país jovem comparado aos países europeus, que já vêm solucionando problemas ambientais, sociais e econômicos a mais tempo. Isso faz com que os benefícios de estudar em outro país vá muito além do conteúdo de sala de aula. Cada país tem um sistema e uma forma de lidar com as legislações e soluções de problemas ambientais. Essa integração traz uma troca de conhecimento muito grande e benéfica para qualquer área, porque como cidadãos brasileiros já conhecemos os problemas que o Brasil enfrenta e vamos estar expostos a um sistema diferente, possibilitando que possamos enxergar e planejar soluções melhores.
CREA-RS – Qual o seu conselho para estudantes que pensam em estudar fora, em relação a processos seletivos e bolsas?
Daiane – Meu conselho e um pouco clichê. Se você tem vontade de estudar fora não desista e pesquise muito, seja curioso/a. Existem diversas oportunidades no exterior e você só precisa encontrar a que melhor se encaixa com aquilo que está buscando. Uma forma de encontrar essas oportunidades e entrar direto no site das universidades estrangeiras e procurar os programas de ensino que elas oferecem. E tenha em mente que você vai precisar se comunicar em inglês, o que não significa necessariamente ser fluente. Então estude inglês todos os dias um pouco através de músicas, jogos, vídeos. Se necessário, faça aulas, porque vai ser um investimento em você mesmo.
