
Durante sua segunda reunião ordinária de 2025, realizada de 20 a 22 de maio em Brasília (DF), a Coordenadoria de Câmaras Especializadas de Engenharia Florestal (CCEEF) debateu temas fundamentais para fortalecer a atuação dos profissionais frente aos desafios das mudanças climáticas e às demandas da sociedade. Pelo CREA-RS, participaram o coordenador da Especializada no Rio Grande do Sul, Eng. Ftal. Edison Bisognin Cantarelli; a coordenadora-adjunta, Eng. Ftal. Liana Sarturi de Freitas; e analista de processos Eng. Ftal Roberta Klafke.
Um dos destaques do encontro foi o lançamento do Manual de Boas Práticas na Arborização Urbana, uma iniciativa do Confea que contou com forte participação dos engenheiros florestais. O documento busca orientar prefeituras, profissionais e a sociedade sobre práticas seguras, técnicas e sustentáveis para o manejo da arborização nas cidades — uma ação estratégica no enfrentamento às mudanças climáticas e na promoção de cidades mais resilientes.
Além disso, os participantes alinharam ações preparatórias para a COP 30, celebraram os 65 anos da Engenharia Florestal no Brasil e avançaram em propostas para fortalecer a formação profissional e a segurança jurídica da atuação no setor.
1. Quais foram os principais temas discutidos na segunda reunião da CCEEF e como eles se relacionam com os objetivos da coordenadoria para 2025?
Os principais temas discutidos giraram em torno da elaboração de uma nota técnica que destaca a importância das atividades da engenharia florestal no contexto da COP 30 e das mudanças climáticas. Discutimos como o engenheiro florestal pode contribuir com projetos, ações e serviços voltados à mitigação de emissões, ao aumento do sequestro de carbono, à oferta de serviços ecossistêmicos e, consequentemente, à melhoria da qualidade de vida da população.
Além disso, resgatamos propostas de anos anteriores da coordenadoria, focando na valorização da atuação profissional, na segurança jurídica e na garantia de que atividades em ambientes florestais sejam realizadas por profissionais devidamente habilitados.
Outro ponto relevante foi a análise e proposta de alterações na Resolução nº 1.137, que trata do acervo técnico profissional e operacional. Nosso objetivo é garantir que tanto profissionais quanto empresas tenham seus acervos reconhecidos e registrados de maneira adequada, fortalecendo sua atuação no mercado, a participação em licitações e a busca por novos projetos.
2. A coordenadoria tem priorizado alguma frente de atuação específica neste início de ano? Quais iniciativas merecem destaque?
Sim. Um dos principais focos é preparar a engenharia florestal para atender às demandas relacionadas às mudanças climáticas, especialmente no contexto da COP 30. Queremos evidenciar, nacional e internacionalmente, a relevância da atuação dos engenheiros florestais nesse cenário.
Outro destaque é a celebração dos 65 anos da criação do curso de Engenharia Florestal no Brasil, que ocorrerá em 30 de maio de 2025. Realizamos, durante essa segunda reunião, um seminário com profissionais pioneiros da engenharia florestal, incluindo a professora Maria das Graças Ferreira Reis, que compartilhou os desafios de ser uma das primeiras mulheres na profissão.
Além disso, participamos de uma sessão solene na Câmara Legislativa do Distrito Federal, onde foram homenageados engenheiros florestais, estudantes e docentes, reforçando a importância histórica e social da profissão.
3. Como a CCEEF tem articulado suas propostas junto ao Sistema Confea/Crea e outros órgãos públicos para contribuir com políticas públicas mais eficazes?
Nossa atuação tem sido bastante articulada com o Sistema Confea/Crea, especialmente este ano, em que contamos com a participação do engenheiro florestal Nielsen Christianni, como vice-presidente do Confea, o que fortalece nosso espaço institucional.
Destaco nossa participação nas oficinas de construção do Plano Nacional de Arborização Urbana, lideradas pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, em parceria com o Sistema Confea/Crea e os engenheiros agrônomos. Esse plano visa tornar as cidades mais resilientes e sustentáveis, reconhecendo os múltiplos benefícios das florestas urbanas — desde o sequestro de carbono até a melhoria da qualidade do ar e a oferta de espaços de lazer.
Outro eixo de atuação estratégica é a participação da CCEEF na reformulação das Diretrizes Curriculares Nacionais da Engenharia Florestal, em parceria com a Sociedade Brasileira de Engenheiros Florestais (SBEF), diversos Creas e os 68 cursos de Engenharia Florestal do país. O debate culminará no IV Encontro Nacional de Cursos de Engenharia Florestal (ENCEF), que acontecerá de 28 a 31 de outubro, em São Paulo, na sede do Crea-SP. Lá discutiremos como preparar os futuros profissionais para os desafios atuais, incluindo mudanças climáticas e transformações tecnológicas, como a inteligência artificial.
4. O que a CCEEF planeja discutir na terceira reunião e quais avanços vocês esperam ter alcançado até lá? Quando e onde será esse encontro?
A terceira reunião da CCEEF ocorrerá de 18 a 20 de agosto, na cidade de Campo Grande (MS). Até lá, esperamos avançar na consolidação de propostas que reforcem as atribuições profissionais dos engenheiros florestais, especialmente no que diz respeito à atuação em florestas e ecossistemas associados, bem como na produção sustentável de bens florestais e na oferta de serviços ecossistêmicos.
Nosso objetivo é garantir que a atuação nesses ambientes seja realizada por profissionais com formação sólida e adequada, assegurando qualidade técnica e responsabilidade socioambiental. Defendemos que o Sistema Confea/Crea continue respaldando a atuação dos engenheiros florestais, valorizando sua formação específica e garantindo segurança técnica e jurídica para o exercício da profissão.
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Fernanda Pimentel / Equipe de Comunicação do Confea