
Confea participa de audiência sobre desafios do transporte hidroviário

Créditos: Arquivo CREA-RS
Na terça-feira (17), a presidente do Crea-AM, Alzira Miranda de Oliveira, representou o Confea em audiência pública na Comissão de Viação e Transportes, da Câmara dos Deputados, para debater a situação do setor hidroviário nacional. O debate foi proposto pelo engenheiro e deputado federal Leônidas Cristino (PDT-CE) com o objetivo de discutir os desafios e as perspectivas da navegação interior no Brasil, considerado um sistema estratégico para a integração nacional e a logística de transporte de cargas e passageiros.
Durante a audiência, Cristino destacou que, embora o Brasil possua uma das maiores redes de hidrovias do mundo, esse potencial permanece subutilizado. Segundo dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), o país conta com aproximadamente 64 mil km de hidrovias navegáveis, mas menos de 20 mil km são efetivamente utilizados para transporte. “A baixa integração com outros modais, a escassez de investimentos em infraestrutura e sinalização, os entraves regulatórios e as secas extremas cada vez mais frequentes comprometem o desenvolvimento do setor hidroviário”, pontuou o parlamentar.
Representando a Região Amazônica, Alzira Miranda apresentou a realidade local e ressaltou que a BR-319 é a única ligação terrestre entre o estado do Amazonas e o restante do Brasil e ainda assim, em grande parte, não é pavimentada. “Nossas hidrovias são nossas rodovias. Só em 2022, mais de 110 milhões de toneladas foram transportadas por via fluvial, o que representa cerca de 10% da carga movimentada no país. Entre 2010 e 2018, observou-se um aumento de 34,8% no volume transportado. Esses números evidenciam a importância desse modal para a nossa região”, destacou.

Ela acrescentou que esses dados não são exclusivos de um único órgão, mas representam um apanhado de informações compiladas por diversas instituições envolvidas com o transporte hidroviário. “Em 2022, o volume de carga transportada por hidrovias teve um aumento expressivo, principalmente com a utilização da hidrovia do Madeira, que se consolidou como um corredor logístico fundamental para commodities como soja e milho. O Madeira escoa tudo o que é produzido em Rondônia e também em Humaitá, no sul do Amazonas”, afirmou.
A presidente do Crea-AM também defendeu a integração entre os modais de transporte como estratégia para maior eficiência logística, mas criticou a ausência de políticas públicas articuladas entre os órgãos competentes. “É fundamental priorizar as dragagens, sinalizar os trechos navegáveis e concluir as eclusas dos projetos dos rios Tocantins e São Francisco, além de fortalecer os órgãos reguladores para garantir uma governança integrada e eficiente”, disse.
Ao encerrar a audiência, o deputado Leônidas Cristino reforçou a importância da presença do Sistema Confea/Crea nos debates sobre infraestrutura. “Sempre faço questão de convidar o Sistema porque, sem engenharia e sem engenheiro, não há desenvolvimento.”
Além de Alzira, participaram da reunião o diretor-executivo do Instituto Brasileiro de Infraestrutura (IBI), Mario Povia; a diretora-executiva da Associação de Terminais Portuários Privados (ATP), Gabriela Costa; o representante do Ministério de Portos e Aeroportos, Dino Batista; o presidente da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), Mario Esper; e o superintendente da Infra S.A, Fernando Corrêa.
Fernanda Pimentel
Equipe de Comunicação do Confea com informações da Agência Câmara
Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
