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Geólogo Antonio Pedro Viero é um dos homenageados na 80ª Soea


Indicado pelo CREA-RS, o Geólogo Antonio Pedro Viero será homenageado na Soea . Créditos: Arquivo CREA-RS

“A Geologia me abriu portas, horizontes e sentido de contribuição com o país". Com essa frase, Antonio Pedro Viero resume a paixão que moldou sua vida. O geólogo, que está entre os profissionais de destaque a serem homenageados com as Honrarias do Sistema Confea/Crea, durante a 80ª Semana Oficial de Engenharia e Agronomia (Soea), em Vitória (ES), reflete sobre a trajetória marcada pela dedicação à ciência e ao desenvolvimento do Brasil.

Quando o senhor percebeu a vontade de seguir na Geologia?
Minha vontade começou ainda na adolescência, no final dos anos 1970, início dos anos 1980. Na época, a Geologia aparecia muito na mídia como uma profissão essencial para o desenvolvimento do Brasil, principalmente por conta dos investimentos na exploração de petróleo e de minerais metálicos. O Brasil precisava crescer e a Geologia estava no centro disso. Eu nem sabia exatamente o que fazia um geólogo, mas sabia que era uma profissão ligada à pesquisa e à produção de recursos minerais — fundamentais para qualquer sociedade. A partir daí, não pensei mais em fazer outra coisa.

E como foi o início da sua trajetória até chegar à universidade?
Foi um desafio. Eu morava em Capinzal, uma cidade pequena no meio-oeste de Santa Catarina, e não havia cursos de Geologia por perto. Por isso, cursei um ano de Agronomia em Passo Fundo (RS), enquanto me preparava para o vestibular. Era uma estratégia para não me distanciar do ambiente acadêmico. No final daquele ano, prestei vestibular na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), fui aprovado e, desde então, mergulhei de vez na Geologia. No começo, era tudo muito novo, eu realmente não entendia em profundidade o que significava ser geólogo, mas fui me apaixonando pela área a cada disciplina.

Teve alguma referência que te inspirou nessa escolha?
Na minha cidade não havia geólogos, mas havia um conhecido da minha família que trabalhava na Petrobras e que se formou em Geologia. Foi através dele que comecei a entender um pouco mais sobre a profissão, sobre as oportunidades e a importância do geólogo no desenvolvimento do país. Além dele, tive dois grandes pilares que me sustentaram: minha família, que sempre me incentivou a estudar, e uma professora do ensino primário, a professora Ivanir. Ela foi fundamental para que eu não desistisse dos estudos em um contexto onde a maioria parava no ensino médio.

Quais foram os grandes marcos da sua carreira?
Minha carreira tem dois momentos bem marcantes. O primeiro foi a atuação mais acadêmica, logo depois da graduação, no mestrado e doutorado, trabalhando com Geotectônica, Petrologia Ígnea e Geoquímica de Rochas Ígneas. Era uma linha de pesquisa bem tradicional e muito focada na ciência pura.
O segundo, e talvez o mais importante, foi quando decidi direcionar minha atuação para áreas mais aplicadas: Geologia Ambiental, Recursos Hídricos e Geologia de Engenharia. Isso abriu portas para eu trabalhar diretamente com empresas, com a sociedade, com órgãos públicos — sempre levando conhecimento técnico da universidade para resolver problemas reais. Essa mudança fez toda a diferença na minha vida profissional.

Como essa mudança impactou sua relação com o mercado e com a formação dos alunos?
Eu pude entender melhor as demandas das empresas, as dificuldades da profissão e o que o mercado espera de um profissional formado. Isso me ajudou muito a levar essa realidade para dentro da sala de aula, contribuindo para que nossos alunos saiam mais preparados, não só tecnicamente, mas também em termos de visão de mercado, de ética e de responsabilidade profissional.

Além da academia, sua atuação no Sistema Confea/Crea também foi marcante, certo?
Sem dúvida. Fui conselheiro do Crea-RS por quase 20 anos, representando a UFRGS e também a Associação Profissional de Geólogos do Rio Grande do Sul. Coordenei a Câmara Especializada de Geologia e Minas, fui coordenador nacional dessas Câmaras e atuei como diretor financeiro e administrativo do Crea-RS em vários mandatos. Também fui diretor financeiro da Mútua por seis anos.

Essa atuação junto ao Sistema foi extremamente importante para meu crescimento profissional e pessoal. Ela me permitiu entender profundamente o papel do Sistema na sociedade e me aproximou ainda mais das necessidades da nossa profissão. Sem dúvida, o Sistema Confea/Crea e Mútua é absolutamente necessário para o desenvolvimento do país.

O que representa para o senhor esse reconhecimento pelo Sistema Confea/Crea?
Significa muito. É, sem dúvida, uma das maiores honras da minha vida profissional. Porque eu sei exatamente o que o Sistema representa para o Brasil. Conheço de perto seu impacto, sua importância na regulamentação e na fiscalização das nossas profissões. Receber essa homenagem, para mim, é motivo de muito orgulho, de gratidão e, principalmente, de reforçar meu compromisso com a profissão, com a formação de novos profissionais e com a sociedade.

Gabriela Arruda / Equipe de Comunicação do Confea

 

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