Os profissionais da engenharia florestal estiveram em Brasília (DF) na semana passada para a última reunião de 2025 da Coordenadoria de Câmaras Especializadas de Engenharia Florestal (CCEEF). Realizada entre os dias 3 e 5 de novembro, a agenda abordou estratégias para intensificar a fiscalização profissional e promoveu reflexões sobre o papel dos profissionais no contexto da COP 30.
Segundo o coordenador Eleandro Brun, um dos pontos centrais da discussão foi a articulação entre Confea e Ibama para fortalecer o Sistema Nacional de Controle da Origem dos Produtos Florestais (Sinaflor). “Discutimos, nesta reunião, os próximos passos para operacionalizar a fiscalização”, explicou Brun, ao mencionar que alguns Creas já testaram a plataforma e identificaram a necessidade de acesso a dados adicionais. "Vamos solicitar ao Ibama acesso específico para os fiscais dos Creas, com base na LGPD, para que possam fiscalizar de maneira mais eficiente e ágil a atuação profissional dentro do Sistema Sinaflor, que é tão importante para fazer manejo florestal sustentável e para que não tenhamos problemas com a questão de profissionais não habilitados e não formados, evitando assim problemas de desmatamento e perda de biodiversidade”, frisou.
Também foi sugerida a criação de grupos de trabalho para debater e formular notas técnicas, com embasamento jurídico, sobre resoluções do Conselho Federal de Biologia (CFBio) que conflitam com as atribuições de várias profissões do Sistema Confea/Crea.
A coordenadoria analisou ainda o Projeto de Lei nº 4.158/2025, que propõe a regulamentação da profissão de arborista. “A proposta é que a gente consiga fazer as devidas adaptações nesse PL, para que ele não fira as atribuições de engenheiros florestais e agrônomos”, explicou o coordenador, ao destacar que o tema vem sendo trabalhado em conjunto com as lideranças da Coordenadoria de Câmaras Especializadas de Agronomia (CCEEAGRO).
O plano plurianual de fiscalização e de fortalecimento da atuação profissional até 2028 foi outro assunto da pauta. “O foco está na ampliação da fiscalização, na atualização de atribuições e na valorização da profissão”, destacou Brun, mencionando as contribuições deixadas como legado para o próximo ano. Entre elas, o Manual de Boas Práticas para Arborização Urbana se sobressai como uma entrega que promove a qualidade de vida e o bem-estar nas cidades, ao tratar de forma estratégica a inserção e o manejo da vegetação no ambiente urbano.
Também foi elaborada nota técnica sobre a importância dos engenheiros florestais no contexto da COP 30, levando em consideração os desafios impostos pelas mudanças climáticas. “É importante aproveitar o legado da COP 30 para seguirmos trabalhando com enfoque nos benefícios das florestas para a sociedade. Temos que olhar o que a COP vai nos deixar de base de discussões para que os profissionais atuem no sentido de colocar em prática os compromissos assumidos pelo país e efetivem, na prática, as ações tratadas em temas como restauração florestal, manejo florestal sustentável, combate às mudanças climáticas e também a integração das florestas ao ambiente urbano”, pontuou o coordenador.
Diante do cenário político de 2026, Brun ressaltou a importância de os engenheiros florestais se engajarem na formulação de propostas, tanto dentro do Sistema Confea/Crea quanto no diálogo com candidatos a cargos públicos. “Queremos estar presentes nas discussões e nos planos de governo, para garantir que nossas ideias e a expertise da engenharia florestal sejam efetivamente colocadas em prática em benefício da sociedade”, afirmou.
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Julianna Curado / Equipe de Comunicação do Confea





