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Automação e IA: o futuro do trabalho na Engenharia já começou
Engenheiro Civil e referência em Tecnologia e IA Eduardo Cavalcanti . Créditos: Arquivo CREA-RS
Automação e o Profissional do Futuro: Inteligência Artificial, Competências e Novas Formas de Trabalho foi o tema do Engenheiro Civil e referência em Tecnologia e IA Eduardo Cavalcanti no 1º Summit de Inteligência Artificial, que ocorreu no CREA-RS, na terça (18).
Para o especialista, a engenharia está atravessando uma das transformações tecnológicas mais significativas de sua história. "A consolidação da inteligência artificial (IA) como ferramenta de apoio à tomada de decisão e automação de processos está redefinindo competências, modelos de trabalho e a forma como instituições e profissionais se relacionam com a sociedade", defendeu.
Em sua palestra, mostrou a fase da implantação da Inteligência Artificial. Segundo ele, 2023 marcou o início da Inteligência Artificial Generativa (IA Generativa), focada na criação de conteúdo novo e original, como texto, imagens, código, áudio e vídeo, caracterizada por sistemas que aprendem, se adaptam e ampliam sua capacidade operacional de maneira contínua.
Para Cavalcanti, 2025 é um marco na automação, com a integração de múltiplos agentes de IA capazes de trabalhar de forma coordenada. Os anos seguintes – 2026 e 2027 – devem consolidar ecossistemas altamente inteligentes, combinando softwares, robótica e processos automatizados em uma única arquitetura operacional.
"Essa evolução trará impactos diretos no setor produtivo e nas atividades da engenharia. Vamos ver a chegada de robôs que vão aprender diretamente com seus usuários. Os primeiros ciclos de treinamento devem durar cerca de dois anos, e esse aprendizado contínuo permitirá que robôs atuem em ambientes cada vez mais complexos, assistindo profissionais e otimizando rotinas", destacou.
Embora a tecnologia esteja amplamente disponível, Cavalcanti destaca que as principais lacunas na implementação da IA estão nas pessoas. Competências profissionais, adaptação cultural e compreensão das ferramentas serão determinantes para a competitividade das organizações. “Se não implementarmos, nossos concorrentes o farão.”
No contexto institucional, especialmente nos Conselhos Regionais de Engenharia, a automação promete uma verdadeira revolução. "Processos administrativos e financeiros concluídos em segundos; redução de retrabalho e aumento da rastreabilidade; agilidade no atendimento ao profissional; ferramentas de análise e suporte à decisão mais robustas; interfaces simples, comparáveis a um excel avançado, porém muito mais inteligentes. A tecnologia passa a ser aliada direta do fortalecimento do sistema profissional."
Dessa forma, sugere que vão surgir novos perfis do profissional da engenharia. "Com o avanço da IA, surgem quatro categorias centrais de atuação: usuários estratégicos, profissionais que utilizam a automação para resolver situações complexas; arquitetos de sistemas, responsáveis por criar estruturas, fluxos e integrações inteligentes; construtores via IA, que desenvolvem sistemas completos a partir de interações diretas com modelos de IA; engenheiros de Prompt, especialistas capazes de descrever de forma clara e precisa as necessidades de um projeto para que a IA entregue soluções confiáveis, sem desvios", destacou.
De acordo com ele, esses perfis não substituem competências tradicionais, mas ampliam o campo de atuação da engenharia. "Modelos de IA conversacional permitem registrar e resumir automaticamente diálogos, organizar informações e reduzir significativamente o tempo gasto com clientes que não têm intenção de fechar serviços. Isso libera o profissional para se dedicar às demandas mais estratégicas e potencializa resultados. O futuro da engenharia já está em construção – e ele é automatizado, conectado e orientado por dados", finalizou, afirmando que o engenheiro que utiliza IA expande sua capacidade de entrega e de tomada de decisão.
"Ferramentas como ChatGPT representam apenas a porta de entrada para um universo muito mais amplo de soluções, recursos e sistemas inteligentes", apontou.
