Do Estaleiro à Influência Global: A trajetória de Gabe Oliveira, engenheiro brasileiro que conquistou a Austrália

Eng. Prod. e Eng. de Inspeção Offshore na Austrália Gabe Oliveira. Créditos: Arquivo CREA-RS
Com 2 milhões de seguidores no Instagram, o Eng. Prod. e Eng. de Inspeção Offshore na Austrália Gabe Oliveira foi um dos palestrantes no 1º Summit de Inteligência Artificial do CREA-RS, que ocorreu no Plenário Farroupilha, na terça (18).
Em sua palestra, o maior influenciador offshore do mundo afirmou: “Fazer o básico já é bastante, dá para fazer a diferença.” A frase resume a jornada de Gabe, que vive há 10 anos na Austrália e se tornou uma das maiores referências brasileiras na área, unindo carreira técnica, produção de conteúdo e inteligência artificial.
Nascido em São Paulo e criado no Paraná, Gabe nunca imaginou que um dia seria reconhecido em aeroportos e restaurantes pela comunidade brasileira, graças aos vídeos que começou a gravar embarcado em uma plataforma de petróleo na Austrália, dentro do próprio quarto. Seus conteúdos, sempre voltados ao público brasileiro, surgiram muito antes da fama – e muito antes do glamour visto no Instagram.

Choque de realidade e a busca pelo inglês
Recém-formado, Gabe enfrentou o que muitos profissionais vivem ao entrar no mercado: o choque de realidade. Ele relembra que sua primeira tentativa de atuar offshore no Brasil terminou em reprovação – não por falta de conhecimento técnico, mas pelo inglês insuficiente. O mais curioso? Anos depois, o mesmo profissional que o havia reprovado realizou novamente o teste e, surpreso, perguntou: “O que você fez? O teu inglês ficou melhor que o meu.” A resposta estava em sua decisão radical: mudar-se para a Austrália para aprender o idioma do zero.
Da construção ao mar: nove tentativas até o registro
A vida offshore não veio pronta. Gabe começou em um estaleiro, conhecendo a base da operação até conquistar sua primeira vaga embarcada. Foram nove tentativas até finalmente ser aprovado nas provas que garantiram seu registro como engenheiro.
O início foi duro, com muitad isciplina, rotina e estudo constante. Depois de um período de volta ao Brasil, retornou para a Austrália, desta vez como profissional consolidado. “Eu não era nada. Mas voltei com uma conquista e me coloquei no mercado como engenheiro.”
Se hoje parece que tudo é simples, Gabe faz questão de desmontar a história. “Mesmo que no Instagram pareça uma maravilha, é muito difícil. Todo mundo acha que é sorte.”
Quando começou, ele tinha dois trabalhos, o de engenheiro e o de criador de conteúdo do dia a dia em uma plataforma. Para cada vídeo, fazia tudo sozinho: roteirizar, gravar, editar, postar. E aqui entra o diferencial técnico que mudou sua trajetória: métrica, método e inteligência artificial.
Criou uma pasta, depois uma planilha, e destrinchava absolutamente tudo, alcance, retenção, comentários, horários, formatos, padrões.
Até que encontrou o seu próprio modelo de viralização e depois, com a IA, acelerou seu processo. “A IA já é parte do meu trabalho de engenheiro. Eu faço muito relatório, 60% a 70% do meu trabalho é sobre isto. E uso IA para otimizar tudo.” Ele também aplica inteligência artificial na rotina como influenciador: padrões de conteúdo, previsões de performance e aprimoramento de criação.
Hoje trabalha em um plataforma de petróleo considerada a melhor do mundo. "A motivação continua, pois sou movido a desafios". Este é o motor de toda sua trajetória, técnica e digital.
“A minha ideia não era ser famoso. Eu só queria fazer permutas", afirmou. É essa naturalidade, aliada à consistência e ao domínio de dados, que o tornou o maior influenciador brasileiro da área offshore no exterior. E mesmo depois de tantos resultados, carreira consolidada, reconhecimento e milhões de visualizações, ele encerra reforçando sua essência: “Eu quero aprender mais.”
Mas também falou do orgulho de ser engenheiro em outro país.

