Priojetos de infraestrutura como política de estado pauta apresentação do presidente do Sicepot

Eng. Civ. Rafael Secchi, presidente do Sicepot-RS. Créditos: Arquivo CREA-RS
Último palestrante primeira edição do Encontro Estadual do CREA JR-RS, que acontece até domingo no Auditório Farroupilha, o Eng. Civ. Rafael Secchi, referência na engenharia pesada do Rio Grande do Sul, falou sobre o futuro da profissão, a importância da infraestrutura e o papel da engenharia na reconstrução de Porto Alegre após as enchentes históricas. Formado em 2009, Secchi construiu sua carreira defendendo o estudo constante e a dedicação no desenvolvimento profissional.
Atualmente, ocupa cargos estratégicos no setor produtivo: é presidente do Sicepot, diretor da Fiergs, coordenador da área tributária da entidade, além de integrar o Conselho de Mineração, o setor de Infraestrutura, a Cebic, onde é vice-presidente, entre outras funções. em 2024, recebeu o prêmio de Engenheiro do Ano, da Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul (Sergs).

Entre as obras executadas ao longo de sua trajetória, destacou a intervenção no conduto Álvaro Chaves, uma das mais relevantes estruturas de drenagem já realizadas em Porto Alegre. “A razão de existir é o conhecimento”.
Para ele, não há avanço nacional sem engenharia. E cuidar da engenharia é, portanto, cuidar da nossa própria casa.
Ele enfatizou que participar de palestras, seminários e eventos técnicos coloca o profissional sempre um passo à frente. Contudo, alertou que o maior problema da área hoje é a comunicação: “Engenharia não é para ganhar dinheiro; é para transformar vidas”.
Ressaltou ainda a dedicação à valorização profissional de lideranças como a da presidente do CREA-RS, Eng. Nanci Walter, que exerce um cargo honorífico sem remuneração, dedicando-se integralmente à defesa da engenharia.

Durante sua fala, Secchi reforçou que a engenharia está presente em todas as áreas do desenvolvimento humano – da medicina ao direito – e que não existe país desenvolvido sem engenharia e sem indústria. Para ele, cuidar da profissão significa também cuidar da sociedade.
O engenheiro lamentou o que considera o maior entrave atual: a comunicação. “Engenharia não é para ganhar dinheiro. É para transformar vidas”,
Falta de mão de obra e a necessidade de políticas de Estado
Secchi concordou com o presidente do Confea, Eng. Vinicius Marquese, sobre a escassez de mão de obra qualificada, um problema que preocupa o setor. Contou que, ainda jovem, passava as férias ajudando colegas em matemática e física, reforçando a importância da formação sólida.
Segundo ele, “a maior dignidade que podemos dar ao ser humano é o trabalho”, e isso só é possível com políticas de Estado que priorizem a infraestrutura e a industrialização. Citou como exemplo o futuro maior processador de dados do país, que será instalado em Eldorado, atraído pela oferta de energia e por condições geográficas favoráveis. A região combina matriz energética diversificada, eólica, térmica e fotovoltaica, e abundância de recursos naturais.
Enchentes: engenharia na linha de frente
Um dos momentos mais marcantes de sua exposição foi o relato sobre o enfrentamento às enchentes de Porto Alegre. Secchi apresentou imagens que mostravam a gravidade da situação, como o prejuízo da Fiergs estimadas em R$ 60 milhões e na destruição completa do sistema de informações. Além disso, mostrou o rompimento de diques.
Responsável por parte da operação, ele explicou que o sistema conta com 23 casas de bomba, destinadas à drenagem. Após o desastre, 18 delas foram recuperadas. A água chegou a ultrapassar a Freeway, entrando na cidade por diversos pontos.
A tomada de decisões, relatou, exigia respostas minuto a minuto. Secchi foi categórico ao atribuir a recuperação da capital aos profissionais da área: “Porto Alegre foi recuperada por engenheiros, e não por políticos."
Encerrando sua fala, reforçou que as tragédias também deixam aprendizados

