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A Norma de Desempenho das Construções


Professor da Unissinos e mestre em Engenharia Civil Roberto Christ. Créditos: Arquivo CREA-RS

Professor da Unisinos e mestre em Engenharia Civil Roberto Christ reiterou em sua apresentação ser objetivo da norma de desempenho o atendimento às exigências dos usuários, independentemente dos seus materiais constituintes e do sistema construtivo utilizado. “Não é uma norma prescritiva, ela expõe requisitos, critérios e a metodologia a ser seguida para avaliação do desempenho de uma edificação”.

Publicada em 19 de julho de 2013, explicou que a NBR 15.575 é aplicável apenas para edificações com projetos protocolados nas prefeituras a partir desta data e também não é válida para reformas. A NBR 15575 estabelece níveis de desempenho ao longo da vida útil da edificação “de acordo com a necessidade dos usuários e com base nos requisitos de desempenho estabelecidos”, sendo eles: habitabilidade, segurança (estrutural) e sustentabilidade, cada um destes com itens a verificar e com classificação de níveis de desempenho mínimo, intermediário e superior, destaca Christ. “Não posso ter nenhum requisito classificado abaixo do grau mínimo.”    

Explicou os conceitos de desempenho, que é o comportamento em uso de uma edificação e de seus componentes, e de durabilidade, que é o desempenho ao longo do tempo e a expressão da durabilidade de um produto é sua vida útil. Destacou a importância das ações de manutenções para manter e incrementar o desempenho da edificação. “Sem manutenção não conseguimos manter a vida útil, ela é a sobrevida da durabilidade das edificações, sem manutenção os sistemas acaba perdendo o seu desempenho e não empenhando a função para que foi projetada, não obtendo assim suas propriedades requeridas durante o tempo necessário”, destacou comparando com as manutenções realizadas em veículos. 

Egenheiro Civil Roberto Christ

Falou também sobre Vida Útil de Projeto (VUP) que é a medida temporal da durabilidade de uma edificação ou de suas partes dos sistemas (estrutura, pisos, vedação, cobertura, hidrosanitário, pinturas, etc). Esta durabilidade é definida pelo incorporador e ou proprietário e projetista, sendo estabelecido em unidade de tempo (anos). “Por exemplo, para estruturas, seja ela de qualquer material construtivo, deve ter uma vida útil mínima de 50 anos e superior de 75”, explicou. Ressaltou, ainda, que cabe ao projetista estabelecer os tempos necessários de manutenção de cada parte da edificação, sendo que para isso os fabricantes devem classificar seus material quanto os requisitos solicitados.

Por fim, citou os diversos ensaios e testes de desempenho que estão sendo realizados no Instituto Tecnológico em Desempenho e Construção Civil Desempenho das Edificações – itt Performance da Unisinos, laboratório em fase de certificação pelo inmetro. Entre eles, ensaios de resistência mecânica, ensaios de guarda-corpo e ensaios de sistemas construtivos inovadores, proteção de periferia, resistência e reação ao fogo de materiais, com destaques para os ensaios realizados visando minimizar o risco de colapso estrutural em situações de incêndio. 

De acordo com o professor, os elementos estruturais devem apresentar resistência ao fogo por um período mínimo de 30 minutos. Os critérios avaliados são:

  A - ESTANQUEIDADE – avaliar as chamas e gases quentes liberados por fissuras ou aberturas no elemento construtivo;
  B - ISOLAMENTO TÉRMICO – avaliar se o calor foi transmitido por radiação e condução através da superfície do elementos construtivo (Temperatura face não exposta atingir 140°C + T amb. MÉDIA ou 180°C +T amb. LOCAL). 
 C - ESTABILIDADE – avaliar se houve ou não apresenta sinais de perda de função no tempo de ensaio;

Também citou os diversos requisitos e exigências para dificultar a inflamação generalizada e limitar a fumaça. Falou, ainda, da importância das simulações de incêndio e evacuação nos edifícios. Ressaltou, ainda, a importância da norma como mudança de paradigma em termos de uma revolução de qualidade na construção civil.

 

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