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Energias renováveis: eletromobilidade ainda é desafio no Brasil


Créditos: Arquivo CREA-RS

Muito se tem falado sobre o constante aumento do litro da gasolina nos postos de combustíveis, que em municípios brasileiros chegou a custar, em outubro de 2021, R$7,50. A alta vem para agravar ainda mais o frágil orçamento das famílias brasileiras pós pandemia, que a trancos e barrancos buscam se recuperar do aumento na cesta básica e conta de luz, cada vez mais caros. No entanto, o crescente preço dos combustíveis afeta ainda um problema anterior à março de 2020: o da mobilidade urbana, especialmente o transporte público.

Os aplicativos individuais de viagens chegaram com força ao Brasil em 2014. Hoje, são concorrentes diretos do transporte público por oferecer mais agilidade, conforto e preços até mais baratos se forem viagens curtas. Porém, a conta que parece boa para o bolso do consumidor se torna cara para o meio ambiente. Cada vez mais veículos circulam nas ruas transportando menos pessoas e emitindo, proporcionalmente, mais CO2

A médio e longo prazo essa é uma conta que também chegará, especialmente na saúde pública. Mídia, sociedade e poder público discutem, com certa frequência, soluções para a alta nos preços das passagens de ônibus - como revitalização de frotas para atrair mais público e pedágio em regiões metropolitanas para diminuir o preço das passagens -, mas parecem fechar os olhos para um problema ainda maior: a falta de incentivo público e privado em um transporte limpo.

Segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), 2021 deve ser um ano chave para despertar o interesse do brasileiro em veículos elétricos (VEs). Até outubro deste ano, foram vendidos mais de 27 mil veículos elétricos no país, e a expectativa é que as vendas alcancem a marca de 30 mil VEs até 31 de dezembro deste ano.

Para Adalberto Maluf, presidente da ABVE e palestrante na décima edição do Cidade Bem Tratada, a adesão de VEs nos próximos anos é otimista. “Eu acredito que esses números vão crescer de forma natural, à medida que a cadeia produtiva mundial migra para o elétrico. E se mantiver esse grau de crescimento, não há como o Brasil ficar desconectado dessa realidade. Até 2030 teremos de 30 a 40% dos veículos vendidos no Brasil como híbridos e elétricos”, diz Maluf em entrevista ao site Olhar Digital.

No entanto, até que ponto o uso de transporte individual, mesmo que elétrico, pode ser efetivamente sustentável?

Necessário dizer que, ao passo que o interesse de brasileiros cresce nos veículos limpos, o mercado é temeroso. Eletropostos ainda são pouco acessíveis e, com a crise da energia elétrica, o preço para abastecer um carro elétrico fica menos atrativo, o que afasta camadas mais pobres e dificulta uma possível adesão em massa.

Eletrificação das frotas é a saída?

Em estudo realizado em 2019 pela Universidade de Seul e o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês) ficou constatado que a diminuição de CO2 na atmosfera não está relacionada apenas à engenharia do veículo, se híbrido ou 100% elétrico, mas ao modo como a energia para movê-lo é produzida.

Em uma perspectiva global, o estudo aponta que não bastaria uma eletrificação das frotas para conter as mudanças climáticas decorrentes do CO2 na atmosfera mas, antes de tudo, seria necessário garantir fontes de energia renováveis diferentes dos atuais preponderantes combustíveis fósseis.

Em outras palavras, não há solução prática para problemas complexos. De acordo com Maluf, “é preciso aposentar os combustíveis fósseis e investir em biomassa e biocombustíveis”. Caso contrário, mesmo em um cenário em que os veículos à combustãodeixem de ser a maioria no Brasil, a emissão de CO2 pode ser igual ou até maior se as minas de carvão e hidrelétricas continuarem sendo exploradas da forma como são.

É necessário, antes de garantir um novo modelo de veículo particular para adesão em massa, pensar em um transporte público descarbonizado, seja este elétrico ou a biodiesel. Sem subsídio ou financiamento, não há como viabilizar. O transporte público precisa voltar com força neste pós-Covid. Mas ele precisa ser limpo.

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As inscrições são gratuitas e podem serem feitas pelo site - http://www.cidadebemtratada.com.br/novo/inscricoes

SERVIÇO:
O que: 10º Seminário Cidade Bem Tratada
Quando: 17/11/2021
Horário: das 8:30h às 17:30h
Onde: Edição virtual, com transmissão pelo nosso canal no Youtube e página no Facebook.
Inscrições gratuitas: www.cidadebemtratada.com.br
 

Fonte: Cidade bem Tratada

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