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CREA-RS Entrevista com Isadora Boff, estudante de Engenharia Mecânica da UFRGS que desenvolveu banco de carro acessível


Créditos: Arquivo CREA-RS

Aluna do curso de Engenharia Mecânica da UFRGS, Isadora Rodrigues Boff ganhou o Prix Coupe de Pouce ENACTUS France – Innover pour le bien Vieillir (“Inovar para um bom envelhecimento”). Isadora está fazendo dupla diplomação na França e aproveitou o Parcours Entrepreneuriat, um apoio que a escola Centrale Supélec oferece para os alunos criarem sua própria Start Up, para desenvolver o projeto vencedor em parceria com as colegas Pietra Fristch de Araújo e Caroline Melo Gomes de Souza.

Os principais critérios de escolha para a premiação foram: potencial de sucesso do projeto quanto ao mercado e clientes em vista, aspecto social/ambiental, inovação, pesquisa de opinião pública feita com sucesso (Minimum Viable Product) e um Business Model, detalhando aspectos da criação do produto e sua comercialização, por exemplo.

O CREA-RS Entrevista de hoje conversou com Isadora para saber mais sobre o projeto e a comercialização da inovação no Brasil. Confira!

CREA-RS: Como foi ganhar o Prix Coupe de Pouce ENACTUS France?

Isadora Boff – Foi um momento muito especial, pois vi a primeira prova concreta do potencial do meu projeto. Eu sempre tive em mente com muita clareza a motivação pela qual o projeto deveria ter sucesso: ajudar a pessoas com dificuldade de mobilidade e que não têm acesso às soluções do mercado atual, as quais não são acessíveis à maioria da população. Entretanto, eu também imagino certos futuros obstáculos que o júri e os investidores da Startup Siège Senior podem enxergar, e ganhar o Prix Coupe de Pouce ENACTUS France me mostrou que a ENACTUS acreditou que eu pudesse superá-los.

CREA-RS: Pode falar um pouco mais sobre como funciona para concorrer a esse prêmio e qual é a premiação?

Isadora Boff – Para concorrer na categoria “Innover pour le bien vieillir” (Inovar para um bom envelhecimento em português), o candidato deveria apresentar uma ideia de Startup inovadora nesse domínio, e detalhar diversos aspectos que não se limitam (inclusive não são o foco do prêmio) à solução técnica ao problema a ser solucionado.

Os principais aspectos essenciais do dossier de inscrição são: um business model bem claro, explicando quem seria o público-alvo, como seria o contato com essas pessoas, quais seriam os principais gastos e lucros da Startup, quais seriam meus principais parceiros, colaboradores e competidores, e, é claro, as principais atividades exercidas pela empresa. Isso tudo é muito importante para mostrar ao júri que você tem consciência do perfil do seu projeto, e como você poderá garantir que a solução técnica conseguirá de fato impactar positivamente muitas pessoas.

CREA-RS: O seu projeto é de um banco de carro que se adapta para pessoas com deficiência e idosas, certo? Como ele funciona?

Isadora Boff – Sim, o produto que será comercializado pela minha Startup e começou a ser projetado em 2018 no curso de Desenho Técnico II ministrado pela professora Paulete Schwetz, quando tive o prazer de trabalhar com Caroline Gomes e Pietra Fritsch. É uma adaptação do banco do passageiro do carro, o qual poderá rotacionar e “sair” um pouco da porta-veículo, facilitando o momento da entrada e saída da pessoa. Ela poderá sentar exatamente de costas para o banco, e não de lado, o que exige mais apoio e esforço físico.

CREA-RS: Existe possibilidade de levar essa ideia para o mercado?

Isadora Boff – Certamente, é justamente pelo potencial de sucesso do modelo de comercialização desse produto que o prêmio foi ganho pela minha Startup Siège Senior. Eu inclusive fiz uma pesquisa de opinião pública com diversos brasileiros com 60 anos ou mais, e cerca de 80% relataram ter dificuldade nesse momento, e, além de a maioria não conhecer um produto similar ao que eu ofereço, os que conhecem dizem que o preço não é acessível e que não poderiam pagar por ele.

Certos aspectos do design e concepção que farão com que o preço seja consideravelmente menor que o da competição já foram decididos. Apesar de o projeto estar sendo desenvolvido aqui na França, devido ao maior incentivo e financiamento que recebo aqui, ele será comercializado no Brasil, onde eu concluí que o mercado estaria mais necessitado de tal solução. Durante o ano de 2021, pretendo finalizar o protótipo do produto, e, no ano seguinte, firmar as parcerias com associações brasileiras de idosos e lojas já especializadas com esse público- alvo para facilitar o contato num primeiro momento.

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