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Além de alimentos, Brasil é exportador de conhecimento e tecnologia de agronomia


Para o representante da FAO, Alan Jorge Bojanic, o Brasil não só tem commodities, mas experiências e tecnologias . Créditos: Arquivo Confea

Foram iniciados na noite desta terça-feira, em Cuiabá (MT), os trabalhos da 1ª Reunião dos Conselheiros Federais, Conselheiros Regionais e Profissionais da Agronomia, do Sistema Confea/Crea e Mútua, com agenda integrada ao Congresso Brasileiro de Agronomia. Conferencista de abertura dos eventos, o representante da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura) no Brasil, Alan Jorge Bojanic, tratou sobre a posição de destaque que o Brasil tem como produtor de alimentos no cenário mundial e sobre as principais dificuldades e desafios para a segurança alimentar.
De acordo com o engenheiro, entre as principais dificuldades de se implementar políticas de maior produção e distribuição de alimentos, está a falta de vontade política. “Para acabar com a fome no mundo, precisamos investir US$ 83 bilhões por ano. Não é muito. Essa quantia significa 10% dos gastos bélicos do mundo. Só 10% desse orçamento é o que o mundo precisa para sair da pobreza”, ressaltou, ao enfatizar que para o combate à fome do planeta é necessária uma oferta de alimentos equivalente a cinco vezes a atual safra brasileira, de 200 milhões de toneladas de grãos.
Além de vontade política, entre os itens necessários para o combate à fome no mundo, segundo a ONU, está a solidariedade internacional. “A questão não é levar mais alimentos para a África, mas ensinar a África a produzir seus próprios alimentos. Os africanos têm terras, têm águas. As dificuldades lá são mais em relação à governança dos recursos, ou seja, precisamos levar experiências bem-sucedidas para lá”, explicou Bojanic.
Brasil: o celeiro do mundo
De acordo com Bojanic, o Brasil não só tem commodities, mas experiências e tecnologias específicas para países tropicais, práticas que lidam com a abundância de água doce e com a organização dos produtores. “É por isso que o mundo tem tanta expectativa de que o Brasil seja o grande celeiro do mundo. Não é apenas o fornecimento de alimentos, mas também de conhecimento, tecnologias, políticas sociais e financiamento para o desenvolvimento”, completou.
Ainda segundo a palestra, entre os países que mais têm potencial produtivo, o Brasil está ao lado dos Estados Unidos, Ucrânia, Rússia e Austrália. Entre esses continentes, a América Latina foi o que contribuiu mais significativamente para o aumento da produção mundial nos últimos anos, segundo dados da FAO, e segundo o organismo, a expectativa do mundo para o futuro é que 40% de todos os alimentos venham do Brasil.
Segurança alimentar
De acordo com dados levados por Bojanic ao encontro, quatro são os fatores que afetam a segurança alimentar e nutricional: a disponibilidade de alimentos, o acesso a eles, sua utilização e qualidade, e a estabilidade do clima nas diversas regiões do mundo. Entre as soluções que podem ser vislumbradas no futuro, estão o aumento da aquicultura e piscicultura, o incremento da agricultura urbana e a insetocultura: “Realmente é uma questão de opção e até mesmo cultural, mas é algo para se pensar no futuro, pois é fácil produzir grande quantidade de insetos – que são fontes de proteínas e minerais - em pequenos espaços”, concluiu.

Equipe de Comunicação do Confea

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