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Produção em grande escala depende de tecnologia afirmam representantes da Andef


Créditos: Arquivo CREA-MT

Com auditório lotado, o palestrante Eng. Agrônomo Guilherme Luiz Guimarães, gerente técnico e de regulamentação federal da Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef) iniciou a sua palestra sobre “Agrotóxicos: Fatos, Mitos e Segurança Alimentar”, mostrando uma notícia publicada há 50 anos sobre o iminente risco de faltar pão no mercado até o final do ano, pela baixa produção de trigo. “Hoje a realidade é outra, há fartura de alimentos e o custo da cesta básica é a metade do custo da mesma cesta básica da década de 70. Isso graças ao maravilhoso trabalho do produtor rural, do engenheiro agrônomo e das novas tecnologias”, observou Guilherme.
Ele também mostrou que enquanto o Japão produz uma tonelada de alimentos a cada U$ 100,00 de investimento, a França produz quatro toneladas contra 13 toneladas produzidas pelo Brasil, ficando comprovada a eficiência e a importância da agricultura brasileira que é a maior do mundo.
Para desmistificar os malefícios intensamente difundidos pelas mídias causados exclusivamente pelo uso de agrotóxicos, Guilherme apresentou alguns exemplos de alimentos que naturalmente produzem substâncias químicas nocivas à saúde, como o suco de maça, o café e a batata, e suscitou uma reflexão em paralelo à obra “Inferno” de Dan Brown: haverá alimento suficiente em 2050, frente ao uso irracional de água, ao crescente aumento de áreas degradadas, ao alto custo da energia, ao alto desperdício de alimentos, às constantes mudanças climáticas?  Fatores que, do ponto de vista do palestrante, podem ser superados somente com tecnologia e no caso do desperdício, com educação.
“A FAO espera do Brasil, que possui água doce em abundância, terras produtivas, recursos humanos bem formados, entre outros, a produção de alimentos para grande parte do mundo e para isso é necessário mais investimento em conhecimento, em infraestrutura, mais cooperação internacional e vontade política de longo prazo”, salientou Guilherme.
Já o diretor executivo da Andef, Eduardo Daher, justifica que o aparecimento de novas pragas, a exemplo da Helicoverpa Armígera, se deve à absoluta porosidade das barreiras fitossanitárias do Brasil. “Não podemos deixar de levar em consideração que neste ano já tivemos a Copa das Confederações, a Jornada Mundial da Juventude, em 2014 teremos a Copa do Mundo e a cerejinha do bolo será as Olimpíadas do Rio de Janeiro. Gente do mundo inteiro entrando e saindo do país carregando pragas que se adaptarão rapidamente ao clima tropical do Brasil”.
Também ressaltou, em contrapartida, que a burocracia brasileira impede que novas moléculas sejam aprovadas na mesma proporção que as pragas aparecem. “Precisamos de uma política de igualdade. Os produtos proibidos no resto do mundo também são proibidos no Brasil, mas os produtos permitidos em outros países são liberados para o Brasil? Não. Se fosse teríamos à disposição várias moléculas eficientes para combater a Helicoverpa”, desabafou Daher. 
Para finalizar os debates o palestrante falou da importância de se criar uma imagem positiva do engenheiro agrônomo, já que o seu trabalho é fundamental para a manutenção da sobrevivência humana. “Nos Estados Unidos há uma forte campanha de valorização ao produtor rural, o incentivo à produção e à continuidade dos filhos na agricultura. No Brasil o filho do Agricultor está dando preferência às praças de alimentação dos shoppings Centers e com isso está haverndo uma diminuição da vocação na área da agronomia”.
Visivelmente o interesse do público presente era de que o tema continuasse em debate. Diante do questionamento que pipocou e não pôde ser respondido, devido ao tempo que se esgotara, sugeriu-se a formação de fóruns nos Creas e nas Universidades para levar essas informações a diante, com o objetivo de sanar as dúvidas dos muitos mitos que rodeiam os agrotóxicos.
Fonte: Crea-MT

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