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Economia e Engenharia são tema de debate do EESEC


A partir da esq., Montoya, Cirne, Hickmann e Pravia. Créditos: Arquivo CREA-RS

A tarde do primeiro dia do XIV Encontro das Entidades de Classe do RS, quinta-feira (25), foi encerrada com um debate sobre o mercado de trabalho para os Engenheiros, com a palestra do economista da FGV, Ernani Hickmann, e a participação dos professores economista Zacarias Pravia e Eng. Civil Marco Montoya, ambos da Universidade Federal de Passo Fundo (UFPF). Falando sobre o passado, presente e futuro dos mercados brasileiros, os palestrantes foram unânimes no ponto da qualificação profissional para alavancar o mercado na área da Engenharia, destacando os gargalos existentes no País nas áreas de infraestrutura, educação e da grande carga tributária que impede maior e mais rápido o crescimento econômico. 

Um dos conselhos dos palestrantes foi a busca por especialização, principalmente na área da administração, o que proporciona um grande diferencial ao profissional para atuação como gestor em grandes empresas; e o problema em haver tantas modalidades de “Engenharias” oferecidas no Brasil, considerado por Hickmann um modelo ineficiente. Para o economista, o ideal seriam os modelos europeus e o americano, onde há o bacharel em Engenharia que, após formado, busca especializar-se.

“O segredo do mercado de trabalho é ser flexível, ter capacidade de se adaptar às mudanças de mercado e ao próprio desejo do consumidor. Ao final de cinco, seis anos de curso, grande parte do que aprendemos está defasada”, destacou, afirmando que ter tantas carreiras na área é um desafio ao País. Propõe um sistema mais versátil “onde seja possível mudar o foco da profissão através de cursos de pós-graduação”.

“Estamos formando um profissional que talvez não tenha empregos”, afirmou o Eng. Civil Montoya. “Dez anos atrás quem imaginaria que haveria webdesing ou profissionais que trabalham com monitoramento de redes sociais”, destacou, justificando que “não há como saber quais serão as profissões do futuro“. Para ele, não é mais possível pensar em “engenheiros-empregados”, pois o mundo do futuro é o das ideias. “Temos que pensar em engenheiros que criem patentes e produtos. Nômades do conhecimento, indo a onde ele estiver”, ressaltou. Destacou que “ideias geram riquezas” e da necessidade de se investir em tecnologia, saneamento e infraestrutura pensadas pela Engenharia. “Acha que político sabe onde colocar aeroporto?”, indagou a moderador. Finalizou com dados que demonstram a ainda baixa formação de Engenheiros pelas universidades para as necessidades do País.       

Último a se manifestar, se mostrando otimista sobre o futuro, o economista Zacarias Pravia preocupa-se com o apagão de mão de obra – “qualificada e não qualificada”- para sustentar o crescimento do Brasil, que para ele mudou de modelo: “avançando na distribuição de renda e criando um novo mercado de consumo”. “O grande debate é como sustentá-lo?”, explicou. Mas, afirma que “o mundo ainda aposta no Brasil” com investimentos estrangeiros na casa dos 45 bilhões, enquanto os nacionais ficam em 15 bilhões. Para ele são ainda gargalos o baixo investimento, a carência de mão de obra, e as deficiências na educação. “Nesta busca de crescimento os engenheiros são muito importantes”, afirmou. Criticou, porém, o corporativismo das profissões que as deixam pouco flexíveis em termos de capital humano. “Isto deveria ser repensado”, sugere.   

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