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Sustentabilidade foi o foco no primeiro dia do XXXI Seminário das Inspetorias


Propostas colocadas em prática pelos profissionais de Torres foram apresentadas pelo representante da Zona Litoral . Créditos: Arquivo CREA-RS

O primeiro dia de debates entre os inspetores do CREA-RS reunidos em Lajeado, entre os dias 15 e 17 de outubro, teve duas palestras que falaram sobre sustentabilidade. A primeira, conduzida pelo representante da Zonal Litoral, Eng. Civil Marco Antônio Saraiva Collares Machado, abordou propostas de sustentabilidade para o Sistema Confea/Crea e Mútua. A segunda, ministrada pelos Engenheiros Odorico Konrad e Javier Valero, apresentou os projetos da Univates nas áreas de energia sustentável e automação. 

As ações propostas pelo Eng. Collares, aplicadas nas cidades de Torres, onde já foi inspetor, nasceram da preocupação com a falta de objetividade nas análises dos licenciamentos ambientais e das edificações do município, o que causa diversos problemas aos profissionais que atuam na região. Para ele, deve haver padronização nessas aprovações, tanto por parte da Prefeitura, quanto do Corpo de Bombeiros. “Os critérios devem ser claros e objetivos para não haver constrangimento aos profissionais”, afirmou. 

Defendeu que a análise dos agentes públicos para obtenção dos licenciamentos deve ser focada apenas no Plano Diretor e no Código de Obras. “O projeto quem faz é o profissional, e queremos ele na obra e não juntando papel”, criticou. Para melhorarar esse processo apresentou a Cartilha de Aprovação de Projetos, que contou com a parceria do Ministério Público, CREA-RS e da entidade de classe do município, e traz um check list dos procedimentos necessários para tramitação de projetos na Prefeitura. 

Também foi realizado um Seminário com o mesmo tema que reuniu profissionais, funcionários municipais e vereadores e buscou esclarecer temas importantes para as cidades, como os índices construtivos, a altura, a volumetria e o índice de aproveitamento das edificações. “São ações que integram os profissionais e a sociedade e dão suporte aos municípios que muitas vezes carecem de profissionais técnicos em seus quadros.” 

Presentes à mesa da palestra, a Eng. Ambiental Nanci Walter, representante da Zonal Sinos, destacou a importância das inspetorias partilharem as boas iniciativas, adaptando-as às suas particularidades regionais. Já o Eng. Civ. Sérgio Santos de Paula Couto, inspetor-chefe na Inspetoria Canela/Gramado, se disse motivado com a apresentação e destacou a necessidade de instruir tecnicamente os legisladores, que muitas vezes são leigos na áreas das Engenharias. “Nós podemos agir preventivamente para que as legislações sejam feitas e atualizadas com o viés técnico.”

Automação para economia de energia 

Professor da Univates Odorico Konrad
Investindo forte na pesquisa relacionada às energias renováveis, a Univates conta com uma incubadora de projetos tecnológicos, o Tecnovates. Para apresentar uma das empresas que atuam no local, o professor Eng. Civil Odorico Konrad abriu a apresentação do Engenheiro espanhol Javier Valero, representante da Intéling. A empresa atua com inovação na área de Domótica (automação residencial) e Inmótica (automação predial) e integra a Incubadora Tecnológica da Univates. 

Destacou que, com 960 placas de energia solar em seu teto, o Tecnovates possuiu a maior usina solar do Rio Grande do Sul, sendo o prédio totalmente abastecido por energia fotovoltaica. De acordo com o professor, o feito gera um misto de alegria e tristeza, “pois demonstra que ainda estamos engatinhando muito nesta área”, afirmou. Como exemplo lembrou que a Alemanha, com muito menos radiação solar que o Brasil, já possui 42 gigawatts de potência instalada, enquanto no País existem apenas 10 mega. 

Introduzindo a palestra do Eng. Javier Valero, afirmou que de nada adianta falar em energia renováveis, sem pensar em eficiência energética. “Falamos tanto em prédios, mas não falamos na eficiência dessas edificações. Esse é um campo espetacular e os profissionais para atuar não apareceram ainda”, destacou. 

Engenheiro Javier Valero

A energia fotovoltaica é ainda uma tecnologia cara de ser empregada, conforme o Engenheiro Javier, que por isso aposta nos sistemas híbridos. Também destaca serem os sistemas automatizados inteligentes ferramentas eficientes para economia de energia. “Aqui no Brasil ainda se pensa na automação como ostentação, mas é um sistema que serve para economizar”, explicou. 

Javier explica que a automação evita o desperdício. “Mais de 10% da energia do Brasil é desperdiçada. São 11 bilhões por ano perdidos”, destacou. Segundo o Engenheiro, investindo em sistemas automatizados, tanto em casas como em empresas, é possível reduzir os custos com energia elétrica em até 50% em relação às instalações tradicionais. Para ele, fato importante no Brasil, que tem umas das mais altas taxas de energia elétrica, apesar de acreditar que o país “poderia ser o primeiro do mundo na área energética”. 

Apresentou algumas patentes de sua empresa, como um detector de presença, usado para controle de iluminação do ambiente, que dimensiona a necessidade de luminosidade pelo número de pessoas no ambiente. O sistema, que atravessa qualquer superfície (madeira ou concreto), não fica aparente na decoração. Também mostrou o case Hospital Universitário Central de Asturias (HUCA), na Espanha, pelo qual a empresa ganhou o maior prêmio europeu em automação. No local, toda a climatização e a iluminação são controlado por mais de 11.500 dispositivos instalados, monitorados através de um Sistema Integrado de Gerenciamento (SIG). 

Outros produtos em estudo pela Intéling são as fachadas geradoras de energia, construídas com um material chamado Thin Film PV; os sistemas inteligentes de estacionamentos, que mostram as vagas liberadas e as ocupadas; e as placas concentradoras de PV, que são placas fotovoltaicas que concentram maior quantidade de luz em um mesmo ponto produzindo 45% a mais de energia que as placas tradicionais. Encerrou dizendo que é o momento dos empresários entenderem que devem investir nessas pesquisas, citando uma empresa gaúcha que participa da pesquisa das placas PV no Estado. “A energia está inseria no preço de produção dos produtos”, destacou.  

 

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