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Mortes por choque elétrico aumentam em crianças pequenas e diminuem entre jovens


Houve um aumento de mais de 50% entre as crianças pequenas entre 0 e 5 anos, de 2014 com 20 mortes para 2015, com 32 mortes. Créditos: Arquivo CREA-RS

A Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel), entidade civil sem fins lucrativos que luta há mais de 10 anos pela diminuição de acidentes com eletricidade, divulgou dados sobre os acidentes de origem elétrica do ano de 2015. No que se refere à faixa etária, é possível constatar duas mudanças importantes: houve um aumento de mais de 50% entre as crianças pequenas entre 0 e 5 anos, de 2014 com 20 mortes para 2015, com 32 mortes. As causas se repetem: tomadas sem proteção, fios desencapados, extensões, fuga de corrente em eletrodomésticos – especialmente ventiladores, geladeiras e máquinas de lavar, ou seja, os "acidentes" acontecem onde a segurança deveria ser maior, dentro das casas. 

Segundo a Abracopel, a criança pequena é curiosa e coloca o dedinho e a boca em toda parte. Nesta faixa etária é fundamental a atenção dos pais o tempo todo. Existem, porém, acidentes e "acidentes". E os "acidentes" com eletricidade são 100% evitáveis. Dedo na tomada, fio desencapado na boca, mãozinha na geladeira: todas estas condições não causariam nenhuma morte caso a população brasileira cumprisse uma norma que torna obrigatório o uso de um aparelho chamado Dispositivo Diferencial Residual (DR). Não conhece, não é? Infelizmente, não é só você. Este aparelho que nada mais é que um “protetor de vidas” evita que a corrente elétrica cause um dano na pessoa que tocar a eletricidade. No caso de uma criança colocando uma chave na tomada, o DR vai desligar a energia em 20 milissegundos, ou seja, não dá tempo da corrente chegar até o dedinho curioso. Este aparelho de simples instalação e com uma função tão vital é ainda um ilustre desconhecido na maioria das casas. E sabe qual a razão? Dizem que ele é caro. Um DR custa em torno de 150 reais, quanto custa a vida do seu filho?

Certamente o número de crianças mortas em 2015 dentro das casas, com o uso do DR, seria 0. A boa notícia das estatísticas divulgadas pela Abracopel é na queda de mortes em outras faixas etárias: entre 6 e 10 anos, tivemos ligeira queda: em 2013 foram 21 mortes, em 2014 caiu para 14 e em 2015 para 12. Já na faixa etária jovem da população, entre os 11 e 20 anos houve uma queda de em média 10% de 2013 para 2015, foram 81 mortes em 2013, 73 em 2014 e 63 em 2015. Outra faixa etária campeã de mortes entre 21 e 40 anos também teve queda de 15% entre 2014 (325 mortes) e 2015 (270). Temos a esperança de que as crianças e os jovens estão se conscientizando sobre os riscos que a eletricidade oferece e estão tomando cuidados que antes não tomavam. O Concurso Nacional Abracopel de Redação e Desenho tem importante função nesta diminuição: atuando na faixa etária entre os 6 e 15 anos, há 4 anos esta ação da Abracopel promove uma movimentação nas escolas públicas de todo o país oferecendo premiação para crianças e adolescentes – além de professores e escola, para as melhores redações e desenhos que abordem o uso seguro da eletricidade. O concurso tem crescido e a entidade busca apoio das empresas concessionárias de energia elétrica para juntos chegarem a todas as escolas públicas do país. Uma faixa etária que subiu foi entre os 41 e 50 anos: em 2013 foram 80 mortes, em 2014 subiu para 98 e em 2015 tivemos 120 mortes nesta faixa etária. Esta é uma faixa etária comum entre os profissionais do setor da construção civil (pedreiros e pintores) que representam uma parcela muito alta de mortes, em 2015 foram 43 pedreiros e 15 pintores que perderam suas vidas devido a choque elétrico. O certo é que a eletricidade não escolhe faixa etária, por isso se você tem 8 ou 80 anos não importa: é fundamental se informar e entender que a eletricidade é fundamental para nossas vidas, mas quando não é respeitada ela pode matar. Conscientização é a palavra de ordem! 

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