Notícia

A Engenharia é a solução para os problemas brasileiros?


A desaceleração da economia brasileira na década de 80 contribuiu diretamente para a estagnação dos cursos de Engenharia e do desenvolvimento da profissão no país. Os impactos são sentidos hoje, quando a sexta economia do mundo passa por um déficit de profissionais, e pode diminuir seu ritmo de crescimento pela falta de mão de obra especializada.
Nesse contexto, o eng. civ. Aluízio de Barros Fagundes, presidente do Instituto de Engenharia do Rio de Janeiro, apresentou na tarde de quinta-feira, 22/11, “Os Caminhos da Engenharia Brasileira”. A palestra, realizada durante a 69ª Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia (Soea), ilustrou os desafios que o Brasil enfrenta para se manter competitivo no cenário internacional e a relação desse desenvolvimento com a Engenharia. Além disso, Aluízio Fagundes discorreu sobre a importância de envolver os jovens no Sistema Confea/Crea e que a participação desses profissionais nas entidades de classe é fundamental para renovar a Engenharia no país.
Para a Engenharia ser utilizada como instrumento de progresso de uma nação e base de sua economia, seu fundamento precisa ser o benefício da população e não apenas a produção de lucro, mesmo que este seja um de seus fins. “A Engenharia não pode ser um commoditie a serviço da economia, e é por isso que o Brasil conta com um número muito pequeno de engenheiros em relação à demanda atual”, alerta Aluízio. Outra questão preocupante é a quantidade cada vez maior de profissionais estrangeiros que vêm para o Brasil sob o argumento de falta de mão de obra.
Considerado um dos responsáveis por essa visão distorcida, o Estado contribui de duas maneiras para manter esse cenário de estagnação, pela ingerência dos serviços públicos – falta de engenheiros em seus quadros de pessoal, obras planejadas sem a presença de um especialista, corrupção – e pela falta de investimentos em educação, fator esse que influencia na qualidade do profissional que chega ao curso superior sem a formação básica necessária.
“Somos obrigados, na qualidade de profissionais e cidadãos, a alertar a sociedade sobre problemas e desvios na condução dos interesses nacionais. (...) Queremos demonstrar que conhecemos a essência dos problemas e sabemos os caminhos a percorrer em suas soluções”, defende Aluízio Fagundes.
Para isso, a proposta apresentada aos profissionais presentes foi um “pacto pelo progresso, fundamentado nos princípios éticos da honestidade, da humildade e da coragem”. E quais devem ser as diretrizes desse pacto?
São necessárias ações no sentido de resgatar o ensino público fundamental, inserir processos indutores da produtividade, competitividade, tecnologia e inovação nos cursos técnicos e superiores de Engenharia, além de matérias da área do Direito que impactam os serviços do engenheiro, estabelecer códigos ambientais – para fixação de paradigmas de projetos e definição de crimes ambientais –, tornar obrigatório o apoio do Ministério Público e dos Tribunais de Contas em expertises de competência em Engenharia, para formulação de inquéritos e ações judiciais, e rever o perfil do engenheiro do século XXI, em consonância com as exigências do mundo global.
As orientações surgiram de um ciclo de palestras promovido pelo Instituto de Engenharia do Rio de Janeiro desde 2011 intitulado “Caminhos da Engenharia”. Nele, as discussões ganharam consistência e vêm influenciando jovens e profissionais já estabelecidos para unir forças em prol do desenvolvimento da Engenharia brasileira. Em 2013, o tema a ser abordado é o agronegócio.
E para convocar jovens ainda no período da graduação, o Instituto mantém parcerias com escolas de Engenharia e realiza um trabalho sociocultural e esportivo que envolve os futuros engenheiros na problemática da profissão de maneira leve e descontraída. A família também é acolhida para resgate de valores, como a ética e a responsabilidade, com o objetivo de criar um senso de compromisso com o sistema que se mantém após a entrada no mercado de trabalho. A importância do amor à profissão foi destacada pela eng. Miriana Marques como primordial na construção dessa relação com o Sistema. “Temos que ser engenheiros com o coração”, defende a vice-presidente de Assuntos Internos, do Instituto de Engenharia, responsável por manter os jovens interessados e atuantes.
(Equipe de Comunicação Crea-SE)

Outras Notícias

NOTÍCIAS

COLUNA SEMANAL

A Coluna Semanal é o newsletter encaminhado todas as sextas-feiras aos profissionais, empresários, estudantes e interessados nos temas da área tecnológica. Colunas Anteriores

FIQUE POR DENTRO DE TODAS AS NOVIDADES AGORA MESMO: