Eng. Civ. Marco Antonio Saraiva Collares Machado, conselheiro da Câmara Especializada de Engenharia Civil e ex-inspetor de Torres do CREA-RS. Créditos: Arquivo CREA-RS

quinta, 11 de maio de 2017

A nucleação urbana é parte do desenvolvimento econômico dos municípios e, nos últimos anos, ocorre em locais não apropriados ou de forma irregular por falta da aprovação dos projetos. Algumas das razões identificadas são a falta do documento de posse ou de domínio do cidadão, fragilidade na composição dos corpos técnicos que licenciam os empreendimentos e a inexistência de Plano Diretor.

O cenário atual, evidenciado na grande maioria dos municípios do País, é tema de discussão entre os profissionais do Sistema Confea/Crea e Mútua.

Dessa forma, a Inspetoria de Canela/Gramado promoveu a palestra técnica Mobilização pelo Planejamento Urbano. O Eng. Civ. Marco Antonio Saraiva Collares Machado, conselheiro da Câmara Especializada de Engenharia Civil e ex-inspetor de Torres do CREA-RS, apresentou a experiência da Inspetoria de Torres e da Associação de Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos do Litoral (Asenart) junto aos órgãos públicos executivos e legislativos do município para os profissionais da Região da Serra, no dia 10 de maio, na sede regional.

O encontro contou com a presença de Engenheiros, Arquitetos, Técnicos em Meio Ambiente, representantes das áreas pública e privada.

De acordo com o inspetor chefe, Eng. Civil Sergio Santos de Paula Couto, organizador do evento que reuniu cerca de 30 pessoas, aparentemente a experiência de Torres, litoral, não teria nada a ver com o planejamento urbano da Região das Hortênsias, dos grandes, médios ou pequenos centros urbanos, zona rural, Colônia ou dos Campos de Cima da Serra. “Entretanto, o relato das situações vivenciadas e a experiência de atuação conjunta dos profissionais de Torres deram uma amostra de que todas as regiões do Estado e do País têm realidades semelhantes”, justifica.

Para ele, a insatisfação popular é geral com relação à queda da qualidade de vida da maioria das pessoas em benefício econômico de poucos, quanto ao ordenamento do uso do lugar onde vivem, afetando habitação, insolação, aeração, transportes, preservação do ambiente natural, paisagens e o abastecimento d’água.

“O encontro, em torno da Inspetoria de Canela/Gramado e da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Torres, se resume em uma palavra: ‘atitude’! Somos nós, profissionais, que detemos o conhecimento necessário para orientar o ordenamento urbano, para definir como as coisas devem ser feitas para o bem comum e não apenas para o lucro fácil de alguns”, explicou.

Apesar da diversidade do ambiente natural nas diversas regiões, segundo o inspetor Sérgio, há uma uniformidade de comportamento. “Gestores públicos despreparados, funcionários públicos omissos ou coniventes e uma sociedade silenciosa. A experiência de Torres demonstra, então, a responsabilidade dos profissionais de que, de forma individual, não era possível quebrar os paradigmas, acertar o que estava errado. Uma vara isoladamente não suportava a pressão e se rompia. Mas o feixe de varas, os profissionais unidos em torno das instituições, suportou os ventos, as tempestades e os raios decorrentes da reação da minoria privilegiada e conseguiu introduzir importantes avanços no ordenamento territorial, em benefício da coletividade”, avaliou.

Ainda segundo o Inspetor, o resultado do evento será a união dos profissionais em busca de um aperfeiçoamento em conjunto. “A implantação da Inspetoria Canela/Gramado e a reativação da Associação dos Engenheiros e Arquitetos do Vale e Serra têm este objetivo! Ao trabalho”, finalizou.