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Energia eólica é tema de palestra na reunião da Coordenadoria de Eng. Industrial


Eng. Industrial Guilherme Villena, que trabalha na LM Wind Power, empresa fabricante e fornecedora de pás de rotor para a indústria eólica. Créditos: Arquivo CREA-RS

No segundo dia da reunião da Coordenadoria das Câmara de Engenharia Industrial, que ocorreu em maio, em Porto Alegre, o palestrante foi o Eng. Industrial Guilherme Villena, que trabalha na LM Wind Power, empresa fabricante e fornecedora de pás de rotor para a indústria eólica. 

Engenheiro global de suporte no Complexo Industrial Portuário de Suapé em Pernambuco, Guilherme Villena ressaltou a necessidades de mudança na matriz energética de consumo mundial. “Existem diversas para fontes de energia renováveis, como energia eólica e solar, para frear a poluição gerada pela emissão de gases gerados pelo carvão mineral e também como alternativa ao petróleo”, pontuou.

Com este foco, apresentou aos conselheiros as experiências mundiais em prol destas mudanças. 
“A influência chinesa no investimento da energia eólica no mundo é muito grande. Hoje, das dez empresas globais no ramo de energia eólica, cinco são chinesas, então eles estão trabalhando forte na energia renovável. Investem em vários países, inclusive aqui no Brasil. Além disso, enquanto os Estados Unidos investem US$ 9,4 bilhões, a China investiu US$ 17,2 bilhões somente na sua região”, explica Villena. 

Explicou ainda que, com o objetivo de buscar alternativas para as fontes energéticas não renováveis, pela primeira vez o Reino Unido, no dia 26 de abril deste ano, não queimou carvão para gerar eletricidade desde 1882, ano da inauguração da primeira usina a carvão em Londres. “Para compensar a ausência do carvão foram utilizadas outras fontes de energia como a solar, nuclear e eólica”, contou.  

China, Europa Ocidental e os Estados Unidos são os grandes centros investidores de energia renováveis, mas os países emergentes estão tentando diminuir essa disparidade: “2015 foi a primeira vez na história em que os países emergentes investiram mais em energia limpa do que os países desenvolvidos”, exemplifica Guilherme. 

Investimentos em energia alternativa no Brasil até 2015Após o panorama geral do mundo, Guilherme seguiu a apresentação focando no cenário brasileiro do investimento de energia eólica. Segundo ele, o boom de investimentos nas energias renováveis no País foi entre o período de 2013 e 2016, quando as empresas internacionais do mercado eólico começaram a abrir suas fábricas aqui no Brasil. 

“A instabilidade política que o Brasil vive juntamente com a crise economia e o mau investimento do dinheiro público por partes dos gestores políticos brasileiros geraram uma queda nos investimentos da energia. E este cenário tende a piorar ainda mais. Havia uma estimativa de 800 GW no mundo em 2020, mas essa cifra será menor. Capacidade para a instalação de parques eólicos o Brasil tem”, revelou.  
Em fevereiro de 2017, o Brasil produziu o total de 66,23 GW médios. Destes 10,92 GW foram oriundos da energia eólica, o que resultou em uma economia de cerca de R$ 6 bilhões em energia térmica que não forma utilizados. “O país tem potencial on-shore (em terra) para energia eólica de 880 GW, e quando off-shore (no mar) este potencial sobe para 1.780 GW”, exemplificou.

O Engenheiro apontou ainda algum dos maiores impeditivos para que as energias renováveis passem a representar um maior número na matriz energética do Brasil. “A logística para o transporte de componentes que compõem as torres eólicas é muito cara no país. Os parques eólicos estão localizados em zonas rurais e de difícil acesso para as transportadoras, e o aluguel de carretas para o transporte é muito alto no Brasil. Desta forma, a logística acaba representando 25% do valor de custo de uma torre”, comenta. 

Previsão até 2020Citou ainda a ausência de incentivos a leilões que foram cancelados em 2016, juntamente com o cancelamento da rede de distribuição que foi um compromisso do governo federal cumprido até 2016. “Este fato penalizou muito o crescimento previsto do mercado. O fim do benefício obriga os parques a arcarem com os custos da conexão, e o investimento com a energia eólica já é bastante alto”, explicou. 
A tradição e cultura da energia hidrelétrica no país também acabam freando a transição a novas energias, segundo o engenheiro.

“Por não ser comum ter energia eólica, os estudos e as pesquisas de desenvolvimento acabam ficando em segundo plano no Brasil, provocando a importação de equipamentos e mão de obra desqualificada”, finaliza o Eng. Industrial Guilherme Villena.

 

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