Engenheiro de Produção Mecânica Fábio Roberto Chaves. Créditos: Arquivo CREA-RS

quinta, 24 de agosto de 2017

Importante convênio firmado entre a Mútua e CREA-RS possibilitou que mais 11 profissionais gaúchos participassem da Semana Oficial da Engenharia e Agronomia deste ano (Soea), que ocorreu de 8 a 11 de agosto, em Belém (PA). Com o tema “A Responsabilidade da Engenharia e da Agronomia para o Desenvolvimento do País”, o evento contou com a participação de mais de 3,5 mil pessoas nos 4 dias de programação. Como foi o caso do Engenheiro de Produção Mecânica Fábio Roberto Chaves, coordenador da Comissão Especializada de Mecânica e Metalúrgica da Inspetoria de Esteio.

Parceria com órgãos municipais 

Pela primeira vez em uma Semana de Engenharia e Agronomia (Soea), Engenheiro Fábio Roberto Chaves contou sobre a experiência ímpar de estar no evento.
“Foi ótimo conhecer a experiência de Engenheiros renomados, com trabalhos de diversos temas apresentados, como a Indústria 4.0, que é futuro”, ressaltou.
Também é nova a sua experiência como representante do Sistema Confea/Crea. “Desde a época que eu estava na faculdade eu já tinha vontade de participar. “Busquei a participação. Entendo que, com a minha visão de engenheiro, posso contribuir em prol da comunidade”, avalia. 
Além de Engenheiro de Produção Mecânica, o Eng. Fábio é pós-graduando em Engenharia de Segurança do Trabalho. “Eu trabalho com Prevenção e Proteção Contra Incêndio, tema que teve muita procura no evento, as vagas se esgotaram antes de começar a palestra. Na indústria Metalmecânica, trabalho com postes para iluminação, sinalização viária, materiais com acabamento galvanizado a fogo e fiscalizando as estruturas que são instaladas”, pontua.

Para ele, é um setor que deveria ter mais atenção do poder público. “São estruturas que, se não tiverem vistoria e manutenção, podem cair”, alerta.

“Já notaste quantas estruturas têm caídas na BR116? Como estão os postes no centro da pista na BR-116? Os postes, semipórticos ou pórticos têm que ser projetados para resistir no Rio Grande do Sul a rajadas de ventos de 45 m/s (162 km/h) conforme consta na NBR 6123 e NBR 14428? Faltam profissionais treinados para fiscalizar”, questiona.

A sua proposta seria estabelecer um convênio com as prefeituras para que o conhecimento técnico fosse considerado no setor e houvesse fiscalização do projeto e, posteriormente, do produto final, e por último fosse estabelecido um cronograma de manutenção. 

“No projeto constariam algumas exigências, como a apresentação laudo técnico, de ART de projeto execução da estrutura e da instalação e o certificado do material utilizado e proteção superficial, como o atendimento às normas técnicas para estrutura metálica ou pórticos e semipórticos”, detalhou.

“Cada estrutura metálica poderia ter um selo controlado pelo CREA junto com a prefeitura. Neste constaria o nome e o número do responsável técnico, data da próxima vistoria ou a sua vida util.  Mas não é isto que acontece. Elas são colocadas nas rodovias ou dentro das cidades, muitas vezes, sem nenhum controle, sem cálculo de resistência ao vento, sem acabamento superficial correto, além da parte elétrica instalada aleatoriamente”, ressalta.

Segundo ele, muitas estruturas apresentam erros de montagem, como a falta de cimento para eliminar o espaçamento entre o flange e o solo, possibilitando assim que a porca de nivelamento se afrouxe, falta da contraporca, que permite que a porca superior do chumbador se solte decorrente de vibração na rodovia, o uso de componentes com proteção superficial inferior ao da estrutura, que faz com que se tenha vida útil reduzida destes. 

“Eu já tive a oportunidade fazer algumas inspeções em estruturas no Rio Grande do Sul e até mesmo fora dele e verificar alguns defeitos que poderiam causar acidentes”, finaliza.