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CREA-RS lamenta a morte do Agrônomo Paixão Côrtes


sua imagem se confunde com a do objeto que ele dedicou a vida a desvendar. Créditos: Arquivo Cantinho Gaúcho

Diretoria, conselheiros e inspetores do CREA-RS lamentam a perda de um dos mais ilustres nomes do Rio Grande do Sul. Morreu nesta segunda (27), aos 91 anos, o folclorista, compositor, radialista e pesquisador gaúcho João Carlos D’Ávila Paixão Côrtes.

De acordo com Ana Paixão, filha de Paixão Côrtes, ainda não se sabe a causa da morte do tradicionalista — ela estava se deslocando até a CTI do Hospital Ernesto Dornelles para visitar o pai quando recebeu a notícia do falecimento. Paixão Côrtes estava internado desde 18 de julho após fraturar o fêmur em uma queda e passar por uma cirurgia. Em situação delicada pela idade avançada, Paixão Côrtes sofreu algumas complicações pós-cirurgicas.

O folclorista, referência no estudo — e na própria formatação — da identidade do gaúcho, deixa como legado aquilo que só cabe na biografia dos mais importantes pesquisadores: sua imagem se confunde com a do objeto que ele dedicou a vida a desvendar. 

Natural de Santana do Livramento, o Engenheiro Agrônomo Paixão Côrtes, formado em 1949 pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, foi responsável pela abertura de mercado da ovinocultura no Estado. Foi ele quem trouxe da Europa novos métodos e tecnologias de tosquia, desossa e gastronomia, além de incentivar o consumo de carne ovina. Desenvolveu ainda na Secretaria da Agricultura o trabalho de extensão no interior do Estado.

Profissionalmente realizou cursos sobre tradição, folclore e danças tradicionais, ensinou professores e em especializações em faculdades, realizou espetáculos de danças e, como radialista, utilizou seus programas, ao longo de quatro décadas para propagar seus estudos e para oportunizar espaço para manifestação da cultura popular do homem do campo. Seu trabalho deu origem aos Centros de Tradições Gaúchas (CTGs) e consequentemente ao Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG).

Segundo ele, o fato de ser folclorista e “falar a mesma língua do homem do campo” facilitou a comunicação e a implantação de novas tecnologias.

Serviu de modelou, em 1954, para a Estátua do Laçador, obra do escultor Antônio Caringi, instalada na zona norte de Porto Alegre e escolhida, em 1992, símbolo de Porto Alegre. 

Além da música, a Agronomia, Paixão Côrtes tinha como paixão o Sport Club Internacional. Em 2009 foi nomeado cônsul cultural do clube. 

Em 2017, às vésperas de completar 90 anos, o folclorista anunciou sua despedida da vida pública, para cuidar da saúde. Conforme carta divulgada pela família na ocasião, Paixão seguiria "organizando e enriquecendo seu extenso acervo documental de pesquisas". 

O governo do Rio Grande do Sul decretou luto oficial de três dias. O velório foi marcado para esta terça-feira (28), no Palácio Piratini, em Porto Alegre, aberto ao público. O sepultamento será  às 18h no Cemitério São Miguel e Almas, também na capital. 

Com informações do Correio do Povo e ZH

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