CAR esteve entre os temas abordados . Créditos: Arquivo CREA-RS

quarta, 05 de setembro de 2018

Uma série de palestra técnicas gratuitas marcaram mais uma participação do CREA-RS na maior feira agropecuária a céu aberto da América Latina, a Expointer, que, em 2018, chegou a sua 41ª edição. O já tradicional estande institucional do Conselho, montado em lote em frente à área de Exposições Internacional, no Parque Assis Brasil, entre os dias 25 de agosto e 02 de setembro, reunindo profissionais e estudantes para troca de conhecimentos.

A programação iniciou dia 28, com as apresentações sobre Mapeamento de Drones com o Geólogo Guilherme Sonntag Hoerlle, que falou sobre as diversas utilizações dos equipamentos para os profissionais; seguido pela palestra sobre as NRs  33 e 35, que versam sobre segurança em trabalhos em espaços confinados e em altura, com Elton Renan Fagundes. 

Dia 29, o estande recebeu mais três palestras: Ambientes Armazenadores de Derivados das Colheitas realizadas com possível Iminência de Mortes - Uma simetria de Espaços Confinados, com o Eng. Civ. e Seg. Trab. Luiz Francisco Pedroso Lopes; EIV (Estudo de Impacto de Vizinhança), ministrada pela Eng. Civ. e Seg. Trab. Patrícia Guidali; encerrando com a apresentação Inspeção Predial: Processos de Inspeção, Eng. Civ. e Seg. Trab. Patrícia Guidali. 

Na quinta-feira, dia 30, o dia iniciou com o encontro com Acadêmicos dos Cursos de Engenharia Agroindustrial, Agroquímica e Indústrias Alimentícias do Campus Furg-SAP (Santo Antônio da Patrulha), que tiveram oportunidade de saber mais do funcionamento do CREA-RS com apresentação da coordenadora das Inspetorias, Eng. Ambiental Nanci Walter, que esteve no estande. 

Ao final do dia mais três palestras, tendo início com a importância do Cadastro Ambiental Rural, pelo Eng. Amb. Leonardo Koenich Botelho; seguido Eng. Mec. e Seg. Trab. Ricardo Guedes Bernardes, com 7 Ações Básicas para Reduzir Perdas na Gestão do Agronegócio -  o que devemos atender na compra, no financiamento e na venda de máquinas, equipamentos e veículos com foco na gestão de segurança do trabalho, encerrando com a palestra Saneamento para um Melhor Meio Ambiente, do Eng. Civ. Nabor Torri. 

Cadastro Ambiental Rural (CAR)

Buscando tirar dúvidas sobre a inscrição no Cadastro Ambiental Rural (CAR), cujo o prazo, que terminaria no dia 31 de maio, foi prorrogado até o dia 31 de dezembro deste ano, o Eng. Agr. Leonardo Botelho ministrou palestra a profissionais no estande do Conselho. Explicou um passo a passo do programa em que o cadastro é realizado, destacando que a última prorrogação já é a oitava desde o lançamento do programa.  

Destacou, também, que independente do proprietário da terra contratar um profissional para efetuar o cadastro o responsável pelo é sempre o proprietário. Também explicou ser o CAR independente às demais documentações da propriedade. Ressaltou, ainda, a importância das entidades de classes e sindicatos na divulgação do CAR e trouxe o dado de ser a cidade de Alegrete a que mais registrou cadastros no Estado, totalizando 639 mil hectares já inseridos no sistema. “O CAR vem contribuir com os desafios da gestão da ambiental no Brasil”.

Ações Básicas de Segurança para Reduzir Perdas na Gestão do Agronegócio 

O Eng. Ricardo Régis Bernardo abordou fatores de segurança para aquisição de máquinas e equipamentos do agronegócios. Cita sete itens, mas considera um dos principais problemas, principalmente na área de beneficiamento de grãos, é a ergonomia. Para ele, um setor também bem problemático no que envolve segurança dos trabalhadores é a área de armazenagem em silos. 

“Porém é uma área que está, devido ao grande número de acidentes com mortes, tendo uma ação de fiscalização pelo Ministério Público do Trabalho bem intensificada, porém normalmente silos de médias e pequenas empresas ainda não contam com projetos básicos estruturais e nem todos os equipamentos têm responsável técnico registrado no CREA”, alertou. Também citou que as terceirizadas ainda são  um grande problema no agronegócio. 

Fez um pequeno histórico da evolução das legislações e normas que envolvem a segurança. “Hoje maior parte das normas são anexos da NR-12, que foi a grande mudança no sistema de segurança de máquinas. Aí começou a ser mais fiscalizados os setores específicos", explica, dizendo que sistemas de aterramento ainda são um problema.

Também citou as Normas Regulamentadoras 31, de 2005, norma regulamentadora de gestão para área agrícola e ambiental. "Ela começou a ser efetiva do ano passado para cá, com o aumento das mortes. Como a geração de riqueza se virou para a área de agrícola no Brasil, havia toda uma truculência nessa cadeia produtiva."

Citou, ainda, as NR 31, específica de segurança e saúde no trabalho na agricultura, pecuária silvicultura, exploração florestal e aquicultura, e a NR 33, segurança e saúde nos trabalhos em espaços confinado. “Trabalhar dentro do silo ainda é um problema. Espaço confinado temos no mínimo em torno de 20 mortes anuais registradas.”

Além do confinamento, cita as questões que envolvem o trabalho em altura, regulamentadas pela NR 35. “Fui em muita empresa onde entregam a linha de vida sem projeto, sem memorial descritivo, sem braço de ancoragem, eu são itens obrigatórios”, relata. Finalizou falando sobre a NR 17, que versa em questões de ergonomia. “Os problemas de saúde que envolvem questões ergonômicas são umas principais causas de afastamentos na área agrícola”, destacou. 

Por fim, apresentou um check list de segurança que espera poder repassar para produtores e sindicatos agrícolas, e ressaltou a importância da fiscalização atuar também nas empresas terceirizadas e da haver a legalidade nos produtos e serviços. “Pode-se evitar perder financeiras e mortes no agronegócio, basta gestão. O culpado das perdas humanas e financeiras quando ocorrem os sinistros é do próprio gestor do negócio.”