O trabalho começou pela manhã desta terça-feira (21) analisando a documentação. Créditos: Arquivo CREA-RS

terça, 21 de maio de 2019

Localizado na região central de Canela, na serra gaúcha, o Hospital de Caridade de Canela está recebendo uma equipe de fiscalização formada por agentes do Conselho de Engenharia do Rio Grande do Sul (CREA-RS), do Centro de Referência de Saúde do Trabalhador (Cerest/Serra) e do SindiSaúde de Caxias do Sul.

O objetivo é verificar as condições de trabalho dos funcionários, incluindo questões de seguranca de equipamentos, verificando as responsabilidades técnicas por instalações e manutenções de máquinas, caldeiras, central elétrica, entre outros.

Veja as fotos da ação.

O trabalho começou pela manhã desta terça-feira (21) e segue durante todo o dia, incluindo, além da análise in loco, verificação de ampla documentação solicitada.  A ação dá continuidade a Força Tarefa capitaneada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT-RS).   

Participam da fiscalização, por parte do CREA-RS, a supervisora Alessandra Borges e o agente fiscal Homero Lopes. Pelo Cerest estão presentes a fisioterapeuta Ida Marisa Straus Dri, a enfermeira Danusa Brandão e o Técnico de Segurança Ben Hur Monson Chamorra, e pelo SindiSaúde Marilde Cardoso e Bernardete Giacomini.

CREA-RS

O Conselho analisou as condições de manutenção e instalação de todo o maquinário e equipamentos do hospital, instalações elétricas, caldeiras, assim como as habilitações e responsabilidades técnicas do quadro de profissionais e empresas (terceirizados ou residentes) das áreas de fiscalização do Sistema Confea/Crea que prestam serviços ao Hospital de Caridade.  A equipe realizou a análise das ARTs e Programas de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) e solicitou, por meio da entrega do um Termo de Solicitação de Documentos e Providências, os demais documentos não recebidos na ocasião, como dos e Plano de Prevenção Contra Incêndio (PPCI) e dos contratos com empresas terceirizadas. Os agentes fiscais do CREA-RS, ainda, estiveram no Centro Clínico, na subestação de energia, na área dos reservatórios de gases medicinais, de caldeiras, verificaram as autoclaves, lavanderia, cozinha e elevador.

Cerest

Conforme análise do Cerest, os funiconários do hospital estão sem gestão adequada dos riscos à saúde relacionados ao trabalho. “Observou-se que há déficit de trabalhadores nos diversos setores como Higienização, Lavanderia, Cozinha/Nutrição e Enfermagem podendo acarretar sobrecarga de trabalho por acúmulo de tarefas, jornadas prolongadas e distúrbios, esperados e inesperados, em escalas de trabalho. Então, além da sobrecarga física, os trabalhadores estão sujeitos a estresses e diminuição do convívio familiar”, apontam. Também, conforme observado na visita pela equipe do Cerest, a estrutura física apresenta deficiências, bem como seus equipamentos, leitos, macas e cadeiras de rodas para que a movimentação manual de pacientes seja realizada com menor esforço. “Porém, há outras situações foram mais problemáticas como ausência de responsável exclusivo pela Área Suja da Lavanderia, carência de higienizadores, tanto no período diurno como no noturno e ausência de área de descanso adequada ao número de trabalhadores do hospital”, informam.

Sindisaúde
Destacando a importância da união de diferentes órgãos de fiscalização em ações para identificar e pontuar os problemas que afetam diretamente à saúde a segurança dos trabalhadores como sobrecarga na jornada e não cumprimento de cláusulas prevista na convenção coletiva. “Existe uma cultura na nossa região de que promover ações de prevenção é um investimento muito alto e desnecessário, onde várias irregularidades poderiam ser evitadas através de um planejamento dos empregadores”, destacam as representantes do Sindicato que acompanharam a fiscalização.

Do trabalho será gerado um relatório com recomendações de conformidades a serem efetuadas pelo hospital.