Notícia

Capacitação técnica disponibilizada no estande do CREA-RS na Expointer


Créditos: Arquivo CREA-RS

Durante toda esta semana, o estande do CREA-RS, na 42ª Expointer, ficou lotado. Palestras, questionamentos e muita troca de conhecimento técnico em um ambiente diferente. A sala, que também foi espaço para reuniões e reencontros com os colegas, foi palco de temas importantes para os profissionais da área tecnológica.

Galpões Pré-engenheirados para o Agronegócio

Eng. Civ. Rafael Ivannoff aborda a questão dos galpões para o agronegócio

A armazenagem no Brasil é uma das etapas da produção agrícola que apresenta maior necessidade de investimento e ampliação, para acompanhar o grande e progressivo desenvolvimento do setor no País.

Esta é a afirmação do eng. civ. Rafael Ivannoff, que, em sua palestra sobre Galpões Pré-engenheirados para o Agronegócio, falou sobre a importância destas estruturas e o seu custo benefício.

“As estruturas metálicas são mais leves, proporcionam ganhos nas fundações, canteiros de obras reduzidos e ganhos no tempo de execução, por consequência, podem acrescentar o melhor custo-benefício para determinados tipos de obras”, comenta o engenheiro.

Segundo ele, uma observação muito importante a ser feita é que o sistema de proteção deve ser especificado pelo projetista de acordo com a agressividade do ambiente da obra. Ainda sobre o assunto, alerta para que somente profissionais habilitados e certificados sejam os responsáveis pela montagem não só de uma estrutura tão importante quanto esta, como nas obras em geral.

Gerenciamento de Resíduos Sólidos

A engenheira ambiental Tatiana Mendel apresentou dados sobre o gerenciamento de resíduos sólidos

Em sua palestra, a engenheira ambiental Tatiana Mendel conversou com o público sobre o Gerenciamento de Resíduos Sólidos. Com uma ampla base de dados e muita reflexão sobre o uso de agrotóxicos, o acúmulo de lixos e dos aterros sanitários do Estado. "Só no Rio Grande do Sul, são 11 aterros sanitários compartilhados (públicos e provados), ou seja, 74% dos municípios", citou. 

Sobre os agrotóxicos, os dados são positivos. Segundo ela, o Brasil se destaca no cenário internacional, com índices de recolhimento e reciclagem das embalagens de agrotóxicos, chegando a 94% do que é colocado no mercado, acima de países como França e Canadá, que conseguem recolher e reciclar em torno de 75% das embalagens. “É importante lembrar que o consumo de agrotóxicos aqui é maior que o nos outros países”, declara a engenheira.

Dados sobre os aterros sanitários no Rio Grande do Sul

O índice médio brasileiro de destinação de embalagens vazias é calculado dividindo-se a massa total de embalagens destinada pelo Sistema Campo Limpo pela massa total de embalagens colocada no mercado pelos fabricantes.

Referente ao Programa Campo Limpo, do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias, quando se trata de Infraestrutura do Sistema de 2019, são 411 unidades de recebimento, 92 contam com opção de agendamento eletrônico e 4,6 mil recebimentos itinerantes que facilitam o acesso de agricultores localizados em áreas mais distantes das unidades fixas de recebimento.

Engenheiro pelo mundo – Prática profissional no exterior

Eng. Civ. Dr. Alexandre Knop abordou o engenheiro no mundoO Eng. Civ. Dr. Alexandre Knop, apresentou, na quarta-feira (28), a palestra “Engenheiro pelo mundo – Prática profissional no exterior”, no estande do CREA-RS na Expointer. O objetivo da palestra foi o de ajudar os Engenheiros a refletirem sobre o futuro da carreira e de conversar sobre as práticas profissionais em outros países – tanto profissionais brasileiros que atuarão como Engenheiros no exterior, de forma permanente, quanto aqueles que irão pontualmente para um serviço fora e depois regressarão ao Brasil e registrarão esse trabalho no Acervo Técnico perante o Conselho.

Profissionais e estudantes da Engenharia encheram o estande com interesse nas perspectivas de trabalho fora do país. O Engenheiro, que também é professor da Unilasalle, morou no Canadá por 10 anos. Durante esse tempo, ele alimentou um blog chamado “Alexandre Knop – Engenheiro no exterior”.

"Eu tive de desativar esse blog porque eu não dou conta de responder as pessoas, de tantos que vêm me procurar para saber como é o registro de diploma no exterior, como eu posso atuar como profissional Engenheiro no exterior”, conta, ressaltando que estas são dúvidas muito comuns entre jovens Engenheiros e até acadêmicos que buscam a possibilidade de ir para fora do país.

Em média, 300 a 400 profissionais se formam por semestre em Engenharia Civil na grande Porto Alegre, e cerca de 40 mil Engenheiros de todas as áreas se formam por ano no Brasil. “Para onde eles vão?”, questiona, afirmando que o mercado não dá conta de absorver essa quantidade. Ele ressalta que os profissionais buscam um diferencial nas qualificações e especializações; no entanto, o professor afirma que não vê uma perspectiva boa nos próximos anos para quem tem alta graduação. “O Brasil hoje é um exportador de talentos, ele não consegue retê-los”, afirma. Assim como Knop, grande parte dos doutores que o Brasil forma vai para o exterior fazer intercâmbio e não voltam.

Segundo dados apresentados pelo professor, 58% dos Engenheiros formados no Brasil não atuam na profissão. “É um problema de formação ou de mercado? Eu diria que um pouco dos dois”, reflete.

O Eng. Civ. Monir Silva Saldanha, inspetor chefe de Canoas, foi o coordenador das palestras de quinta-feira“Então, se não há oportunidades, temos de virar os olhos para onde as oportunidades estão surgindo”, ressalta. Aí, entram os casos de Portugal, que está importando Engenheiros e retomando o crescimento, e de países que possuem amplas oportunidades de mercado, como o Canadá e a Austrália – países que, de acordo com Knop, importam profissionais de onde eles estão sendo subutilizados.

O recado que o professor deixa para os interessados em trabalhar em outro país é o de aproveitar as novas oportunidades. “Quem puder ir para o exterior, vá.” Knop afirma que o Brasil ainda não possui condições de gerar as oportunidades que os Engenheiros ‘merecem’. “Um país como os EUA possui 25 Engenheiros para cada mil pessoas, e o Brasil possui 6 ou 7 e a ainda assim não tem empregos”, ressalta. Para ele, é possível buscar melhores oportunidades de aperfeiçoamento no exterior, como bolsas de mestrado ou doutorado. “O pessoal tem de começar a olhar um pouquinho mais para fora e não tanto para o mercado interno. Nada impede que retornem cinco ou seis anos depois, que tragam essa experiência e registrem-na no Conselho, ficando como Acervo Técnico.”

Geotecnologias no meio rural

Eng. Florestal Adriane Brill Thum tratou das geotecnologias no meio ruralNa manhã de quinta-feira (29), por exemplo, quem passou por lá pode aprofundar seus conhecimentos e tirar dúvidas nas áreas de tecnologias rurais, construções para o agronegócio e, ainda, fazer uma reflexão e ficar por dentro das melhores técnicas para o gerenciamento de resíduos sólidos.

A palestra da Eng. Florestal Adriane Brill Thum passeou por uma linha do tempo. A conversa, que começou com um pouco sobre a Revolução Verde, em 1950, passou pelo período de Êxodo Rural e, por fim, aterrissou nos dias de hoje.

Para a Engenheira, a tecnologia veio para somar ao meio rural. De acordo com dados apresentados pela palestrante, o uso de drones é liderado, atualmente, pela agricultura que é a responsável por 50% do mercado brasileiro deste tipo de tecnologia.

A alternativa possibilita o monitoramento de doenças, pragas e deficiências na lavoura. “Hoje, a gente tem a vantagem de fazer a escolha mais inteligente”, comenta a Engenheira, se referindo ao uso dos pequenos drones e vants num mundo tão gigante que é o do agronegócio.

Segurança nas Instalações Elétricas de Residência a Pavilhões

Eng. Eletr. Alexandre Gomes Hoff palestrou sobre Segurança nas instalações elétricas de residência a pavilhões No início da tarde de quinta (29), o Eng. Eletr. Alexandre Gomes Hoff apresentou a palestra “Segurança nas Instalações Elétricas de Residência a Pavilhões”, na qual abordou os equipamentos básicos utilizados em residências, pavilhões ou prédios.

“O equipamento nº 1 que todo mundo conhece e usa é o disjuntor. Só que temos um conceito errado sobre ele. Todo mundo usa o disjuntor achando “eu estou protegido, a minha casa está protegida, meus equipamentos”. É um conceito errado”, afirma Hoff.

Ele explicou que, se ocorrer um curto-circuito, dependendo da corrente, o disjuntor pode não atuar. “O disjuntor está ali meramente para proteger o limite máximo do condutor”, afirma. A solução, então, seria utilizar outro equipamento, chamado Disjuntor Residual (DR), que monitora correntes de fuga. Outro dispositivo mencionado pelo engenheiro é o Dispositivo de Proteção Contra Surto (DPS), que, quando a tensão vai além de 220V, por exemplo, diminui a resistência, fazendo com que o curto-circuito passe por ele e vá para o aterramento.

O profissional abordou o funcionamento de equipamentos como para-raios e questões como aterramento e descargas atmosféricas, apresentando dados sobre o aumento das tempestades no Brasil. Em Porto Alegre, por exemplo, subiu de 38 para 67 o número de tempestades por ano.

Também tratou sobre a importância da NR10 da ABNT, que estabelece medidas de controle para garantir a segurança dos trabalhadores que interajam em instalações elétricas e serviços com eletricidade.

A importância da galvanização a fogo para o aumento da vida útil dos produtos

Eng. Fábio Chaves, falou sobre a importância da galvanização a fogo para o aumento da vida útil dos produtos


Em seguida, o Eng. Prod-Mec e Eng. Seg. Trab. Fábio Roberto Chaves, inspetor-secretário da Inspetoria de São Leopoldo, palestrou sobre a importância da galvanização a fogo para o aumento da vida útil dos produtos.

Segundo o inspetor, produtos galvanizados a fogo duram mais anos e diminuiriam a quantidade de manutenções em comparação aos que não sofrem proteção superficial adequada. Ele abordou, também, a diferença entre a galvanização a fogo e a eletrolítica. O objetivo da palestra foi indicar a galvanização a fogo como meio de aumento da vida útil de produtos e apresentá-la para quem não sabe diferenciar ou até mesmo projetar para galvanizar.

Segundo ele, a especificação correta dos órgãos públicos em suas licitações ou ordem de compras poderia ajudar a prolongar consideravelmente a vida útil de produtos adquiridos e diminuir custos com manutenção ou trocas. “Se as prefeituras especificassem corretamente, soubessem receber e diferenciar no ato do recebimento, aumentaria muito a vida útil de seus produtos adquiridos”, afirma o Eng. Fabio Chaves, garantindo que o produto traria maior benefício à prefeitura e ficaria conservado por mais tempo. “Hoje temos produtos que não têm o acabamento superficial adequado e duram poucos anos ou até mesmo poucos meses.”

Em seguida, apresentou exemplos de produtos que sofrem com a corrosão, como paradas de ônibus, outdoors e até mesmo suportes de ar-condicionado, o que poderia ser evitado com o processo de galvanização dos mesmos. Segundo dados apresentados pelo Engenheiro, 4% do PIB brasileiro é perdido em corrosão.

A vida-útil de um produto galvanizado, com espessura do revestimento em 100 microns, em um ambiente urbano, é de 50 anos. Ainda assim, ele afirma que reparos em estruturas que passaram ou não pela galvanização podem ser necessários. "No entanto, é preciso ter cuidado com a maneira como são executados, para evitar danos e prejuízos. Um exemplo é a Torre Eiffel, que recebe reparos a cada 7 anos, custando milhões de euros aos cofres públicos, visto que sua estrutura não é galvanizada", destacou.

Todos os palestrantes receberam um certificado

Inspeção Predial e seus benefícios

Eng. Patricia Guidali fez uma análise da Inspeção Predial e seus benefícios

Finalizando as palestras da parte da tarde, a Eng. Civ. e Eng. Seg. Trab. Patricia Guidali apresentou os benefícios da Inspeção Predial. A profissional introduziu conceitos, normas recentes da ABNT que tratam do assunto e exemplos de manutenções, como aquelas que envolvem estruturas de concreto armado. Segundo ela, a Inspeção Predial trata-se da manutenção corretiva e preventiva, seguindo as orientações técnicas necessárias, de forma a identificar anomalias e falhas, corrigi-las, avaliar desempenhos e verificar condições de segurança predial. Em algumas cidades, a Inspeção Predial já se faz obrigatória por meio de lei municipal.

“É uma Engenharia de Diagnóstico”, afirma Patrícia. Visto que muitas normas influenciam o laudo, a Engenheira apresentou dicas para boas manutenções e os passos para um bom diagnóstico: vistoria; inspeção; auditoria; perícia; consultoria. “As pessoas só se preocupam em fazer alguma manutenção quando fica visível”, afirmou.

Outras Notícias

COLUNA SEMANAL

A Coluna Semanal é o newsletter encaminhado todas as sextas-feiras aos profissionais, empresários, estudantes e interessados nos temas da área tecnológica. Colunas Anteriores

FIQUE POR DENTRO DE TODAS AS NOVIDADES AGORA MESMO: