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Longevidade e previdência: na Sociedade 6.0, velho é a mãe


Créditos: Damasceno Fotografia/Confea

Na quarta Palestra Magna da 76ª Soea, realizada na manhã desta quarta-feira (18/9), o empresário autodidata Nilton Molina, presidente do Conselho Administrativo do Instituto de Longevidade Mongeral Aegon, falou sobre “Longevidade e Previdência: Sociedade 6.0” e garantiu, principalmente ao público constituído por profissionais “ou carecas, ou de cabelos branquinhos”, que o tsunami da longevidade está chegando ao Brasil e também assola o resto do mundo. A diferença brutal entre os países, no entanto, refere-se à sensibilidade com que o assunto é tratado lá fora e aqui.

“Estamos vivendo numa Sociedade 5.0, em que as máquinas e a tecnologia nos ajudam a enfrentar certas situações” – disse o palestrante, do alto dos seus 84 anos, em plena atividade como membro do Conselho Superior da Academia Nacional de Seguros e Previdência. “Na Sociedade 6.0 – emendou Molina – as máquinas não vão apenas nos ajudar. Elas vão fazer por nós. As máquinas estarão no comando”.

Para discorrer sobre os desafios comportamentais, econômicos e sociais da longevidade, Molina contou um caso que ilustra as mudanças no conceito de velhice no Brasil. Depois de uma reunião com um grupo de empresários na faixa média de 81 anos, o palestrante notou que todos voltaram para seus escritórios – para trabalhar mais um pouco, é lógico. Segundo ele, são pessoas que não pensam em se aposentar, na acepção pejorativa da palavra. “E não poderá ser diferente com milhões de brasileiros, uma vez que estatísticas irreversíveis apontam para a impossibilidade do Estado para a conta da aposentadoria num país que envelhece rapidamente” – afirmou.

Como, então, enfrentar o tal tsunami da longevidade? “Temos de refletir sobre quatro dimensões diferentes. Do ponto de vista individual, cada um terá de pensar em si mesmo, imaginando como será a qualidade da sua velhice. Do ponto de vista da família, teremos de pensar em quem vai cuidar dos nossos pais, esposas e filhos quando ficarem velhos. No aspecto profissional, vamos enfrentar dúvidas sobre a existência das nossas especialidades no futuro, como, por exemplo, a profissão de torneiro mecânico, que, como tantas outras, está em extinção. E, finalmente, temos de fazer uma reflexão olhando para o país: como ele vai subsistir sem o dinheiro para a previdência”.

Molina falou sobre a Reforma da Previdência e as opiniões tão diversas que permeiam o assunto. “Todas as opiniões estão certas, mas, em termos de economia, vai faltar dinheiro”. Diante da realidade, o especialista em seguros e previdência aconselha a cada um resolver o seu próprio problema. “É fácil: quando me perguntam se estou aposentado, pelo fato de ser velho, como um objeto que deve ser abandonado quando não tem mais utilidade, eu respondo: velho é a mãe”.

Segundo o palestrante, o brasileiro precisa atentar para as taxas de fecundidade de hoje em dia e para as projeções, informando que “em 2034, as mulheres terão, estatisticamente, 1,5 filhos”. “Com os avanços da medicina – continua –, quem nascer em 2042 terá uma expectativa de vida de 80 anos”. Ou seja, Molina esclarece que “quanto mais melhoramos nossa qualidade de vida na velhice, com mais previdência o país tem de arcar”. O especialista lembra que, em lugares como o Japão e a China, gasta-se com previdência muito menos do que no Brasil. “A grande questão que emerge desse admirável cenário, como dissemos, é o financiamento dos idosos. De quem será a responsabilidade”?, pergunta Molina. Entre escolher o Estado, a família ou o próprio indivíduo, o palestrante concluiu sua apresentação com a certeza de que “isso ficará a cargo de cada um de nós”.

Reportagem: Guilherme Monteiro (Crea-SP)
Edição: Beatriz Craveiro (Confea)
Revisão: Lidiane Barbosa (Confea)
Equipe de Comunicação da 76ª Soea
Fotos: Damasceno Fotografia/Confea

 

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