Notícia

Equipe do CREA-RS realiza visita técnica à BR 448


Representantes do CREA-RS no canteiro de obras do Lote 3, junto à estrutura da futura ponte estaiada . Créditos: Arquivo CREA-RS

O principal empreendimento rodoviário em execução no Estado, que servirá para desafogar o trânsito das vias de acesso à Grande Porto Alegre, principalmente a BR 116, com expectativa de redução de 40% do tráfego na via; contando com uma Ponte Estaiada, a maior da América Latina em largura, com seis pistas; e o único Projeto de Gestão Ambiental de Rodovias apresentado na Rio +20. Estas são algumas das características da BR 448, conhecida como Rodovia do Parque, onde uma equipe do CREA-RS esteve na tarde de terça-feira (26) em uma visita técnica nos três lotes em que a obra esta dividida. Participaram da visita o 2° vice-presidente Eng. Ind.-Mec. Ivo Germano Hoffmann, junto a uma equipe de funcionários da Autarquia. 
Acompanhou a equipe durante a visita o Supervisor Ambiental do programa de Gestão Ambiental da Rodovia, o Geógrafo Leonardo Cotrim, que explicou, no decorrer do percurso, as ações que estão sendo realizadas na área, que envolveram os estudos e diagnósticos para minimizar os impactos que a construção da Rodovia imprime ao meio ambiente, através da execução de Programas Ambientais. Nos programas estão os cuidados com a fauna e flora, com os recursos hídricos, poluição do ar, solo, vestígios arqueológicos, e com a população do entorno.
 

Lote 1
A visita iniciou às 9 horas pelo Lote 1, início da Rodovia, com o Km 0 localizado no entroncamento das RS 118 e BR 116 (Sapucaia do Sul) e se estendendo por 9,14 Km até entroncamento com a BR-386 (na altura de Canoas). O trecho, que esta sob responsabilidade do consórcio Sultepa Construções e Comércio Ltda e Toniolo Busnello S/A, contará duas pistas de duas faixas cada e seis obras de arte especiais: a duplicação do viaduto da RS-118, duas passagens inferiores ferroviárias sob a BR-448, um viaduto sobre a BR-448 - acesso a Esteio, mais uma passagem inferior ferroviária no ramo de acesso a Esteio e uma ponte sobre o Arroio Sapucaia. Também estão previstas quatro passa-fauna, que permitem aos animais que atravessem as faixas da estrada por um túnel abaixo da pista (é feito um cerca natural como forma de indicar a travessia) e 14 galerias para escoamento da produção industrial e dos cursos de água. Os investimentos neste trecho estão na ordem de R$ 199,5 milhões.
Receberam os representantes do CREA-RS nesta etapa os Engenheiros Cahoe Sohnem, responsável pelo trabalho de Terraplanagem, e Roger Luttjohann, responsável pelas obras de arte especiais e demais intervenções da via. Segundo eles, o Lote está com 57% dos trabalhos executado. Os serviços de terraplanagem estão com 90% de sua execução pronta. Eng. Sohnem explicou que um dos desafios da equipe foi com o solo do local, que é argiloso. “Temos de 5 a 12 metros de solo mole, dependendo do local, então os parâmetros para o trabalho são variáveis. Por isso, foi muito importante a instrumentação e as análises preliminares, com a utilização dos dados obtidos pelos testes geotécnicos para escolher a melhor técnica de terraplanagem para garantir a estabilidade do terreno”, explicou dizendo que há áreas em que o aterro chegou a 10 metros.
Os profissionais destacaram serem os gargalos no desenvolvimento da obra no Lote 1, algumas desapropriações que estão pendentes, onde é aguarda a liberação de 1,5 Km, e algumas interferências que precisam ser renegociadas no projeto, como o encontro com adutoras dos sistemas de água e da Refap.  Sobre as obras de arte especiais, Eng. Wttjohann explicou que das seis, três estão em execução e devem ficar prontas ainda este ano (já está pronto o viaduto da BR 116 e até o final do ano a Ponte de Sapucaia e o Viaduto de Esteio estarão concluídos). As demais aguardam liberações do Dnit, devido a alterações de projeto que foram necessárias, para serem iniciadas.
 

Lote 2
Compreendido entre a interseção da BR-386 (Canoas) até a empresa Bianchini, no bairro Mato Grande (Canoas), com 5,3 Km, o segundo lote de obras da RS 448 está sob comando do consórcio Construcap e Ferreira Guedes, e conta com investimento de R$ 175,8 milhões. Neste trecho serão também duas pistas, mas com três faixas cada. Em obras de arte, o trajeto contará com quatro viadutos - da BR-386, sobre a faixa de domínio da Transpetro, sobre ferrovia da ALL e no acesso à empresa Bianchini -, este último já pronto e sendo interligado ao aterro da rodovia. Também dentro do limite do Lote 2 será feita uma ponte sobre a externa do dique Mathias Velho e da vala da Rua Curitiba, que já está com as fundações executadas.
Os trabalhos neste Lote são os mais adiantados com 65% da obra concluída. Segundo os Engenheiros que participaram da visita neste ponto, André Zanette, José Arten e Arthur Ostetto, o trabalho no local está fluindo de acordo com o cronograma, sem problemas com desapropriações, nem necessidades de ajustes em projetos, o que deve levar à conclusão das obras em março de 2013. O tempo bom também está contribuindo. “Ano passado ficamos cerca de 20 dias sem nem conseguir entrar na obra”, relembraram os Engenheiros. 
A questão do solo mole também foi destacada pelos profissionais, que disseram terem executado em média aterros de 4 metros, mas que podem chegar a 18 metros em certos pontos da via. Também explicaram que apesar de ser menor em extensão o Lote 2 se assemelha ao 1, em questões de terraplanagem e pavimentação, por ter uma pista a mais nos seus 5,3 Km. Um quilômetro já recebeu o asfalto, entre o viaduto da Bianchini e a divisa com o lote 3, e 90% do aterro já estão também concluídos. O próximo segmento a receber drenagem, macadame seco e brita graduada para em seguida ser asfaltado fica entre os viadutos da Bianchini e da ALL.

Lote 3
A visita foi encerrada pelo Lote 3, que segue da empresa Bianchini (Canoas) até a BR-290 (Porto Alegre). O trecho, de 8 km, com as obras sob responsabilidade do consórcio Queiroz Galvão/OAS/Brasília-Guaíba, é considerado o mais complexo, tanto pela concentração de população, com a necessidade de realocação de 600 famílias que viviam na Vila do Dique, em Canoas, quanto pelo grande número de obras de arte especiais, com destaque para a Ponte Estaiada e os 2,5 Km de pista elevada. A escolha pela elevada se deu como solução no trecho devido ao menor impacto ambiental, tendo em vista a proximidade com o Parque Estadual Delta do Jacuí, e menor custo em comparação ao método de aterro.
A equipe do CREA-RS andou pelo trajeto da obra acompanhada do Engenheiro Cléber, que salientou ser no Lote 3 a maior concentração de ocupação urbana na área da Rodovia, o que ocasiona uma maior demora no andamento das obras. A equipe do CREA-RS teve oportunidade de conhecer o que ainda resta da Vila do Dique, onde residem ainda cerca de 400 famílias a serem retiradas. As famílias que já saíram do local estão abrigadas em casas de passagens enquanto aguardam a construção das casas permanentes onde serão abrigadas. No trecho onde já foram feitas as desapropriações o trabalho de terraplanagem já iniciou. 
Após, o grupo foi recebido no principal canteiro de obras deste Lote (que conta com mais dois), chamado como ‘Indústria’. É lá que ocorre a produção das estruturas de pré-moldados que estão sendo usadas na construção do trecho em elevada; dos acessos à Ponte Estaiada, com 757 metros; da própria ponte, que percorrerá 268 metros sobre o Rio Gravataí, se elevando a uma altura de 25 metros sobre as águas, e das intersecções com a BR 290 (Freeway), que contarão com 2407 metros. No local o Engenheiro Michel Cléber Rossi realizou uma apresentação geral da BR 488, dizendo que é um “trabalho técnico, ambiental e social inédito no Estado”. Disse que o prazo final de entrega foi ampliado para final de 2013, muita em função do atraso nas desapropriações e algumas dificuldades de logística.
A tarde encerrou com uma caminhada sobre as estruturas que formarão os acessos do complexo rodoviário que passará sobre a Freeway. Composto por seis ramos, o viaduto terá 1.425 metros de extensão e contará com seis ramos de acesso à Rodovia do Parque. Ao todo a obra de arte especial terá mais de 230 vigas pré-moldadas e está com 90% da estrutura concluída.
 

Números da BR 448
Extensão: 22,34 km
km 0 ao km 9,14:  2 faixas
km 9,14 ao km 22,34: 3 faixas
Número de Obras Arte Especiais: 16
Elevada: 2,62 km
Ponte estaiada: 268 m
Altura das torres: 75 m
Propriedades que serão indenizadas: 149
Famílias que serão reassentadas: 599
Valor da Obra: R$ 824.032.939,43
 
Fluxos futuros:
Norte (BR-386/RS á BR-116/RS-118) ano 2012 com 30.100 veículos/dia.
Sul (BR-386/RS á BR-290/RS (Free-way) ano 2012 com 44.900 veículos/dia
Média: Cerca de 37.500 veículos/dia ou redução de 40% do tráfego da BR-116/RS
 

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