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Conforme pesquisa, engenheiros defendem Estado no desenvolvimento do país


Uma pesquisa, realizada durante a 76ª Semana Oficial de Engenharia e Agronomia (SOEA), apontou que mais de 80% dos engenheiros são a favor do papel do Estado na estratégia de desenvolvimento do país. Elaborada pela Fisenge (Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros) e realizada pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), a análise ainda perguntou sobre atuação profissional, posicionamento político, expectativas para o mercado de trabalho da área e conhecimento sobre a tramitação da PEC 108/2019.

De acordo com o engenheiro e presidente da Fisenge, Clovis Nascimento, os resultados revelam que a maioria dos engenheiros defende a participação do Estado nas políticas públicas. “O Estado é essencial para a geração de empregos, fortalecimento da engenharia nacional, investimentos em infraestrutura, aumento do PIB e melhora na economia. Atualmente, a política econômica brasileira enfrenta um processo de desnacionalização, uma vez que o governo federal amplia o pacote de privatização e diminui a presença do Estado nos setores”, afirmou Clovis.

Baseada em metodologia quantitativa, de amostra por conveniência e questionário padronizado de autopreenchimento on-line, a pesquisa aferiu 318 respostas que traçou o seguinte perfil: 24,8% na faixa etária de 31 a 40 anos; 80,5% de homens; graduação com especialização completa 38,1%, sendo 43,7% em engenharia civil, 21% em agronomia e 15,1% em engenharia elétrica/eletrônica; ocupação como autônomo, PJ ou MEI 27,7%. São Paulo obteve o maior número de respostas, seguido por Minas Gerais; Bahia; Tocantins; Ceará; Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Distrito Federal.

PEC 108
A PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 108/2019, de autoria do governo federal, foi apresentada em julho deste ano e dispõe sobre a natureza jurídica dos conselhos profissionais. A PEC faz alterações no artigo 174-A e B da Constituição Federal e, na prática, propõe a desregulamentação profissional, com consequente perda de qualidade para os serviços prestados à população em praticamente todas as áreas. A primeira pergunta revelou que 84% dos engenheiros conhecem a Proposta e 77,4% se mostram contrários à medida.

Expectativa em relação ao mercado de trabalho
Em relação ao mercado de trabalho, 44,3% acreditam que tende a melhorar nos próximos 2/3 anos, enquanto 25,5% esperam que se manterá estável e 23,9% confiam que tende a piorar. Já sobre os impactos das inovações tecnológicas na engenharia, 38,4% creem que haverá geração de oportunidade para profissionais brasileiros, enquanto 28,9% acreditam na manutenção dos níveis de emprego e melhora nas condições de trabalho; 16,7% apontam o desemprego na engenharia causado pela substituição da força de trabalho por equipamento e 9,1% assinalam que haverá desemprego causado por contratação de força de trabalho especializada de fora do país.
 
Confira abaixo um resumo:
 
Perfil
•    80,5% homens;
•    19,5% mulheres;
•    Faixa etária: 31 a 40 anos [24,8%]; até 30 anos empatado com faixa de 51 a 60 anos [18,6%];
•    Modalidade: engenharia civil 43,7%; 21% agronomia e 15,1% engenharia elétrica/eletrônica;
•    Graduação com especialização completa 38,1%;
•    Autônomo, PJ ou MEI 27,7%;
•    Concursado setor público 18,9%;
•    Empregado carteira assinada no setor privado 14,2%;
•    Empregado carteira assinada no setor público 12,9%;
•    Sudeste 28,3% seguido do Nordeste 27,7%;
•    São Paulo obteve o maior número de respostas; seguido por Minas Gerais; Bahia; Tocantins; Ceará; Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Distrito Federal.
 
Sobre as reformas (EC 95, trabalhista e previdenciária)
•    56,6% acham que tendem a contribuir com o desenvolvimento do país
•    28,9% acham que tendem a acentuar os problemas socioeconômicos
 
Papel do Estado
•    84,3% afirmam que é necessário que o Estado tenha presença acentuada na estratégia de desenvolvimento do país
•    13,5% afirmam que não é necessário que o Estado Nacional tenha presença acentuada na estratégia de desenvolvimento do país.

Privatizações
•    37,1% - cada caso é um caso
•    22% em geral favoráveis
•    17% em geral contrários
•    12,6% sempre favoráveis
•    8,2% sempre contrários
 
Política de conteúdo local
•    52,2% favoráveis
•    17,6% cada caso é um caso
•    21,4% contrários
 
Alterações nas regras de liberação de agrotóxicos
•    52,2% contrários
•    30,8% favoráveis
 
Flexibilização da entrada de profissionais estrangeiros no país
•    55,7% contrários
•    23% indiferentes
•    14,2% favoráveis
 
Expectativa em relação ao mercado de trabalho para os próximos 2 a 3 anos
•    44,3% - tende a melhorar
•    25,5% - tende a permanecer estável
•    23,9% - tende a piorar
 
Impacto das inovações tecnológicas na engenharia
•    38,4% - geração de oportunidade para profissionais brasileiros
•    28,9% - manutenção dos níveis de emprego e melhora nas condições de trabalho
•    16,7% - desemprego na engenharia causado pela substituição da força de trabalho por equipamento
•    9,1% - desemprego causado por contratação de força de trabalho especializada de fora do país
•    0,3% - impacto não será relevante
•    6,6% - não sabiam responder
 
PEC 108
•    84% conhecem
•    11,9% não conhecem
•    4,1% não quiseram responder
 
Opinião sobre PEC 108
•    77,4% contrário
•    12,3% favorável
•    10,4% não responderam

 

 

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