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Livro e Exposição resgatam memórias do agrônomo e escritor José Zugno


Engenheiro Agrônomo José Zugno, cuja vida foi caracterizada por ações pioneiras e marcantes, que transformaram o cenário rural de Caxias do Sul. Créditos: Acervo pessoal José Zugno /Divulgação

O lançamento do livro A Palmeira Humana Memórias do Naturalista e Escritor José Zugno e a abertura da exposição “Memórias e Coleções do Naturalista José Zugno“ aconteceu no último dia 27 de novembro, no  Museu dos Capuchinhos (Muscap), em Caxias do Sul.

O livro A Palmeira Humana - Memórias do Naturalista e Escritor José Zugno apresenta a biografia do ambientalista, escritor e Engenheiro Agrônomo José Zugno, cuja vida foi caracterizada por ações pioneiras e marcantes, que transformaram o cenário rural de Caxias do Sul, bem como o meio urbano, tais como a introdução da policultura e o melhoramento genético, a criação das feiras do agricultor, a arborização urbana, o cuidado com parques, praças e jardins, entre muitas outras.
 
Jornalista Ricardo ZugnoO livro foi escrito por seu filho, o jornalista Ricardo Zugno, que, nos últimos anos de  vida do pai, acompanhou-o de perto em sua produção literária e debruçou-se sobre seu imenso e diversificado acervo de textos, fotos e objetos, parte dele já doado ao Arquivo Histórico Municipal.
 
A exposição “Memórias e Coleções do Naturalista José Zugno” no Museu dos Capuchinhos é resultado de mais de dez anos de resgate, organização e catalogação do acervo de José Zugno realizados por Ricardo Zugno.

O legado

José Zugno foi incansável na disseminação dos conhecimentos que dispunha e na busca de novas fontes de pesquisa. Diante de uma era Google ainda inimaginável, ele coletou e conservou um vasto acervo de informações e materiais sobre tudo o que se relacionasse à natureza.

A mostra apresenta à comunidade (uma pequena) parte dos documentos, fotos e objetos de seu acervo, representativos de sua vida pessoal e de um importante período da história do município.  

O espaço para esta exposição não poderia ser mais simbólico. A sala do atual Museu dos Capuchinhos integrava a antiga redação do jornal semanário Correio Riograndense, onde José Zugno, semanalmente, se sentava para redigir a coluna Vida Agrícola que ele manteve por mais de 50 anos, colaborando significativamente para o desenvolvimento do meio rural em todo o território nacional, onde chegava o jornal.      

“Com este projeto creio estar compartilhando a história, os conhecimentos e, sobretudo, o perfil de um homem que dedicou a vida a amar a natureza, cuidar dela e da harmonia dos seres humanos entre si e com ela”, pontua  Ricardo Zugno.
 

O projeto do livro e exposição conta com financiamento da Lei Municipal de Incentivo à Cultura (LIC) e apoio cultural das empresas Randon S.A. Implementos e Participações e Farmácia Central. Também são parceiros deste projeto o Museu dos Capuchinhos, a Editora São Miguel, Hotel Cosmos, Dolaimes Comunicação, Mebrafe Soluções em Refrigeração Industrial, Ruzzarin Produtos Agropecuários, VCR – Charles Clair Pontalti, Associação dos Engenheiros Agrônomos da Encosta Superior do Nordeste (AEANE), Monterrey Loteamento Residencial Fechado e Emílio Emoldurações.

A coordenação editorial do livro e a  curadoria  da mostra são de Vera Mari Damian, projeto gráfico de Ernani Carraro e produção cultural de Claudio Troian.

Sobre José Zugno
As iniciativas e ações do Engenheiro Agrônomo e naturalista José Zugno (17/02/1924 – 09/02/2008) deixaram um imenso legado para a cidade de Caxias do Sul, tanto no meio rural como urbano.  Mais do que fomentar uma nova agricultura, José Zugno fomentou uma nova cultura de valorização da atividade do colono e do meio rural.

Sob seu comando, o município implementava em 1949 uma Diretoria de Fomento e Assistência Rural (DFAR), que viria a introduzir no meio rural  variedades mais produtivas de cultivos, diversificação de produtos agrícolas, inseminação artificial do gado, serviço de tratores, entre tantas outras iniciativas. Estas colaborariam fundamentalmente para o desenvolvimento do meio rural de Caxias do Sul. Para se ter uma ideia, a própria Emater  (órgão estadual para assistência agrícola) só viria a ser criada seis anos depois (1955).
 
O exemplo de Caxias do Sul seria mais tarde modelo copiado por outras cidades, sendo esta iniciativa uma antecessora das atuais secretarias de agricultura municipais, hoje presentes em praticamente todos os municípios brasileiros.
 
O lançamento do livro e da exposição acontece no ano que marca os 70 anos da criação da DFAR, que deu origem à atual Secretaria Municipal da Agricultura, e os 40 anos da Associação dos Engenheiros da Encosta Superior do Nordeste, da qual José Zugno foi entusiasta membro-fundador. Pontua também os 40 anos da Feira do Agricultor, criada por Zugno em 1979.
 
O trabalho de José Zugno era considerado de tal excelência que lhe garantiu preferência para estar à frente da DFAR/Secretaria de Agricultura durante 26 anos, sob nove administrações  públicas dos mais variados partidos políticos. O Horto Municipal de Caxias do Sul leva seu nome, em homenagem ao seu trabalho.
 
No meio urbano é responsável pela criação das  feiras do agricultor, que permanecem ativas e multiplicadas, pelo incremento de ambientes como praças, parques e jardins e pela farta arborização urbana que legou ao município um patrimônio arborístico diversificado, com espécies  (nome popular) como jacarandás, estremosas, ligustros, ipês, entre tantas outras.
 
“O legado de José Zugno pode ser constatado num simples passeio pelo interior de Caxias do Sul, onde suas iniciativas e empreendimentos, aliados ao trabalho próspero dos agricultores, converteram o município num dos maiores produtores de hortifrutigranjeiros do Rio Grande do Sul.

Os mais antigos poderão lembrar  do “doutor” simples que um dia os visitou para ensinar e orientar sobre as novas formas de produzir, que tanto lhes beneficiou. Na área urbana, o legado se expressa nas feiras do agricultor por ele idealizadas e em curso até hoje. Está presente em parques, praças e na arborização que se estende pelas ruas da cidade.

Os mais antigos poderão lembrar também que um dia a praça central da cidade e os canteiros de jardins estiveram cobertos de rosas, cultivadas no Horto Municipal, que hoje leva o seu nome. Rosas que ele cultivava e que deixaram seu perfume na memória sensorial de caxienses e visitantes.”  
 

Fonte: Vera Mari Damian (Trecho da apresentação da Exposição) / Crédito das imagens: Severino Schiavo (fotos Ricardo Zugno); Acervo pessoal José Zugno /Divulgação.

 

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