Notícia

Encontro virtual com Coordenadores de Curso é marcado por ampla participação de espectadores


Créditos: Arquivo CREA-RS

 A relevância dos temas propostos no primeiro Encontro com Coordenadores de Cursos de Engenharia e Agronomia foi comprovada pelo grande público conectado ao evento que ocorreu por meio de videoconferência na manhã de terça (13). Mais de 200 pessoas, entre coordenadores de cursos com registro no CREA-RS, conselheiros e inspetores, participaram assistindo às palestras que foram transmitidas via you tube e, também, em intenso debate no chat da rede social interagido com os palestrantes dentro da sala virtual.

Promovido pelo CREA-RS, por meio da Comissão de Educação e Atribuições Profissionais
(CEAP) e coordenadores de Câmaras Especializadas (CCCAM ), o evento abordou os impactos
das alterações na formação dos profissionais das áreas abrangidas pelo Sistema, os limites da
capacidade técnica dos egressos dos cursos, a responsabilidade na formação e habilitação dos
profissionais de nível superior, entre outros temas que perpassam a vida dos estudantes e
profissionais recém-formados. A iniciativa, inédita no RS, foi muito elogiada por palestrantes e participantes. A grande audiência marcou o evento inédito dentro do Sistema Confea/Crea e Mútua.

Habilitação e formação profissional

Na abertura, o Geól. Antônio Viero, coordenador CEAP, ressaltou a importância em abordar temas tão relevantes na formação e habilitação dos profissionais. “O Conselho e as instituições de ensino possuem finalidades diferentes, mas que acabam compondo uma estrutura única de formação e habilitação das profissões regulamentadas. Cada qual com seu papel específico, sua atuação estabelecida e sua autonomia que devem ser respeitados, mas não há sombreamento entre uma e outra, escola e Conselho profissional têm espaços distintos: a escola forma o Conselho habilita, isto é, a academia é responsável por definir o perfil do profissional que será formado e o Conselho em dar a atribuição”, afirmou.

Geól. Antônio Viero

 

Para ele, no entanto, com a extinção dos currículos mínimos, as diretrizes ficaram mais genéricas e abertas, trazendo algumas dificuldades. “Os mesmos profissionais podem ter formações muito diferentes e cada um deles deve se habilitado para atividades de acordo com seu currículo de formação. Não é razoável habilitar um profissional para uma atividade que ele não tem conhecimento”, ponderou, colocando em pauta um dos principais focos do encontro. “Como conferir atribuições profissionais justas, corretas, nem para mais nem para menos, para profissionais com perfis acadêmicos tão diferenciados? Os perfis de egressos de cursos diversos geram um desafio enorme”, pontuou. Enfatizou ainda que, devido à complexidade e importância dos temas, a ideia é que sejam realizados outros encontros iguais a este.

Relação instituições de ensino e Sistema Confea/Crea
Convidado a falar em nome das instituições de ensino, o reitor da Unipampa, Eng. Agr. Roberlaine Ribeiro Jorge, que, já tento atuado como conselheiro por dois mandatos no CREA-RS, destacou seu apreço pela instituição. “Minha trajetória me forjou a vislumbrar o papel do Conselho e essa relação, muitas vezes conturbada, com as universidades e faculdades. Naveguei por setores em minha caminhada profissional que me deram essa dimensão da necessidade de convergir CREA e universidades como um todo”, analisou.

Relatando sua experiência na iniciativa privada, tanto na área empresarial quanto acadêmica, se disse surpreso ao constatar, à época, que muitos dos Engenheiros em atuação não eram registrados no Conselho. “No meu setor eu era o único a poder me responsabilizar pelos estagiários, pois somente eu tinha registro no Conselho profissional”, apontou.

Eng. Agr. Roberlaine Ribeiro Jorge

Ressaltou a melhora, mas que ainda é preciso evoluir. “É o momento de mudar essa relação. Muitas vezes os profissionais da academia não enxergam o papel e a importância do Sistema Confea/Crea em proteger a sociedade e garantir que os serviços técnicos tenham um profissional habilitado. Muitos só veem o Crea como uma cobrança, e isso acaba distorcendo a imagem da entidade. Eventos como esse vão elucidar muito destas questões, especialmente falando para os nossos docentes”, defendeu.

Falou, ainda, sobre as mudanças nos Planos Pedagógicos dos Cursos (PPC) e como isso influencia nas atribuições. “Como se dá esse fluxo? O mundo é dinâmico e a universidade e o CREA precisam acompanhar esse dinamismo”, ressaltou. Abordou também o empreendedorismo nas escolas. “Temos que colocar nossos egressos com os dois pés no mercado de trabalho e para isso os futuros profissionais não podem estar segregados do Crea. É uma relação conjunta e esse diálogo tem que acontecer. Muitas vezes vejo as IEs e o Conselho com um discurso uníssono, mas, como não estão próximos, transparece como um confronto”, lembrou.

Para ele, é necessário, ainda, que as escolas façam seu mea culpa sobre o desconhecimento do papel do Sistema Confea/Crea. “Temos que nos aproximar do egresso e, junto com o CREA, potencializamos nosso contato com a sociedade. Esse trabalho conjunto vai fazer com que nossos cursos e entidades sejam mais fortes. O CREA protege a sociedade, mas não deixa de proteger o profissional, garantindo seu mercado de atuação. Vislumbro para o futuro que esse diálogo com a sociedade será feito de braços dados para mostrar o real valor do Conselho e da formação qualificada. Estamos de portas abertas e conclamar que as nossas instituições busquem uma aproximação maior”, avaliou.

Atuação do Confea
Representando o Confea, o Eng. Civ. Osmar Barros Junior, vice-presidente do Conselho federal, elogiou as palestras de seus antecessores que “fizeram uma síntese perfeita” do cenário e das discussões que devem ser pautadas. Seguiu, pontuando cada uma das temáticas propostas pelo evento, com destaque para o trabalho do Conselho Federal sobre cada uma delas.

Ressaltou o forte trabalho que o Confea está realizando para modernizar a regulamentação profissional, revisando resoluções e atuando em resguardar os profissionais, citando, como exemplo, os técnicos que, com seu desmembramento do Sistema e fundação do Conselho dos Técnicos, têm editado resoluções e agregando atribuições ao profissionais de formação de nível médio. Para o Confea, não são pertinentes a sua formação. “Estamos na justiça para reverter essas resoluções que ferem as atribuições dos engenheiros. E o que mais podemos fazer? Nossa lição de casa. Se entendemos que esses profissionais são leigos, vamos fiscalizar e coibir”, defendeu.

Eng. Civ. Osmar Barros Junior

Falou, ainda, sobre a participação do Conselho nas discussões sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) e sobre os debates da criação de uma certificação profissional. “Nunca foi tão viável e importante nossa participação. Estamos compondo o grupo de implantação da próximas DCN”, explicou. Sobre a certificação, relatou terem sido criados grupos de trabalho abrangendo quatro grandes áreas.

Passando, também, pela importância de as IEs manterem seus cadastros atualizados juntos aos Creas e Confea. Sobre a Resolução 1073, ponderou não ser uma “resolução terminativa” para concessão de atribuição, e sim “um caminho”. Sobre o acordo de cooperação técnica que está sendo tratado entre Ministério da Educação e Confea, visando colaboração no monitoramento de cadastro de novos cursos, não “em substituição ao trabalho do MEC, mas como apoio”, encerrou registrando a importância da interação do sistema profissional com o sistema educacional.

“O número de cadeiras no CREA reservadas aos representantes de curso é muito pequeno perto do número de IES. Temos que fazer o caminho inverso”, afirmou, citando projeto do CREA-MG. “Por lá foi criado um Colégio de Instituições de Ensino, que traz para a discussão todas as IES, que tem que se sentir motivadas na implantação de seu PPC e é fundamental que o Sistema saia de sua casa e vá às escolas. O caminho vai ser esse.”

Atividade do CREA-RS
Dando destaque para excepcionalidade do momento, que imprimiu a exploração das formas de comunicação a distancia em seu auge, o vice-presidente no exercício da presidência do CREA-RS, Eng. Agr. Paulo Rigatto, agradeceu à presença de todos os “web-espectadores” . “Vivenciamos a dramaticidade dessa pandemia globalmente, mas que ao mesmo tempo trouxe um melhor conhecimento e aproveitamento de uso das tecnologias em seu maior potencial, ampliando nossa conversa e nos permitindo, hoje, esse número expressivo de participantes que, talvez, de forma presencial não chegaria a tanto”, destacou. Para ele, o fato também demonstra a relevância que o objeto deste evento tem.

Eng. Agr. Paulo Rigatto

 

Rigatto reforçou a necessária união entre Crea e Instituições de Ensino. “Os coordenadores aqui reunidos, e em outras oportunidades que forem criadas, podem nos ajudar a resolver os entraves que as mudanças nos currículos têm criado e que foram aqui já muito bem colocadas. Temos que trabalhar juntos a tríade formação, competência, atribuições, porque cabe ao Conselho a fiscalização e o registro. É o Crea quem dá a palavra final sobre as possibilidades dos profissionais que formamos atuarem no mercado e temos que partir para uma corresponsabilidade sobre essa ação”, destacou. “Temos que equacionar esse assunto.”

Após as falas, evento seguiu com temas técnicos, por meio de palestras transmitidas via Youtube durante toda a manhã até às 13 horas. A participação foi intensa dos coordenadores e conselheiros, que somaram mais de 200 participantes. O vídeo está disponível no canal do CREA-RS.

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