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No Dia da Mulher, representantes do Sistema abrem evento Mulheres que Fazem a Diferença


Créditos: Arquivo CREA-RS

Dando início as palestras técnicas que o CREA-RS irá promover durante todo o mês de março, em alusão ao Dia Internacional da Mulher, com profissionais de destaque nas áreas das Engenharias, Agronomia e Geociências, nesta segunda, dia 08 de março, ocorreu a primeira transmissão com o tema “Atuação no Sistema Confea/Crea”. O encontro contou com representantes femininas de destaque no CREA-RS e Confea, entre elas a presidente do Conselho e primeira mulher a ocupar o cargo em 86 anos, Eng. Amb. Nanci Walter, além de conselheiras e inspetoras.

As palestras seguem durante todo o mês. Confira a programação

Eng. Amb. Nanci Walter

E foi a Eng. Nanci Walter quem abriu as falas, destacando o aumento de representatividade entre as eleitas para diretorias dos 27 Creas, com seis presidentes mulheres assumindo o cargo em 2021, apesar de ainda baixo, o maior número na história do Sistema. Contou um pouco de sua trajetória pessoal e profissional até a chegada como primeira presidente mulher nos 86 anos do Conselho. “Sou de Esteio, onde participei ativamente de muitos conselhos municipais, na inspetoria, e depois como coordenadora das regionais, corajosamente me tornei presidente, sempre mantendo minhas funções na empresa onde trabalho e em família”, contou destacando o casal de filhos e o marido, engenheiro também.”

 

Destacou o orgulho em estar ao lado das colegas participando do painel. “Nosso universo, meu e desse timaço que temos hoje aqui, é de um desafio diário, em que atuamos não só nas nossas profissões, mas buscando nosso espaço por direito. Queremos espaço para trabalhar, não queremos disputar vaidades”, afirmou. Por fim, deixou sua mensagem pela passagem do Dia Internacional da Mulher. “Como mulher e como mãe, eu desejo para todas as mulheres, e as meninas que querem seguir as ciências e as engenharias, que não desanimem, nós teremos um olhar especial para vocês e para todos nossos acadêmicos.”


Eng. Agr. Denise Frandoloso

 

Primeira mulher a coordenar a Câmara Especializada de Agronomia do RS, e, também, coordenadora-adjunta da instância nacional, a Eng. Agr. Denize Frandoloso falou sobre os desafios enfrentados para a garantia do exercício legal das profissões regulamentadas no Brasil. Deu início com um pequeno histórico de sua caminhada profissional e destacou a necessária valorização do papel e do trabalho da mulher “em todos os sentidos”, não apenas no mundo profissional. “O dia 08 de março não é uma data sexista, é uma busca por igualdade de direitos, e tais datas são importantes para que possamos refletir de forma mais abrangente”, afirmou.

 

“Na Câmara Especializada de Agronomia enfrentamos os desafios de fazer cumprir o papel do CREA, que é de garantir o exercício legal das profissões regulamentadas no Brasil, em uma área com muitos sombreamentos”, destacou, explanando sobre as legislações que regem tais profissões. Falou, também, sobre o importante papel das ações fiscalizatórias, como orientativas e para garantia do cumprimento da legislação. “Na Agronomia, várias orientações têm se tornado realidade, e a luta é para que cada profissional execute até o limite que está habilitada a exercer e formado a executar. Fazer isso cumprir é nosso maior desafio.”


Eng. Agr. Elisabete Gabrielli

A conselheira da Câmara Especializada de Agronomia e 2ª diretora administrativa do CREA-RS, Eng. Agr. Elisabete Gabrielli, focou em sua fala o que pode ser feito para estreitar cada vez mais essa relação do Sistema com as Instituições de Ensino (IEs), ela que tem longa história profissional como docente, tendo estruturado um curso de graduação em Agronomia em sua trajetória, destacando, assim, ter sua pauta no Conselho “naturalmente voltada ao ensino”.

 

“Percebemos essa necessidade de aproximação com as IEs, pois, muitas vezes a importância do papel do Crea na defesa da sociedade e da atuação do profissional habilitado não é visto”, defendeu. Lembrou-se do Encontro de Coordenadores, promovido pelo Conselho em 2020, onde se constatou a “ansiedade” em discutir e trazer à tona temas comuns. “Se percebeu que as críticas, propostas e dúvidas são comuns, mas estão dispersas, faltando uma interlocução maior. Então, na busca desse eixo comum, precisamos estreitar as relações e construir reciprocidade, pois todos temos a ganhar: IEs e Sistema.”

Eng. Eletricista Nilza Zampieri

 

Também uma pioneira, como a primeira mulher a representar o Conselho gaúcho no Confea como conselheira federal e primeira coordenadora da Câmara de Engenharia Elétrica do CREA-RS, a Eng. Eletricista Nilza Zampieri, destacou as Novas Diretrizes Curriculares e seus impactos nos cursos de abrangência do Sistema Confea/Crea, tendo atuado, além do Sistema, durante 30 anos como docente em uma instituição federal.  “Como diretora do Centro de Tecnologia da minha universidade entendi da importância dessa troca de informações para nossas Engenharias e futuros profissionais terem mais conhecimento do Sistema”, relatou. Ressaltou o fato de ter sido a primeira mulher eleita para direção do Centro em mais de 60 anos de existência. “Temos que quebrar essas barreiras, porque para nós é normal sermos profissionais da Engenharia, mas ainda não o é normal para muitas pessoas”

Voltando às diretrizes, destacou sua batalha em aproximar academia e Conselho. “ É fundamental, principalmente com essa flexibilização dos currículos, sendo o Sistema quem concede as habilitações ao egresso, temos que trabalhar muito, pois os alunos estarão em breve se formando sob às novas diretrizes. Diretrizes versus atribuições deve ser o assunto número um no Sistema”, ressaltou. Para ela, mesmo com os desafios impostos, a flexibilização é deveras importante. “Não têm mais como termos aquelas formações estanque. Os engenheiros e engenheiras estão em todas áreas e temos que ter essa oportunidade de estar sempre à frente das tecnologias.”

Eng. de Seg. Trab. Roselaine Mignoni

 

Para falar sobre como o Sistema Confea/Crea pode se aproximar dos estudantes, da sociedade e auxiliar no processo de escolha do curso na área tecnológica que esteja regulamentado participou a Especialista Eng. Seg. Trab. Roselaine Mignoni, também professora há 30 anos em uma instituição de ensino privada e atual Coordenadora da Câmara Especializada Segurança do Trabalho do CREA-RS, que também  enalteceu as colegas e fez um pequeno histórico de sua trajetória, reforçando a vocação para a docência.

 

“Tenho uma vivência profissional que mesclou o mercado com a vida acadêmica, e sempre dei importância para desenvolver os estudantes e despertá-los para o gosto às Engenharias, e isso deve ocorrer com ações concretas como feiras científicas, estímulo a desenvolvimento de projetos focados na resolução de problemas, além de atender às demandas da sociedade”, destacou. Para ela, é importante reforçar o papel dos profissionais do Sistema em atender tais demandas. “Também é necessário ao jovem estudante saber o caminho de como averiguar o status do curso que vai seguir e quais as habilitações terá direito”, no que considera necessário haver profissionais representando e apresentando os cursos do Sistema Confea/Crea à sociedade.


Eng. Agríc. Gizele Gadotti

 

Como parte do Sistema Confea/Crea as Entidades de Classe (ECs) têm importante papel junto à sociedade. A Eng. Agríc. Gizele Gadotti, vice-presidente da Associação Brasileira dos Engenheiros Agrícolas e representante do CDEN no programa Mulher do Confea, explicou os motivos para se buscar uma associação e quais serão os benefícios ao profissional. “Temos que lembrar que o Sistema é composto de vários “atores”, dentre dos quais as IES e as ECs têm papel fundamental, e muitas vezes essa diferenciação dos papeis de cada um não é muito bem entendido”, considerou.

 

Destacou o objetivo das entidades, de promover e defender os profissionais. “Muitas vezes se confunde isso com os objetivos do CREA-RS, de registrar e fiscalizar.” Sobre o papel das mulheres, defendeu que se tenham mais profissionais associadas e atuantes nas ECs. “Faço um apelo aos colegas que procurem suas entidades, na sua cidade e região e busquem participar.” Ressaltou, ainda, a importância da interlocução com as Instituições de Ensino. “As entidades também devem fazer o papel de mostras as IEs o qual o perfil profissional que o mercado procura”, sugeriu falando como exemplo de fórum com coordenadores da Engenharia Agrícola e Ambiental promovido com as ECs.  

Eng. Civ. Maria Eugênia Cardoso

 

Inspetora-Chefe de Esteio, a Eng. Civ. Maria Eugênia Cardoso, abordou em sua fala as contribuições que as regionais do CREA-RS podem ter no estreitamento de relações do Sistema com os órgãos públicos. A Engenheira, que atua na Secretaria de Planejamento Urbano da Prefeitura de Sapucaia do Sul, falou sobre sua experiência, destacando que, por atuar num setor estritamente técnico, sempre existe o cuidado por parte dela e dos colegas de ter as ARTs e as Responsabilidades Técnicas sobre os projetos que executam. “Mas todo o dia vemos a dificuldade de outros setores, que não são técnicos e das áreas das engenharias, a de saber quando é necessário a anotação de um profissional, e qual buscar”, explicou.

 

Para ela, esse auxílio é necessário. “Temos que orientar os órgãos públicos em seus setores que lidam com licitações e contratos para os serviços em que se faz obrigatória a responsabilidade técnica de um profissional. A inspetora também ressaltou que essa aproximação com as municipalidades deve buscar a desburocratização dos processos de licenciamentos e aprovação de projetos junto às Prefeituras. “Assim aproximamos o profissional, seja por meio de criação de checklist e por meio de análises mais conclusivas. Nosso papel é usar as ferramentas que temos em benefício da sociedade e do ambiente em que vivemos.”


Eng. Agr. Andrea Brondani da Rocha

 

Encerrando a programação, a Eng. Agr. Andrea Brondani da Rocha, conselheira federal pelo RS, deixou suas reflexões sobre as ações do Sistema na busca de equidade entre homens e mulheres nas profissões da área tecnológica, no que relatou estar sendo feito um mapeamento da presença feminina, com dados que mostram a disparidade, com 817 mil homens inscritos no Creas, contra apenas 180 mil mulheres. Mencionou, ainda, o fato de entre os conselheiros do Confea, apenas quatro são do sexo feminino.

 

“Somos sim minoria no Sistema e isso tem uma importância, não no sentido de orgulho feminino, mas porque são as mulheres que entendem a realidade das mulheres”, afirmou. Falou também das disparidades de salário, apontadas em dados do Dieese. “Mulheres precisam do nosso apoio para melhoria nas suas condições de trabalho, tendo em vista, também, que muitas cumprem jornada dupla.” Assim, falou que existem ações do Confea em encontro disso, com destaque para o Programa Mulher. “Para atingirmos as metas da ONU, das quais o Confea é signatário, temos muito a trabalhar, de forma uníssona, transparente e mantendo o pé no chão para vermos a inclusão cada vez maior das mulheres no mercado de trabalho e a proteção do Sistema na valorização de todas as profissionais.”

Mútua

 

Falando em nome da Mútua-RS, o Eng. Civil Gilmar Piovezan citou algumas linhas de financiamentos destinadas às mulheres, assim como enalteceu as palestrantes e todas as profissionais. “A Mútua é parceira  com relação a qualquer evento e possibilidade de apoio e queremos estar junto com o CREA e a presidente para engrandecer cada vez mais o trabalho e a vinda das mulheres profissionais do ao Sistema.”

 

 As palestras seguem durante todo o mês com temas como Armamento Químico; Projetos Socioambientais e ODS; Engenharia a Serviço da Saúde; Manejo de Gramados Esportivos; Siderurgia Nacional para Geração de Energia Eólica; Avaliação e Tributação Imobiliária; Pioneirismo da Geologia no Brasil e Engenharia Segura.

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