Créditos: Arquivo CREA-RS

sexta, 12 de março de 2021

O Comitê Gestor do Programa Mulher do Sistema Confea/Crea, como autoridade máxima no modelo de governança do Programa Mulher no âmbito do Confea, vem desenvolvendo ações específicas no sentido de estimular a participação protagonista das mulheres dentro do Sistema, visando sua maior inserção em cargos de liderança e alta gestão. As ações vão ao encontro da valorização feminina no desenvolvimento do país e de um Sistema Confea/Crea com maior equidade de gêneros.
Assim, foi lançado na Sessão Plenária Ordinária 1.812 o Comitê Gestor do Programa Mulher RS, finalizando mais uma etapa da implantação do Programa Mulher no Rio Grande do Sul, aprovado na plenária de dezembro de 2020.
O evento contou com a participação do presidente do Confea, Eng. Civil Joel Krüger, e da gerente de Relacionamento Institucional do Confea e Secretária Executiva do Programa Mulher, Eng. Eletric. e Seg. Trab. Fabyola Resende. Também presente na live a vice-presidente da Ordem dos Engenheiros de Portugal, Eng. Lídia Manuela Duarte Santiago.

Comitê gaúcho
Além da presidente do Regional, Eng. Ambiental Nanci Walter, integram o Comitê Gestor do Programa Mulher no CREA-RS a Eng. Agr. Andréa Brondani, conselheira federal pelo Rio Grande do Sul; a Eng. Agr. Denize Frandoloso, adjunta da Coordenadoria de Câmaras Especializadas de Agronomia dos Creas (CCEAGRO); a Eng. Agríc. Gizele Gadotti, vice-presidente da Associação Brasileira dos Engenheiros Agrícolas  (Abeag); Eng. Agr. Elisabete Gabrielli, conselheira e segunda diretora administrativa; o Eng. Civ. Gilmar Piovesan, diretor administrativo da Mútua; Especialista em Eng. Seg. Trab. Roselaine Mignoni, coordenadora da Câmara de Segurança do Trabalho do Crea; Eng. Eletric. Nilza Zampieri, coordenadora da Câmara de Engenharia Elétrica do Crea; e a Eng. Civ. e Seg. Trab. Maria Eugênia Cardoso, inspetora-chefe de Esteio.
Ao abrir o evento virtual, a Eng. Nanci Walter falou da importância do Comitê Gestor do Programa Mulher, com a presença das autoridades.
“O RS tem pela primeira vez uma presidente mulher e está instituindo um Programa Mulher em cerca de 60 dias de gestão. É um crédito que me deram, ao representar o Colégio de Presidentes no Programa Mulher Nacional. Teremos um ano de muito trabalho e contem comigo”, destacou.
Falou ainda com orgulho do casal de filhos, ressaltando que a filha mais velha está cursando também Engenharia. “É um orgulho muito grande que a gente continue incentivando as jovens profissionais, estimulando-as a procurarem a Engenharia, para que não sejamos tão poucas. Que falemos, futuramente, em profissões da Engenharia em que sejamos a maioria. Eu procuro não aumentar a lacuna entre mulheres e homens. Estou tirando de letra os desafios, estou muito confortável aqui. O Comitê formado é amplo em sua representatividade do Sistema, temos coordenadorias de Câmaras, conselheiras, representando as entidades de classe, e inspetora. Acredito que homens e mulheres precisamos trabalhar em harmonia, sintonia. Contem conosco para trabalhar em prol do Sistema. Somos uníssonas no propósito de que a gente permaneça nessa colaboração e que nossos colegas, saibam que podem contar conosco da mesma forma, cresçam conosco. Estamos aqui para contribuir e trabalhar de igual para igual”, afirmou, lembrando que dos 27 regionais, há 6 presidentes mulheres. E isso já é histórico.

CONFEA
O presidente do Confea, Eng. Civ. Joel Krüger, participou da sessão plenária do Crea do Rio Grande do Sul, especialmente para prestigiar o lançamento do Comitê Gestor do Programa Mulher no Conselho gaúcho (CGPM/RS).
“É com grande alegria que estamos no plenário do Crea-RS para implantação do Programa Mulher, que tem o objetivo de ser nacional para aumentar o número de mulheres nos postos de liderança do Sistema Confea/Crea, incentivar o protagonismo delas em todas as unidades da federação e discutir as dificuldades que elas enfrentam no mercado de trabalho e na sociedade como um todo”, afirmou o presidente, que também elogiou a campanha do Dia Internacional da Mulher promovida pelo Regional ao longo deste mês. “É um recorte muito bonito que valoriza o protagonismo das profissionais gaúchas e brasileiras.” 
Ressaltou ainda que o Programa visa discutir a participação das profissionais no mercado de trabalho, nas dificuldades que enfrentam. “Discutir a questão da mulher na sociedade brasileira, temas transversais que atingem todas as mulheres no Brasil. Temos essa visão plural e queremos ser incentivadores. O protagonismo deve ser das mulheres”, defendeu.
Adiantou ainda que surgiu a oportunidade da discussão se tornar internacional. “Notamos nos fóruns, com as entidades internacionais que participamos, que o tema é relevante e os problemas são semelhantes. Já fizemos parceria com a Ordem dos Eng. de Portugal, levamos para o órgão da ONU, da UNESCO, representante mundial das Eng. na ONU, órgão que tem voz na Assembleia Geral da ONU”, detalhou.
Salientou ainda que o Confea está inserido nas discussões da agenda 2030, com as 20-30, com as Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. “As ODS têm a ver diretamente com nossas profissões - algumas mais diretamente e outras como complementos. A ODS-5 é específica de empoderamento das mulheres, dentro dessa linha queremos trabalhar com isso. O Programa Mulher é do sistema e das nossas profissionais de norte a sul, leste-oeste. Queremos a efetiva participação. Nesse sentido, procuramos no comitê gestor que fosse o próprio presidente do Confea o presidente do comitê gestor - isso para dar importância política e para ter homens. Para discutir o tema da mulher, os homens também têm que discutir. É importantíssimo. A participação deve ser plural - é uma discussão da sociedade”, finalizou.

A gerente de Relacionamento Institucional do Confea e Secretária Executiva do Programa Mulher, Eng. Eletric. e Seg. Trab. Fabyola Resende, parabenizou a Eng. Nanci Walter, presidente do CREA-RS, e se colocou à disposição do Comitê Gestor. “É muito trabalho, é um número enxuto, mas representativo, das partes que compõem o Sistema. Estamos conseguindo crescer no Brasil e vamos buscar a internacionalização do Programa Mulher. É a próxima missão”, adiantou a Eng. Fabyola, que é a idealizadora do Programa Mulher no Sistema Confea/Crea.
Representando a Ordem dos Engenheiros de Portugal (OEP), sua vice-presidente, Eng. Lídia Manuela Duarte Santiago, após citar algumas ações conjuntas do Confea e da Ordem, como a assinatura do Termo de Reciprocidade, no que parabenizou a Presidência do Confea, destacou a relevância do momento e a alegria em se fazer presente. “Alguns me perguntam por que estamos, nós mulheres, nas instâncias da Ordem e outras entidades, e digo que estamos para sermos, porque se não estivermos representadas, não nos chamam para tais locais. Parabenizo a Fabyola por criar essa agremiação de mulheres no Sistema Confea”, elogiou.
Falou da experiência portuguesa, onde, em 2019, as mulheres chegaram em 40% dos registros na Ordem de Engenheiros, mas que ainda necessitam de uma organização interna para suporte a essas profissionais. “Em Portugal, temos um grupo de Mulheres na Ciência que é muito forte, acaba que andamos sempre ‘a reboque’, assim precisamos de um grupo de engenheiras. Há tempo para tudo, mas precisamos estar, temos que afirmar nossa presença”, detalhou.
Falou, ainda, da crise social e econômica que se dará pós-pandemia e que atingirá bastante as mulheres em todos os países, mas que também pode ser vista como um momento de oportunidade. “Esta crise imensa pode ser uma imensa oportunidade para se falar sobre o tema de gênero. Acredito que no pós-pandemia vamos dar a mulher mais potencial que estamos a pensar”, refletiu.
Para ela, o mundo digital capacita para mobilizações mais amplas e mais voz às mulheres. “Aquele impacto que os homens exerciam em reuniões, de querer ser o mais ouvido, não tem espaço nesses novos processos. Esse processo digital é muito feminino, no sentido de ser muito mais sutil. Penso que vamos dar passos enormes nesse processo, e não há problema, pois os homens sempre os deram”, afirmou.

Contou de um grupo do qual participa que reúne mulheres de países lusos e hispânicos para partilhar projetos funcionais e de pequeno custo que possam gerar empregos e renda. “Ele existe para que possamos replicar experiências de alguém da Colômbia, por exemplo, com outras profissionais da Argentina ou de Cabo Verde. Nós mulheres, dentro da nossa alta criatividade, temos que partilhar”, relatou.
Por fim, deixou essa mensagem de apoio mútuo entre mulheres, não deixado de lado o papel dos colegas homens. “Temos aqui um conjunto de mulheres maravilhosas, engenheiras que estão aqui para se afirmarem e resolveram problemas, que é o que a Engenharia, botar a mão na massa e resolver. E nós que estamos nessa caminhada a mais tempo podemos sempre dar a força para uma Nanci, no Brasil, ou a uma Carla em Maputo. Criar emprego a outras mulheres. Atuemos todos nós, colocando nosso saber ao serviço útil das comunidades e dos países que terão dificuldades pós-pandemia”, finalizou.

COMITÊ PROGRAMA MULHER CREA-RS

Primeira a se manifestar, a Eng. Seg. Trabalho Roselaine Mignoni destacou a honra de estar integrando o Comitê.
A Eng. Agr. Denize Frandoloso elogiou a presidente Eng. Nanci ao instalar o Programa Mulher no RS. “Mesmo com algum tempo de atraso desde a instituição pela Presidência do Confea do Programa Mulher, estamos instituindo o programa especialmente no mês dedicado às mulheres, um mês que trouxe uma programação muito rica para todos os profissionais, como uma série de palestras que vão acontecer todas as semanas até o final do mês. Embora não tenha sido indicada pelo CDER-RS, eu me sinto como representante da Associação dos Engenheiros Agrônomos de Rio Pardo e desta forma representante do CDER-RS. Com certeza, vou dar meu máximo empenho para esse programa. Depois de mais de 40 anos dentro de um meio onde a gente tem que lutar todos os dias, quebrando paradigmas e buscando nosso lugar ao sol, quando vem um programa que trata de equidade de gênero e da participação da mulher dentro dos órgãos deliberativos do conselho é um orgulho muito grande”, resumiu.
Também 2ª diretora administrativa, a Eng. Agr. Elisabete Gabrielli falou da satisfação de receber o convite para integrar o comitê gestor do RS. “É uma das marcas que será muito bem lembrada da gestão do Eng. Joel Krüger, presidente do Confea, pois será irreversível no sistema e estou na expectativa de contribuir na discussão da inserção das mulheres no Sistema”, apontou.
Único homem a integrar o Comitê, o Eng. Civil e de Seg. Trab. Gilmar Piovezan, diretor administrativo da Mútua-RS, também exaltou a satisfação de representar a Mútua e poder participar e exaltar o trabalho que as mulheres do Sistema têm desenvolvido. “Sou o único homem, mas sei que estou representando as beneficiadas da Mútua, portanto, agradeço pelo convite e fizemos questão de participar”, ressaltou.
A conselheira federal Eng. Agr. Andréa Brondani também se dispôs a fortalecer o projeto. “Este momento é histórico. Contem comigo para alavancarmos em conjunto com o restante do Brasil”, disse a segunda mulher do Rio Grande do Sul a ocupar vaga no Plenário do Confea.
Representante das Inspetorias, a Eng. Civil Maria Eugenia Cardoso, inspetora-chefe de Esteio, exaltou o convite. “Eu acho muito importante esse programa que está sendo lançado, porque ainda podemos ter mais mulheres participando das inspetorias. Não gosto da separação homem, mulher, mas acho importante que façamos parte disso”, reconheceu.
Primeira mulher a ser eleita conselheira federal representante do CREA-RS no Plenário do Confea, em 2003, a Eng. Eletr. Nilza Zampieri falou da alegria de estar olhando para mulheres competentes e pensar que podemos chegar lá, sim. “Estamos aqui porque temos uma trajetória. Todos somos capazes, temos inteligência, podemos ser grandes profissionais. O Brasil precisa deste conhecimento técnico. O que seria de nós se não tivessem engenheiras e engenheiros para se pensar em um novo Brasil”, apontou.
A representatividade estadual e feminina também foi destaque da fala da Eng. Agríc. Gizele Gadotti, vice-presidente da Associação Brasileira dos Engenheiros Agrícolas (Abeag). “Represento o Rio Grande do Sul no Cden [Colégio de Entidades Nacionais], onde sou a única mulher. Agradeço àquelas que abriram o caminho para nós.”