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ODS aplicadas na área Florestal foram tema da segunda live do Dia da Mulher


Créditos: Arquivo CREA-RS

Engenheira Florestal pela UFPR com graduação-sanduíche Universidade de Freiburg na Alemanha e Mestre em Economia e Política Florestal pela UFPR, Fernanda Rodrigues foi a palestrante da segunda live de Mulheres que Fazem a Diferença, evento promovido pelo CREA-RS em homenagem ao mês da mulher. Embaixadora do processo de elaboração dos Indicadores Genéricos Internacionais do FSC, a engenheira é representante do grupo principal de mulheres no XXIII Foro das Nações Unidades sobre Florestas (UNFF), fundadora e presidente da Rede Mulher Florestal, e secretária executiva do Diálogo Florestal no Brasil.

Foi com toda essa bagagem que apresentou na manhã desta terça-feira (15) a temática Projetos Ambientais e os Objetivos Sustentáveis da ONU (ODS). Quem abriu o encontro, transmitido via Youtubedo Conselho gaúcho, foi a presidente do Conselho, Eng. Amb. Nanci Walter, que destacou a alegria de contar com participação da profissional, que falava do Paraná. Lembrou ainda que até o final do mês “outras protagonistas que atuam com tanto destaque em nossas profissões” estão palestrando.

Também o coordenador da Câmara Especializada de Eng. Florestal, Eng. Florestal Edson Cantarelli, fez seus agradecimentos e destacou alguns números da Engenharia Florestal no país, citando os registros por gênero. “São 14.668 profissionais em todo o Brasil, destes 4.811 são mulheres. No RS, dos 2.025 registros, 332 são femininos. Porém já é notório o aumento do número de mulheres que entram nos três cursos do Estado, mas a diferença nos registros ainda é grande. Na UFSM, 52% dos formados são mulheres”, afirmou, destacando a universidade figurar 14º lugar em produção de artigos científicos de autoras mulheres. “É um número muito expressivo”, apontou.

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
A Eng. Fernanda iniciou ressaltando ser o mercado de trabalho florestal, com destaque para o campo, uma área de atuação ainda majoritariamente masculina, assim como as mulheres ainda são muito poucas nos cargos de liderança e nas instâncias de decisão. “A primeira turma de Engenharia Florestal da Federal do Paraná formou-se em 1964, com apenas uma mulher, e só em 2004 o número de alunas se equiparou aos dos homens.”

Falou brevemente sobre os ODS, que são 17 ao total, explicando que, cada um deles, traz uma série de indicadores fundamentais para quem trabalha com a agenda da sustentabilidade e com quem deseja se alinhar suas estratégias às estratégias globais dos objetivos sustentáveis. “Não é só uma questão socioambiental, também é econômica, não há como se fazer essa desvinculação.”

ODS 5: Igualdade de Gênero 

 
Após, focou sua apresentação nos Objetivos de número 5, sobre igualdade de gênero, e o número 17, que trata sobre proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres. Sobre a questão da igualdade, frisou ser sobre homens e mulheres terem iguais direito, na vida pessoal e profissional.

Na área da Engenharia, trouxe alguns casos concretos, como nas atividades de campo, na área rural, quando as empresas não preverem banheiros separados, assim como os alojamentos. Também citou casos em que as seleções de oportunidades explicitam o sexo masculino como pré-requisito. “É muito doloroso ler isso em uma vaga em que você se enquadra profissionalmente”, reforçou.

Falou sobre a iniciativa Rede Florestal, da qual é presidente, que é uma organização que visa promover a equidade de gênero com ênfase no setor floresta. “Pensamos ser necessário falar sobre gênero no setor e nos alinhas ao ODS 5, com igualdade de oportunidades em todas as áreas, mas também nas de lideranças, pois ainda temos o chamado ‘fenômeno teto de vidro’, que é barreira invisível às mulheres para ascender as cargos de liderança e decisão.”

Tratou ainda da necessidade de haver mais dados com recortes de gênero, idade e raça. “Trazer diversidade às empresas gera lucro”, destacou. Explicou ter sido concebida a Rede com duas linhas centrais: a ODS 5 e o Plano Estratégico da ONU para as Florestas 2017-2030. Após, mostrou alguns dados com uma amostra de empresas do setor florestal que representam 50% da área florestal plantada no Brasil e que demonstram a ainda baixa participação feminina em algumas áreas do setor, sendo muito pequena a presença em quadros executivos, assim como em colheitas. “No panorama geral do setor, as mulheres são 13% dos profissionais em atuação e 54% das empresas consultadas não incorporou em suas estratégias esse ODS.”

ODS 15: Vida Terrestre


No que tange ao uso da madeira, produção certificada e consumo responsável são os itens frisados pela Engenheira. “O selo do FSC, sistema de certificação florestal internacionalmente reconhecido, identifica produtos originados do bom manejo florestal”, explicou a Eng. Fernanda. Abordou os conceitos de conservação, recuperação e uso sustentável, mencionando o Código Florestal brasileira que, em propriedades privadas, delimita tais áreas e seus usos. Quando for necessária a recuperação citou a importância do Programa de Regularização Ambiental (PRA), pelos Estados, e dos Projetos de Recomposição de Áreas Alteradas e Degradadas (Prada), pelos responsáveis pela propriedade em questão.

Sobre a entidade Diálogo Florestal, da qual faz parte, esclareceu ser um elo entre representantes de empresas do setor de base florestal e organizações ambientalistas e movimentos sociais com o objetivo de construir visão e agendas comuns entre esses setores. Por fim, apresentou alguns projetos que atuam com essa perspectiva, que foram escolhidos por meio de chamada pública promovida pela entidade para eleger as melhores práticas no setor.

Ao final, após alguns questionamentos, citou ser o setor florestal brasileiro uma referência em termos de conversação e competitividade no mundo. “Há um bom tempo empresas da área florestal estão discutindo recuperação e preservação, tendo um impacto positivo muito importante. O setor no Brasil é um dos mais avançados do mundo. Empresas de fora vêm conhecer o nosso trabalho, o que muito nos honra.”

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