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Terceira palestra das Mulheres que Fazem a Diferença abordou Engenharia a Serviço da Saúde


Eng. Eletrôn. Léria Holsbach. Créditos: Arquivo CREA-RS

Dando continuidade à série de palestras técnicas Mulheres que Fazem a Diferença, evento promovido pelo CREA-RS no mês de março, nesta quarta (17), a Eng. Eletrôn. Léria Holsbach, vice-presidente de Desenvolvimento Técnico-Científico da Associação Brasileira de Engenharia Clínica (ABEClin) abordou a Engenharia Clínica.

Umas das expoentes na Engenharia Clínica do Rio Grande do Sul, a Eng. Elétron. Léria que possui experiência nacional e internacional em tecnologias na área da saúde, falou sobre a temática “Engenharia a Serviço da Saúde”, destacando o papel da Engenharia Clínica e seus profissionais na boa gestão e na segurança dos equipamentos e tecnologias aplicadas à população. 

A palestra, que está disponível no canal do Crea do Youtube, foi acompanhada por mais de 30 espectadores, entre profissionais e estudantes. Ao abrir o evento on-line, a Eng. Nanci Walter destacou a exitosa trajetória da palestrante na carreira da profissional. Ressaltou, ainda, o momento crítico da pandemia no País, onde se vê ainda mais a importância da engenheira em promoção da saúde. “A Engenharia é vida também”, afirmou.

A Eng. Eletricista Nilza Venturini Zampieri, coordenadora da Câmara de Engenharia Elétrica do CREA-RS (CEE), destacou a excelência das profissionais palestrantes no evento, ressaltando a presença no auxílio do cumprimento dos papéis dos conselheiros e, também, do CREA-RS na defesa da sociedade. “Principalmente nesse momento mostramos que a Engenharia tem papel fundamental no processo social e a escolha da professora Léria não poderia ser melhor”, afirmou.

Engenharia Clínica
Agradecendo pelo título escolhido pela equipe do Conselho para sua fala – Engenharia a Serviço da Saúde –, a Eng. Léria Holsbach iniciou ressaltando sua luta de 25 anos para mostrar o Engenheiro inserido na saúde. “A avaliação, a gestão e o gerenciamento do ciclo de vida de uma tecnologia dentro dos serviços de saúde – dos estudos de aquisição, instalação, manutenção e correto descarte – traz a qualidade e a garantia de segurança à equipe assistência médica e ao paciente”, destacou a Engenheira, que é coordenadora da Especialização em Engenharia Clínica da Santa Casa de Porto Alegre, um dos primeiros do País e que gerou já três patentes nacionais.

Citou números do mercado de trabalho, de acordo com pesquisa da ABEClin, que revelou serem 80% dos cargos na área de engenharia na saúde ocupados por homens. Também fez um pequeno histórico da relação da Engenharia com os cuidados de saúde, desde a construção do primeiro hospital, ao seu desenvolvimento, devido à necessidade da sociedade e governos em aprimorar e garantir segurança das tecnologias e equipamentos destinados à área.

“A Engenharia Clínica, na Europa e nos Estados Unidos, já vem sendo desenvolvida desde os anos 1970, no Brasil temos o primeiro curso de pós na área em 1976, mas ainda muito relacionado à pesquisa. Em 1993, na necessidade de buscar empréstimos internacionais para equipar hospitais, sucateados em tecnologia, que houve um esforço do MEC e Ministério da Saúde para a criação de cursos, tendo sido escolhidos os Estados do Rio Grande do Sul, São Paulo e Paraíba”, relatou a Engenheira, ressaltando que, desde então, existe uma luta para que a profissão seja reconhecida pelo Confea.

Atuação multidisciplinar e custos da má gestão
Reforçou o objetivo do Engenheiro Clínico, explicando ser uma atuação multidisciplinar com outras Engenharias, ser a avaliação e o gerenciamento dentro dos estabelecimentos de saúde dos equipamentos instalados. “Temos lei e resoluções que exigem a presença de um profissional para isso”, relatou, detalhando as principais etapas desse gerenciamento, desde o estudo preliminar, junto à equipe assistência para a aquisição, incluindo os valores de infraestrutura e de descarte correto; até sua instalação, atuando ainda nas intervenções necessárias ao correto funcionamento, coordenando as manutenções preventivas e corretivas. “Além de manter os equipamentos, fornecemos informações para tomada de decisões apropriadas, seguras, eficazes e de custo racional.”


Destacou, ainda, os impactos financeiros e sociais de um equipamento parado, seja por questões de falta de manutenção ou de ausência de infraestrutura adequada para sua instalação. “Pode ser um leito, um mamógrafo, uma máquina de raio X: será um paciente sem atendimento. Quem faz um bom gerenciamento de tecnologia vai ter poucos equipamentos parados ou ações alternativas para quando ele estiver fora de uso.”

Mostrou matérias que exemplificam os resultados da má gestão, citando, por exemplo, os ventiladores pulmonares, quando em março do ano passado, devido à necessidade pela pandemia, um levantamento mostrou que, de cerca de 65 mil disponíveis no país, mais de 4 mil estavam fora se uso. “A ABEClin capitaneou um processo, junto à Anvisa e alguns Creas, de um mutirão para o conserto dos ventiladores, o que salvou muitas vidas. Mas fica minha pergunta, é preciso que os órgãos governamentais batam na porta das instituições para perguntar o que há para consertar? Onde estão os Engenheiros Clínicos desses hospitais? Não tem”, questionou. 

Citou, por fim, as diversas novas tecnologias em utilização e em estudo aplicadas à saúde como as impressoras 3D, inteligência artificial, imagens holográficas. “Nós, da Engenharia, temos que estar preparados, pois existem os lugares e muitas vezes são ocupados por profissionais sem a formação adequada”, afirmou, explicando a importância, também, do relacionamento do Engenheiro Clínico com as equipes de TI dos serviços hospitalares.

Também presente, o Eng. Eletricista e Seg. Trabalho Eduardo de Brito Souto, coordenador-adjunto da CEEE, que, ao final, relatou o trabalho desenvolvido no Confea, com a instalação de um Grupo de Trabalho com foco em debater os testes de controle de qualidade para equipamentos de radiologia e mastologia, num trabalho com apoio da Anvisa. 


A programação de palestras técnicas em homenagem ao mês da mulher segue até o final do mês. Confira a programação e acompanhe em nossas redes sociais.

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