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O Papel do Engenheiro Químico na Opaq


Créditos: Arquivo CREA-RS

Na penúltima live da série “Mulheres que Fazem a Diferença”, a Eng. Quím. Láuren Brondani falou sobre “O Papel do Engenheiro Químico na Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq)”. A engenheira é Senior Industry Office na Opaq, sediada em Haia, na Holanda, onde atua desde 2017. Está responsável pela preparação técnica das missões de verificação nas indústrias dos países signatários da convenção. A profissional tem, ainda, experiência de 12 anos na área petroquímica.

Eng. Ambiental Nanci Walter, abriu o encontro, ressaltando a satisfação em conhecer mais do trabalho das mulheres que participam da série. “É muito bom enxergar o campo de trabalho que vocês foram buscar e o protagonismo que cada uma teve. E vejo que falam dos problemas enfrentados como desafios a serem encarados de frente.”

Coordenador da Câmara Especializada de Engenharia Química, Eng. Químico Marino José Greco, falou sobre o trabalho da Especializada e, também, do currículo da convidada. “Muito orgulho em ter representantes no exterior, e dá orgulho da engenharia química, do Brasil e de sermos brasileiros.”

Opac

Explicou como a Organização trabalha para seu principal objetivo, que é manter o mundo livre as armas químicas e de seus usos, contando com os 193 estados-membros signatários da Convenção sobre Armas Químicas, em uma cooperação internacional para o uso pacífico dos produtos químicos. “Nosso trabalho é focado na prevenção, verificação e destruição dos estoques de armas químicas. Também a Opaq está pronta a agir no caso de um ataque químico, desde a investigação até a assistência aos afetados”, explicou. Em seus 24 anos de existência, cerca de 90% do estoque (declarado) de armas químicas já foi destruído, informou.

A engenheira deu um breve histórico do uso de armas químicas no mundo, citando a Primeira Guerra Mundial, chamada a primeira “guerra química moderna”. Citou, também, o caminho na História dos acordos internacionais visando eliminar o uso de componentes como armas, o primeiro datado de 1665, entre França e Alemanha, passado pelo protocolo de Genebra, que proibia o uso, mas não a fabricação das armas químicas, até atual acordo da Convenção sobre Armas Químicas (CAQ), em vigor desde 1997. “No CAQ houve a inclusão do controle das indústrias que lidam com os competentes e precursores químicos capazes de serem usados na fabricação de armamento químico, que é o controle que fazemos hoje”, explicou.

Armas Químicas

Depois explicou o que são armas químicas, dando exemplo das substâncias e sua ação no organismo. “Esses são compostos que estão presentes, muitas vezes, em nosso dia-a-dia, sendo que podem ter seu uso para fins pacíficos ou para produção ou serem diretamente usados como armas químicas. Assim, não podemos definir uma lista de produtos proibidos, temos que monitorar seus usos”, explicou.
Citou as três níveis de perigo em que os principais produtos monitorados estão listados: lista 1, os que são comercializados em grandes escala, presentes em diversos produtos do cotidiano, mas que podem ser precursores de armas; lista 2, os de médio risco e também precursores; e, por fim, os mais utilizados como armas química, de alto risco, na lista três, onde encontram-se apenas 17 químicos.

Por fim, explicou o regime de verificação industrial, onde atua, onde os países declaram suas indústrias e empresas químicas.”Esse ciclo inicia com a declaração dos países signatários das instalações que produzem os químicos listados, após organizamos as inspeções, com os inspetores da Opaq indo a campo, sendo acompanhados da autoridade designada pelo País e pelo responsável na industria selecionada”, relatou, destacando que o objetivo são 240 inspeções por ano.

A seleção das indústrias é randômica, sendo que os países com mais instalações desta área, tendem a receber mais inspeções. “Mas temos um teto de inspeção por país, o Brasil não atinge esse limite, mas recebe um grande número de inspeções, sendo o maior da America do Sul.”

Engenheiro Químico na Opac

Laurén Brondani apresentou também o papel dos engenheiros químicos na Opaq, que destacando a diversidade da organização, tendo funcionários com mais de 80 nacionalidades. Por meio do organograma mostrou as áreas de atuação dos Engenheiros Químicos, na Gerência de Declarações, onde também atuam químicos; na Gerência de Verificação de Indústria, com todo o grupo de formação em Engenharia Química; e o Setor de Inspetories, onde além de Engenheiros Químicos, atuam Químicos e Engenheiros de outras modalidades.



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