Créditos: Arquivo CREA-RS

segunda, 21 de junho de 2021

Cachorro-quente, bisnaguinhas, cookies, pão de queijo… já dá para imaginar uma festinha infantil! E se essa festa pudesse ser, além de gostosa, nutritiva? Pensando nisso, a Engenheira de Alimentos Aline Nunes criou a empresa de lanches infantis ultracongelados Sementinha - Comida com Afeto.
Utilizando seus conhecimentos técnicos da Engenharia de Alimentos, aliados com a preocupação de mãe, Aline apostou no ultracongelamento, que dispensa o uso de conservantes e mantém o sabor dos alimentos mesmo depois de congelados. Conversamos com ela sobre essa técnica e sobre o papel da Engenharia de Alimentos na saúde das pessoas. Confira!

 

CREA-RS: Como surgiu a ideia de usar a Engenharia de Alimentos para possibilitar às crianças uma alimentação mais saudável?
Eng. Aline – A Engenharia de Alimentos é minha formação, então tudo se mistura. A minha inspiração foram os meus filhos, quando senti a necessidade de oferecer a eles lanches mais saudáveis, vi que existia uma grande necessidade no mercado. Identificando que a minha preocupação com a alimentação dos meus filhos era igual a de muitas outras mães, me dei conta de que eu tinha como vantagem a minha formação e decidi empreender, criando a Sementinha – Comida com Afeto. A Engenharia vem para que, por meio de tecnologia e otimização de processos, possamos oferecer produtos de qualidade, seguros e equilibrados.

CREA-RS – Qual é a diferença entre alimentos congelados e ultracongelados?
Eng. Aline – O congelamento convencional, que também pode ser chamado de congelamento lento, pode levar até 24h para finalizar o processo. Durante esse período, formam-se cristais de gelo que acabam danificando a estrutura dos alimentos, e, após descongelar, a textura e sabor dos alimentos são alterados. Já no ultracongelamento, o processo é muito mais rápido, evitando a formação dos cristais de gelo. Quando o alimento é descongelado, é como se acabasse de ser feito, mantendo as características nutricionais, de sabor e textura.

CREA-RS – Você usa ingredientes mais saudáveis em receitas já conhecidas pelas crianças. O gosto é o mesmo? Como tem sido a aprovação das crianças?
Eng. Aline – Nossos produtos foram desenvolvidos partindo de receitas convencionais, fazendo algumas substituições, reduzindo ou substituindo o açúcar e adicionando alguns ingredientes que quase não alteram o sabor, mas incrementam muito nas características nutricionais. Nossa escolha por insumos quase sempre orgânicos já contribui para qualidade superior com relação ao existente no mercado, além de não utilizarmos nenhum pó artificial, sendo o ultracongelamento a única forma de preservar os alimentos.
O sabor é ligeiramente diferente e cuidamos muito para que, além de saudáveis, sejam bons ao gosto das crianças. Temos conseguido a aprovação delas e das mamães. Nossa salsicha artesanal por exemplo, usa apenas uma mescla de carnes, temperos naturais, aveia e cenoura! O sabor ficou semelhante ao sabor das salsichas de mercado, mas com incontáveis benefícios à saúde das crianças, pois não utilizamos nenhum conservante ou corante artificial. E temos que lembrar que as crianças estão ainda desenvolvendo paladar e experimentando, com cada vez mais mães procurando alternativas saudáveis.

CREA-RS – A Engenharia de Alimentos pode contribuir para produzir alimentos mais saudáveis, sustentáveis e saborosos?
Eng. Aline – Sim! Podemos usar a tecnologia a favor da saúde, proporcionando cada vez mais alimentos sustentáveis, saudáveis e sem perder o sabor, já que os ingredientes naturais e orgânicos trazem a riqueza de sabores da natureza. A alimentação industrializada continuará existindo, pois a demanda mundial é muito grande, mas acredito que a alimentação saudável terá cada vez mais espaço no mercado, pois a tecnologia pode auxiliar em toda a cadeia, desde a produção de insumos orgânicos, com toda a preocupação com a sustentabilidade e preservação do meio ambiente, até na produção e conservação dos alimentos.