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Eleição da Coordenadoria de Agronomia dá voz às câmaras regionais


Coordenador Jorge da Silva Júnior (Crea-BA) e coordenador adjunto Bernardo Scarpelli (Crea-MG): participação das regionais, fiscalização e atenção ao . Créditos: Hugo Rafael/Confea

Natural e morador de Barreiras, município do Oeste baiano da região do Matopiba (área produtora que envolve os estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), tal como o presidente do Crea-BA, eng. agric. Joseval Carqueija, o novo coordenador nacional das Câmaras Especializadas de Agronomia (CCEAGRO), eng. agr. Jorge da Silva Júnior, tem planos bastante ousados em relação à continuidade das ações que a Coordenadoria Nacional vem desenvolvendo, além de outras iniciativas conduzidas à frente da coordenadoria baiana no ano passado. Logo após sua eleição, ao lado do coordenador adjunto, eng. agr. Bernardo Martins Scarpelli (Crea-MG), durante o 11º Encontro de Líderes Representantes do Sistema Confea/Crea e Mútua, ele foi eleito também presidente da Associação dos Engenheiros Agrônomos de Barreiras – AEAB, entidade que ainda será cadastrada junto ao Sistema.

Graduado em 2003 pela Universidade Federal de Lavras (UFLA), o novo coordenador da Agronomia agradeceu sua eleição, dizendo que ela “dá voz às câmaras regionais”. A exemplo dele, o Crea-BA também será representado pelos coordenadores nacionais das câmaras de Engenharia Industrial, eng. mec. Eder Ramos, e da Agrimensura, eng. agrim. Marcos Almeida; e pelo coordenador adjunto da Elétrica, eng. eletric. Miguel Lobo. “Isso demonstra a confiança, aproxima mais a nossa regional dos outros Creas, ressaltando a importância do estado na conjuntura nacional”, considera Jorge da Silva Júnior.

“Estamos há muitos anos sem ter um coordenador nacional, em um estado de muita importância para o setor agrícola, ainda mais no Matopiba, que tem uma produção de soja, milho e algodão muito grande. E agora, frutas como banana e cacau”, comentou o presidente do regional baiano, eng. agric. Joseval Carqueija, ponderando que o cultivo de cacau bem mais tradicional no Recôncavo Baiano vem vencendo nos últimos anos a praga da “vassoura de bruxa” e ainda que o cupuaçu e o açaí também estão sendo bem inseridos no setor produtivo baiano. “Temos também duas fábricas grandes de celulose”, disse.

Calendário de reuniões ordinárias da CCEAGRO 2022
Data  Local
11 a 13/4 Brasília (DF)
3 a 5/8 Brasília (DF)
28 a 30/11 Fortaleza (CE)

 

Ainda segundo o presidente do Crea-BA, presente à reunião que definiu a eleição de Jorge da Silva Júnior para a CCEAGRO, o estado da Bahia se tornou um polo do agronegócio. Na Chapada da Diamantina, com produção de batata, milho, café e outros derivados. Já o Vale do São Francisco se destaca pela fruticultura. No Recôncavo Baiano, tem crescido a agricultura familiar com a produção de coco, dendê e ainda uva e morango, na região do Morro do Chapéu. Enquanto na região de Irecê a Xique Xique, às margens do rio São Francisco, fica a Estrada do Feijão, onde também se produz morango, milho e cebola. 

“Lá, o governo federal colocou em funcionamento um projeto de irrigação do Baixio do Irecê com 45 quilômetros de canais de irrigação. Temos outros projetos de irrigação, como o de Serra do Ramalho, maior produtor de banana do país. Ou seja, a gente vê que todo o estado tem uma produção agrícola muito forte. Até na caatinga se produz milho e sisal”, diz, destacando que a Agronomia também se faz atuante no Estado na produção de gado, de corte e de leite, e na caprinocultura, empregando muitos profissionais da Agronomia, da Florestal, da Engenharia Agrícola, da Pesca, esta por meio de três faculdades de Engenharia de Pesca.

Democracia 
Segundo Jorge da Silva Júnior, o primeiro passo de seu compromisso com os colegas que o elegeram à frente da Coordenadoria Nacional de Câmaras Especializadas de Agronomia foi buscar sintetizar e analisar como está o andamento das propostas. “Era coordenador regional já no ano passado e algumas propostas que vamos discutir já passaram para aprovação no ano passado. Então, além das propostas apresentadas pela Comissão de Ética e Exercício Profissional (Ceep), escutamos as principais propostas e as principais demandas das câmaras”, resume. 

Esse acompanhamento se integra a um plano de trabalho que, a princípio, envolve 10 propostas. “Outras poderão ser acrescentadas ainda, conforme esse acompanhamento”, ressalta. Jorge da Silva Júnior afirma ainda que a principal preocupação, sustentada por todos os regionais, diz respeito à fiscalização. “Gosto de buscar a participação de todos, essa era uma característica da nossa atuação na Bahia. Ao lado do (coordenador adjunto) Bernardo Scarpelli, do Crea-MG, que tem uma longa experiência no Sistema, pretendemos também trabalhar junto às associações”, diz.

Formulário de ARTs e fiscalização
Entre outras propostas a serem analisadas pelo colegiado, está a do aperfeiçoamento do formulário da Anotações de Responsabilidade Técnica, pensando na especificidade de cada modalidade. “Precisamos também ter subsídios para tratar as resoluções do CFT e CFTA, que acabam atuando juntos em alguns casos. Para isso, pediremos apoio da assessoria parlamentar do Confea”, diz. 

Jorge Silva pretende ampliar o seminário de fiscalização criado pelo Crea-BA para envolver os Creas da Região do Matopiba para todo o país
Jorge da Silva Júnior pretende ampliar o seminário de fiscalização criado pelo Crea-BA para envolver os Creas da Região do Matopiba para todo o país

O novo coordenador da Agronomia informa que desde o ano passado, o Crea-BA promove um seminário de fiscalização em Agronomia. “A ideia era reunir inicialmente os regionais do Matopiba, mas logo recebemos a adesão dos regionais de Goiás e Distrito Federal, em favor de uma padronização dos métodos de fiscalização para que pudesse ser feito algo similar nas outras regiões do país”. Segundo ele, a iniciativa busca sistematizar os principais critérios e atribuições para que os fiscais atuem com maior efetividade, facilitando ainda a relação com as unidades cartoriais e fortalecendo o Sistema como um todo.

O diálogo com outras modalidades sobre recursos de tecnologia e outros instrumentos da fiscalização também foram temas discutidos pelo seminário. “A gente busca melhorar. E fizemos um manual de fiscalização, que depois foi acompanhado pelo Crea-GO. Semelhante a essa experiência, buscamos agora fazer uma normatização ou regulamentação da atuação do engenheiro de pesca. Acredito nessa sistemática de manuais para sermos padronizados, conforme as demandas específicas dos seminários de cada regional”, diz.


Diretrizes da Ceep
Acompanhar a fiscalização da indústria, segundo uma das diretrizes estabelecidas pela Comissão de Ética e Exercício Profissional (Ceep), será uma preocupação a ser conduzida junto às indústrias de celulose, na silvicultura, assim como junto à indústria do pescado, “onde muitos veterinários estão entrando na área dos engenheiros de pesca”.

Outra preocupação será o acompanhamento junto às coordenações dos cursos de Agronomia, mantendo uma iniciativa executada desde o ano passado, em torno de abordagens como a residência agronômica, a extensão curricular e a prova para tirar a carteira. “A gente tem feito isso na Bahia, incentivando o acompanhamento junto às entidades de ensino”.

Conjunturas
As conjunturas nacional e internacional também serão preocupações da CCEAGRO em 2022. “Contando inclusive com a aproximação com a Confederação dos Engenheiros Agrônomos do Brasil – Confaeab, a gente buscará reforçar as ações de cada câmara, tanto em relação a manifestações repúdio, como em torno de algumas outras questões que gente entende que s podem abalar a Agronomia, como a Guerra na Ucrânia ou as mudanças climáticas, o que também envolve essa crise dos fertilizantes”, diz Jorge da Silva Júnior.

“Somos dependentes dos fertilizantes importados da Rússia”, acrescenta. Segundo ele, para tentar superar essa adversidade, agravada pela privatização de fábricas de fertilizantes na Bahia, Sergipe e Paraná – o que já mereceu inclusive críticas da ministra Tereza Cristina, após a a crise russa – existem rochas que não têm tantos incentivos de exploração e cuja exploração, em parceria com profissionais como engenheiros de minas, geólogos e até geógrafos, poderia contribuir para diminuir a dependência externa. “Avançamos muito no potencial de uso das plantas, mas elas ainda carecem de uso de fertilizantes. Cabe atentar para o uso correto, sabendo que existem profissionais habilitados para isso, inclusive com o uso de drones, que também podem ser um importante instrumento para a fiscalização”.

Para Jorge da Silva Júnior, o país precisa se reestruturar. “A Câmara vai procurar apoiar iniciativas que valorizem os nossos recursos. As próprias fontes de água. Então, vamos acompanhar o que tem sido o nosso direcionamento, sempre respeitando a legislação, e apoiando a modalidade como um todo”. Assim, prossegue, situações como uma recente chuva de granizo no município de São Desidério, vizinho a Barreiras, apontam para a necessidade de considerar as mudanças climáticas entre outros aspectos de conjuntura para o exercício das atividades da Coordenadoria. “São questões que podem abalar a própria produção. Estamos acompanhando”, comenta. A Confaeab abordou o tema nesta nota, divulgada no início do ano.
 
"A eleição do Jorge da Silva Júnior  reconhece esse potencial agrícola do Estado e tem um potencial muito grande nas profissões inseridas na Agronomia”, considera ainda o presidente do Crea-BA, elogiando também a atuação da Confaeab  para a conquista. “A gente agradece e convida quem não conhece esse potencial agrícola a conhecer por meio de diversos eventos em que acontecem no Estado, como o Bahia Farm Show, uma das maiores feiras do agronegócio da América Latina, em Luís Eduardo Magalhães”, comentou Joseval Carqueija.

Henrique Nunes
Equipe de Comunicação do Confea

Fotos: Hugo Rafael/Confea

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