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Tecendo a Rede Mulheres na Engenharia em solo gaúcho


Equipe da Ong Mulher em Construção participa de evento na Casa do CREA-RS. Créditos: Arquivo CREA-RS

A construção de uma vida. Esta foi a tônica do lançamento da Rede Mulheres na Engenharia da Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul, por iniciativa do CREA-RS, ocorrido na Casa do Profissional do CREA-RS, na Expointer, no primeiro dia de setembro.

A construção da rede

Com experiências diferentes e coordenado pelas Engenheiras Nanci Walter, presidente do CREA-RS, e Daniela Cardeal, Sergs e do Sindienergia-RS, o evento reuniu a promotora com atuação nas Promotorias de Justiça de Defesa dos Direitos Humanos de Porto Alegre, Anelise Grehs; a diretora da Escola de Engenharia da UFRGS, Eng. Carla Ten Caten; a Eng. Elisabete Gabrielli, coordenadora do Comitê Programa Mulher do CREA-RS; Bia Kern, fundadora da Ong Mulher em Construção, e integrantes da ONG, representantes de instituições de ensino e entidades de classe, inspetoras e conselheiras. A secretária do Meio Ambiente e Infraestrutura, Eng. Florestal Marjorie Kauffmann, também estava presente.

Secretária do Meio Ambiente e Infraestrutura, Eng. Florestal Marjorie Kauffmann, também estava presente

"Que bom estarmos realizando este encontro, por iniciativa do nosso Conselho em criar uma Rede de Mulheres na Engenharia dentro da Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul (Sergs), dentro da nossa casa, compartilhando com nossas e nossos colegas. Tudo no coletivo e no plural porque é assim que esta gestão trabalha", ressaltou.

Aproveitou para falar um pouco da instalação do Comitê Mulher do CREA-RS, ainda recente. "O nosso Conselho pensou em algo específico para nós mulheres, no sentido de não só nos valorizar, nós profissionais, mas também para incentivar as meninas a olharem para a Engenharia de um modo diferente", afirmou.

Eng. Elisabete, presidente Nanci, Eng. Walter Lídio Nunes, eng. Daniela, Eng. May e promotora Anelise

Para ela, o encontro é a possibilidade de criar uma grande rede para que o aprender seja mútuo.

Ao citar a Eng. Civil Daniela Cardeal, da Sindienergia-RS, lembrou que as duas receberam o troféu de Engenheira do Ano pela Sergs, pela iniciativa privada e serviço público, respectivamente. "Nenhuma mulher havia recebido o prêmio e nós duas tivemos este reconhecimento. O que muito me honrou", salientou.

Eng. Civil Daniela Cardeal, presidente Nanci e procuradora Anelise Grehs

"São muitas histórias, mas podemos fazer mais. Vamos somar, ouvindo as experiências das mulheres da Academis e depois conhecer este projeto maravilhoso de Mulheres em Construção. Quando fiquei sabendo que a Bia estava levando o projeto para São Paulo, eu sugeri que ficasse, pois vamos incluí-las nesta rede que estamos construindo, porque tudo o que elas fazem têm a ver com a Engenharia, principalmente a Engenharia Civil. Sou a madrinha, apoiadora e contem comigo. Temos que apoiar umas as outras. Sintam-se todas em casa", apontou.

Em sua manifestação, a Eng. Daniela fez uma reverência ao Eng. Civil Walter Lídio Nunes, presidente da Sergs e também presente. "Ele foi uma pessoa que acolheu o projeto de levar mais mulheres para a Sergs", destacou.

Experiências compartilhadas

Para ela tudo está conectado e a discussão parte também sobre o currículo das escolas técnicas. "A ideia é colocar o profissional no mercado atualizado e inovador, que perpasse gênero, para realmente valorizar a pessoa que entre no mercado de trabalho", apontou.

Segundo o Eng. Nunes, o tempo melhorou o nosso processo decisório, com a formação e o compartilhamento de ideias novas. A interação de grupos para ideias novas é muito importante e as mulheres trouxeram a evolução. "Precisamos realizar o intangível. O que é paradoxal, pois os fatores que influenciam a decisão não são só técnicos, econômicos ou mental, mas extremamente social", conta, afirmando ainda que ficou entusiasmado com o projeto e com a continuidade do processo.

"Ainda vejo muita dificuldade para a formação de redes, porque as pessoas querem muitas vezes pegar apenas o seu próprio protagonismo. E eu vi muita facilidade de vocês em se organizarem em redes, para defender questões importantes de uma agenda de sociedade, construindo o pertencimento. E o Ministério Público entrou agora. É um modelo catalisador", defendeu.

Também falou da importância da formação acelerada de mão de obra, depende do projeto. Mas temos que oferecer as oportunidades.

Eng. Civil Walter Lídio Nunes, presidente da Sergs

Em sua fala, a Eng. Elisabete Gabrielli lembrou que o Sistema profissional que existe há 80 anos, somente nos últimos anos é que a mulher está ocupando espaço. "Esta rede traz vários grupos diferentes, mas que convergem da mesma situação, que a mulher entender que ela é capaz, que ela pode estar na construção civil, agronomia, enfim em qualquer engenharia ou no mercado como um todo, sendo valorizada pelo o que ela faz", citou.

Para ela, a aproximação com a ONG Mulheres em Construção vem ao encontro com as metas do Programa Mulher. "Poder fomentar esta mão de obra que a ONG está conseguindo formar e que vai melhorar o nosso sistema de produção, particularmente a vida das mulheres", destacou.

A promotora Anelise Grehs trouxe vários números referentes à violência contra a mulher, diferenças salariais entre homens e mulheres, além de projetos de inserção de apenados. Também compartilhou projetos do Ministério Público referente a inserção de mulheres no mercado de trabalho.

Na oportunidade, a ONG Mulheres em Construção apresentou o trabalho desenvolvido, criado em 2018, que já atendeu mais de 5 mil mulheres diretamente com cursos e oficinas gratuitas de capacitação para diversas áreas da construção civil e mais de 20 mil pessoas de forma indireta. Desde então, vem disseminando sua metodologia em parceria com diversos órgãos públicos e empresas que reconhecem a importância do projeto e apostam na inserção da mulher na construção civil devido a seu grande potencial produtivo e de organização.

Bia Kern, fundadora da Ong Mulher em Construção

Os treinamentos incluem leitura e interpretação de planta baixa, empreendedorismo e cooperativismo e desenvolvimento de pensamento crítico com relação a sexualidade, autoestima, empoderamento, sustentabilidade e relações interpessoais no local de trabalho.

Estande lotado

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