Profissionais acompanham atentos debate sobre Sustentabilidade e Ética na Engenharia. Créditos: Arquivo Confea

quinta, 06 de outubro de 2022

Dando continuidade à programação da tarde do primeiro dia da 77ª Soea, o moderador do Painel Sustentabilidade e Ética na Engenharia, conselheiro federal eng. minas Renan Azevedo, iniciou sua fala relacionando a importância desse tema que trata de duas realidades intrínsecas à engenharia, cuja definição é um desafio devido às interpretações subjetivas de cada profissional.

Para a primeira convidada do painel, eng. civ. Carmem Eleonôra Amorim Soares (Coordenadora Nacional das Comissões de Ética - CNCE), não é possível ter sustentabilidade se não houver um processo ético nas pessoas. Segundo ela, é necessário ter valores morais para se atingir um nível adequado de meio ambiente politicamente correto.  “Quando se coloca a ética e a sustentabilidade na Engenharia, constrói-se um país melhor. São duas vertentes que, juntamente com a tecnologia e a inovação, fazem-nos mudar o mundo”, disse Carmem Eleonôra.

Importante ressaltar que pela primeira vez a Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia está com um programa totalmente sustentável, com a gestão correta dos resíduos gerados e o envolvimento com causas sociais locais, bem como ações voltadas ao manejo ou a reposições ecológicas.

Na sequência, representando o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção – Cbic, eng. civ. José Carlos Martins, o vice-presidente da Cbic da região Centro-Oeste, eng. civ. Renato Sousa Correia, destacou a importância da Engenharia como parte da solução desse tema milenar. “A Cbic corrobora com essa tendência e trabalha muito para que as empresas estejam preparadas para esse momento de cuidado do planeta em relação ao meio ambiente. É muito importante que nos capacitemos cada vez mais, para que avanços na área da infraestrutura, como o incentivo do uso de BIM, se tornem mais frequentes e de fácil acesso”.

O terceiro painelista, eng. civ. Marcos Túlio de Melo, secretário municipal de Obras e Serviços Urbanos de Contagem/MG, sinalizou que alguns desafios certamente ultrapassarão a 77ª Soea, e entrarão também em debate no 11º Congresso Nacional de Profissionais, sendo de fundamental importância a reflexão da categoria para balizar as diretrizes do Sistema Confea/Crea, seja em âmbito federal, regional, na Mútua, seja nas relações com as entidades e com a sociedade.

“É preciso vencer o corporativismo que existe entre os engenheiros. Vivemos um momento bastante complexo, com vieses ideológicos potencializados, e cabe às lideranças profissionais da Engenharia nacional entender isso como realidade e buscar articulações para ajudar o país a ter um projeto que permita um futuro para as próximas gerações”, concluiu Marcos Túlio.

Para apresentar o quarto painelista, o moderador eng. minas Renan Azevedo, relembrou aos presentes o quão atual permanece o Código de Ética Profissional, aprovado pelo plenário do Confea em 2002, à época sob a gestão de eng. civ. Wilson Lang, que atualmente é membro do Conselho Deliberativo do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias em Engenharia (Ibape Nacional).

Wilson Lang foi categórico: “não existe desenvolvimento sem ética”. Segundo ele, quando se discute sustentabilidade e ética na Engenharia, novos olhares surgem sob determinadas circunstâncias, posto que todos os cidadãos são resultados de suas decisões.

“O Brasil vive hoje uma crise ética sob todos os aspectos, crise ética de governança, crise de comportamento institucional e jurídicos, é necessário mudar a compreensão dessas questões que envolvem a natureza humana e, isso não é uma modificação que se faz da noite para o dia”, comentou Lang.

Reportagem: Abigail Cardoso (Crea-MA)
Edição: Beatriz Craveiro (Confea) Revisão: Lidiane Barbosa (Confea)
Equipe de Comunicação da 77ª Soea
Fotos: Abigail Cardoso