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Conselhos internacionais debatem edificação sólida, segura e sustentável


Os conselhos se reuniram em um workshop virtual. Créditos: Arquivo Confea

O Conselho Mundial de Engenheiros Civis (WCCE, na sigla em inglês), o Conselho das Associações Profissionais de Engenheiros Civis dos Países de Língua Oficial Portuguesa e Castelhana (CECPC) e o Conselho Europeu de Engenheiros Civis (ECCE, na sigla em inglês) unem esforços para sensibilizar a comunidade profissional para a adoção da abordagem 3S, o que significa entregar para a sociedade edificações seguras, sólidas e sustentáveis. De acordo com as entidades, esse conceito somente pode ser alcançado se o projeto estrutural e sísmico da construção estiver integrado com técnicas modernas de eficiência energética.  

Nessa linha, os conselhos se reuniram em um workshop virtual, nesta quinta-feira (29/6), quando cada país parceiro compartilhou sua experiência e sinalizou como poderá contribuir para este projeto global.

A abordagem 3S com foco na Europa foi lançada pelo ECCE em 2020, como historiou o presidente da instituição, Andreas Brandner, ao propor parceria aos engenheiros. “Necessitamos do apoio das outras entidades para atingir o sucesso do projeto”, disse, salientando que todos terão papel fundamental na missão de estender o alcance desta campanha.

O presidente do WCCE, Jorge Abramian, reforçou o pedido de cooperação. “O grande esforço será integrar o projeto em todos os continentes para alcançar o nível mundial”, afirmou.

 

Joel Krüger, presidente do Confea e do CECPC, reconheceu a relevância social da iniciativa. “A discussão é muito importante porque o tema está alinhado à Declaração de Direitos Humanos”, comentou o engenheiro civil brasileiro, lembrando que seu país precisa de quase 8 milhões de moradias. “A abordagem 3S está alinhada também ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 11, que visa tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros e resilientes. Então, discutir construções com foco na sustentabilidade dos materiais e da parte estrutural é fundamental”, pontuou Krüger.

 

Outro dirigente que manifestou apoio ao projeto foi Pablo Dieguez, da Associação de Engenheiros Estruturais da Argentina. “Estamos dando o primeiro passo com este seminário. Há que convencer as pessoas de que é possível melhorar e reforçar a construção, e depois temos que conscientizá-las sobre o uso dos materiais, como madeira e aço, pensando na questão da sustentabilidade”, incentivou.

Nesse sentido, o presidente do Grupo de Trabalho de Engenharia Sustentável do WCCE, Juan Yacopino, apontou a bioconstrução como alternativa sustentável. Ele compartilhou com os especialistas o projeto desenvolvido em Salta, na Argentina, onde são fabricados tijolos prensados de terra e óleo de cacto. “A técnica minimiza a emissão de gás carbônico”, afirmou o engenheiro.

Conheça a abordagem 3S: edificações seguras, sólidas e sustentáveis
Jeannette Muñoz, coordenadora adjunta da iniciativa 3S Approach e membro do Conselho de Administração do ECCE, mencionou a declaração elaborada pela instituição em 2020. O documento alerta para o envelhecimento das edificações. “Grande parte dos edifícios existentes na maioria dos países europeus, construídos até os anos 1980, carecem de padrões de construção moderna, incluindo os requisitos para a segurança sísmica e a eficiência energética”, registra o manifesto. Do ponto de vista da sustentabilidade, neste caso, as práticas modernas abrangem a adoção de materiais duráveis, bem como a reutilização, redução e reciclagem.

 

Tecnicamente, a saída é adotar normas para avaliação de vulnerabilidade e implementação de medidas de recondicionamento, segundo a engenheira. "Nos casos de grandes projetos de renovação, os regulamentos legais sobre melhorias estruturais devem incluir todos os edifícios de propriedade estatal ou governamental e edifícios de grande importância, assim como edifícios que reúnam um grande número de pessoas”, sugeriu. As edificações inteligentes se somam à lista de soluções. “Mas um edifício somente pode ser chamado de inteligente se cumprir os 3S”, frisou Jeannette.

Com foco na segurança, um Grupo de Trabalho com integrantes do ECCE e WCCE estuda a resistência dos edifícios a terremotos. A proposta é que seja desenvolvido um método de classificação sísmica para ser aplicado a construções de todos os países.

Confira os assuntos debatidos durante a live

 

Julianna Curado / Equipe de Comunicação do Confea, com informações das entidades WCCE, CECPC e ECCE

 

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