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CREA-RS Talks: fim de tarde com muita reflexão sobre assédio e discriminação


Assédio Moral como a violência invisível do cotidiano foi a base da abordagem da professora doutora psicóloga Denise Quaresma. Créditos: Arquivo CREA-RS

Assédio e Discriminação: Como se Manifesta no Dia a Dia do Trabalho foi o tema de mais um CREA-RS Talks que reuniu mais de 200 funcionários(as) no formato on-line na quinta, com foco em ser mais empático, ser mais respeitoso, enfim, ser mais humano.

Assédio Moral como a violência invisível do cotidiano foi a base da abordagem da professora doutora psicóloga Denise Quaresma, que esclareceu vários pontos e caminhou por cenários que abriram janelas trazendo análise e reflexões em todos que estavam assistindo e também depois.

 

A Eng. Roselaine Mignoni foi a mediadora da palestra da psicológa Denise Quaresma

Com currículo extenso e, portanto, muita experiência no tema, a Dra. Denise é pós-doutora em Estudos de Gênero pela Universidade de Ciências Empresariais e Sociais (UCES) da Argentina, doutora e mestre pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e psicóloga.

Veja como foi!

 

 

Também é professora titular e pesquisadora da Universidade Feevale no programa de pós-graduação em Diversidade Cultural e Inclusão Social. Atua nas áreas dos estudos de Gênero, Psicanálise, Psicologia e Educação, nos temas educação sexual, saúde sexual e reprodutiva, gravidez na adolescência, formação de professores, políticas públicas e direitos humanos.

Para ela, é incrível que em pleno 2023 ainda é fundamental tocarmos nestes temas, principalmente em um ambiente onde todos passam a maior parte do tempo, o trabalho. “O assédio tem sempre o mesmo padrão, é um jogo de poder que acaba degradando o ambiente de trabalho com uma manipulação perversa”, destacou, ajudando a identificar o assédio.

Citou várias situações que identificam o assediador, que muitas vezes confunde a própria vítima que acaba levando a culpa, como a recusa da comunicação direta e até mesmo como consegue criar a descrença. “Para desacreditar, basta insinuar a dúvida na cabeça dos outros. A vítima não tem consciência e acaba se sentido responsável. O assediador busca eliminar a pessoa”, ressaltou.

Para ela, é importante que o grupo perceba que, nesta falta de comunicação, faça um relato por escrito para a chefia e peça ajuda. “Em geral, o assediador ou assediadora blindam as chefias, que não conseguem ver mentiras, humilhações”, alertou.

“O ciclo de assédio só é interrompido com intervenção externa. Trocar de posto não é a solução”, defendeu, lembrando ainda que o silêncio nos torna cúmplices.

Sob a mediação da Eng. Seg. Trab. Roselaine Mignoni, 1ª diretora administrativa do Conselho, a palestra foi muito reflexiva e trazendo à tona uma séria de questões que no dia a dia devem ser consideradas. Ela abriu espaço para esclarecimentos, mas em não tendo dúvidas, a palestrante destacou uma frase de Juana Ramirez que ressalta que “o calar-se não significa que não há o que dizer, mas sim que tem muito a ser dito e está sendo um momento de reflexão”,

Rose agradeceu muito a troca que ocorreu entre os participantes, já deixando o convite para que Denise Quaresma retorne em breve.


DICA DE LIVRO

Assédio moral: A violência perversa no cotidiano, de Marie-France Hirigoyen
Analisa o passo a passo do assédio em varias cenas sociais e levanta um alerta contra toda tentativa de banalização da violência.
 
Podemos destruir alguém apenas com palavras e olhares subentendidos? Sim. A isto damos o nome de violência perversa ou assédio moral. De forma a analisar passo a passo como essa violência insidiosa se processa por palavras, gestos, ações ou omissões, Marie-France Hirigoyen levanta um alerta contra toda tentativa de banalização da violência.

Assédio Moral: a violência perversa no cotidiano descreve detalhadamente o processo que se instaura e se desenvolve nos mais diversos grupos e locais: na relação casal ou interpessoal, as formas pelas quais um vai enredando, desestabilizando o outro e assumindo o domínio e o controle; na família, onde com um "é para o seu bem", crianças vão sendo anuladas e despossuídas de tudo que é mais vivo e vital; nas empresas, públicas ou privadas, em que o chamado assédio sexual, hoje tão enfocado na mídia, é apenas uma das formas pelas quais um empregado é tornado joguete de mecanismos perversos que a cinicamente rotulada "flexibilização" do trabalho exacerbou e o fantasma do desemprego hoje alimenta.

A obra em questão interessa aos que trabalham na área psi, médicos do trabalho, dirigentes, em qualquer nível, das empresas, ao profissional que trabalha em qualquer setor de relações humanas no trabalho e na família, a todo aquele que se interessa por ver extinto em nossa sociedade tudo que hoje a violenta e des-humaniza.

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