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Piscicultura e Olivicultura: espaço para profissionais do Sistema em expansão e demanda


Professor Wagner Brasil Costa, da Universidade de Pelotas (RS). Créditos: Fotos: Studio Feijão e Lentilha

 

O espaço Querência Inovação foi aberto na tarde desta quarta-feira (9/8) na 78ª Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia (Soea), em Gramado (RS), com duas palestras que chamaram a atenção do público presente. São setores da economia com demanda alta e em expansão com carência de uma maior atenção de profissionais das áreas da engenharia, da agronomia e das geociências.  

Eng. pesca e conselheiro regional do Crea-AM Jackson Pantoja Lima 

Cenário da piscicultura: oportunidades e desafios para os profissionais do Sistema

O eng. pesca Jackson Pantoja Lima, conselheiro regional do Crea-AM, apresentou aos participantes o papel das engenharias na produção de peixes e traçou um panorama do setor. “Hoje a piscicultura nacional está próxima a 700 mil toneladas e movimenta cerca de um bilhão de dólares. Mesmo assim, ainda estamos comprando quase um bilhão de pescado de outros países, porque a nossa psicultura não atende a demanda brasileira”, alertou.

Jackson Pantoja, que também é professor do Instituto Federal do Amazonas, ressaltou que esse é um setor de oportunidades “tanto na parte de piscicultura, como na criação, como também nos outros produtos que podem ser utilizados, como, por exemplo, a pele do pescado, usado para tratamento de queimados”.

O conselheiro disse que trouxe o assunto como uma provocação, já que essa é a primeira vez que uma Soea discute o assunto, uma oportunidade ímpar para o setor. “Nós somos quase quatro mil profissionais credenciados nos nossos conselhos de Engenharia e tenho certeza de que foi uma provocação muito boa para fortalecer as cadeias produtivas”, disse.

O recado repassado pelo engenheiro de pesca foi o de que temos recursos naturais, condições climáticas, terra e reservatórios já existentes para dobrar a produção. E acrescentou: “não é só engenheiro de pesca ou de aquicultura que podem trabalhar nesse setor, mas engenheiros mecânicos, de sistemas de controle de automação, engenheiros agrônomos que trabalham diretamente com os insumos. Então, precisamos integrar essas profissões para fazer essa cadeia produtiva suprir uma parte da demanda do pescado brasileiro”, concluiu.

Olivicultura: cultura pouco explorada e com grande demanda

Como forma de diversificação da fruticultura, a produção de oliveiras é uma cadeira emergente dentro do Brasil e com grandes possibilidades de exploração. A afirmação foi do professor Wagner Brasil Costa, da Universidade de Pelotas (RS), o terceiro palestrante do segundo dia do espaço Querência da Inovação. “Hoje nós importamos quase 100% do azeite consumido no país. O Brasil produz apenas 0,5% do consumo interno”, disse. O país importa 99,5% do azeite da Itália, da Argentina, da Espanha e de Portugal e é o segundo maior importador do mundo, perde apenas para os EUA.

Na década de 1960, houve uma tentativa de exploração da olivicultura no Brasil, mas por questões de adaptações e a região não adequada, o cultivo acabou não tendo o resultado esperado.

Mas, de 2006 para cá, a situação no Brasil mudou com novas pesquisas e investimentos. “Ainda tem muito estudo pela frente, tem pessoas investindo, mas tem áreas a serem plantadas e exploradas, principalmente, azeitona de mesa. Nossa produção é quase que a totalidade de azeite extra virgem”, afirma o professor Wagner.

Pesquisador Rogério Oliveira Jorge, da Embrapa Clima Temperado (Pelotas/RS)

Para o pesquisador Rogério Oliveira Jorge, da Embrapa Clima Temperado (Pelotas/RS), que também dividiu a apresentação com o professor Wagner Brasil Costa, estamos avançando com a boa adaptação dessa espécie na região do Rio Grande do Sul para esse mercado em expansão. “Hoje temos marcas que já têm mais de 80 premiações internacionais e que estão entre as dez melhores marcas do mundo. É um trabalho de mais de 15 anos de pesquisa e nós estamos muito bem”, afirma.

Rogério reforça que esse é um mercado emergente e aberto. “O azeite tem um apelo como um produto de alimentação saudável, é a base da dieta mediterrânea e, por si só, já tem o marketing pronto”. O pesquisador acrescenta: “Precisamos continuar as pesquisas para desenvolver a tecnologia para adaptação dessa espécie. Temos muito trabalho pela frente. Não podemos copiar o que é feito lá fora, porque as condições de clima e solo são diferentes. Temos mercado e demanda”, concluiu.

Anelly Azevedo (Crea-RN)
Edição: Beatriz Leal (Confea)
Equipe de Comunicação da 78ª Soea

 

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